quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

O FALACIOSO ARGUMENTO DE BUSCA DE MEIOS JURÍDICOS DA SRª. MINISTRA DA SAÚDE


O FALACIOSO ARGUMENTO DE BUSCA DE MEIOS JURÍDICOS

DA SRª. MINISTRA DA SAÚDE!

A AUSÊNCIA DO SR. PRIMEIRO MINISTRO NA GESTÃO DA DIFICULDADE POLITICA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE!

Num novo momento de "passerelle", numa entrevista na RTP3 (2019.01.30), da Srª. Ministra da Saúde, Profª. Marta Temido, para além das afirmações aberrantes, relativamente a várias situações, tem já o fatídico discurso da busca incessante de argumentos jurídicos para combater a "Greve Cirúrgica 2" dos ENFERMEIROS PORTUGUESES.


Tudo tem servido, para lançar cortinas de fumo sobre esta Greve e já na anterior GC1, também o fez, com a conivência de inúmeros actores, empregados e lacaios políticos, comunicação social e Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, onde já foi presidente. 
Lembrar que na GC1, pediu um parecer ao Conselho Consultivo da PGR, mas que não foi favorável a esta Governante. A seguir vieram os insultos, a afronta e o autoritarismo, que depois a obrigou a recuar e a pedir desculpa aos ENFERMEIROS PORTUGUESES.


Parece que agora a busca de argumentos jurídicos vai continuar. No entanto o Dr. Garcia Pereira, Advogado Especialista nas leis do trabalho, veio esclarecer esta questão

https://www.noticiasaominuto.com/pais/1190016/enfermeiros-nao-ha-resposta-juridica-com-servicos-minimos-cumpridos?fbclid=IwAR0YEH6WmoqfJXKCuahz2IFWhbJ6u26KFmXrQPh-7uwmaOwOqQj4mUXay5o

Efectivamente, o Ministério da Saúde e o Governo vêm-se confrontados novamente com uma grande dificuldade, pela falta de capacidade de gestão política da Srª. Ministra da Saúde, Profª. Doutora Marta Temido. E perante esta dificuldade, voltam os actores do costume, Bastonário da Ordem dos Médicos, Dr. Miguel Guimarães, Presidente da Associação de Administradores Hospitalares, Dr. Alexandre Lourenço, pronunciarem-se, manipulando, e demonstrando falta de isenção na abordagem do problema que efectivamente é de uma grande magnitude.

Tem sido evidente a falta de preparação da Srª. Ministra da Saúde, Profª. Doutora Marta Temido na gestão dos diversos dossiês, particularmente, o dos ENFERMEIROS. Mas perante estas dificuldades todas que afectam o Ministério da Saúde, o Governo e o País, por onde para o Sr. Primeiro-Ministro, Dr. António Costa? A sua responsabilidade, na recente nomeação desta inábil, prepotente e autoritária governante, não o obriga a "vir a terreiro" ouvir, negociar e apaziguar esta reivindicação dos ENFERMEIROS, ouvindo as suas justas reivindicações? O Sr. Primeiro-Ministro foi de férias? Hibernou?

Os ENFERMEIROS PORTUGUESES exigem respeito. E a dignidade desta Classe Profissional, não se vende, nem se rende a lacaios do poder político que insultam, desonram o País, a Nação e os Cidadãos.

Os ENFERMEIROS PORTUGUESES nunca faltaram aos Cidadãos. É esta Classe Profissional que sustenta o SNS e que assegura 24 sob 24 horas os cuidados de saúde necessários aos Cidadãos doentes, enquanto outros, apenas passam pelas Enfermarias.

Lembrar que foi o Ministério da Saúde (anterior Ministro Prof. Doutor Adalberto Campos Fernandes) e a actual Ministra, Profª. Doutora Marta Temido, que empurraram os ENFERMEIROS para a Greve. Os ENFERMEIROS suspenderam temporariamente a GREVE CIRÚRGICA, demonstrando boa fé, disponibilidade e responsabilidade no diálogo. O Ministério da Saúde é que fechou a porta a qualquer entendimento. Resta-nos uma pergunta: Esta atitude do Ministério da Saúde foi a mando do Sr. Ministro das Finanças, Dr. Mário Centeno?

JUNTOS SOMOS MAIS FORTES. Assim o queiramos e saibamos sê-lo!

Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Comunitária
2019.01.31 - 19h30

FALTA DE STATUS DA SRª. MINISTRA DA SAÚDE

FALTA DE  STATUS DA SRª. MINISTRA DA SAÚDE
TEM SIDO EVIDENTE NAS REPETIDAS ENTREVISTAS TELEVISIVAS


Ontem em entrevista na RTP3 ficou mais uma vez claro, a falta de qualidade, estatuto (como diria alguém, o "inconseguimento") preparação politica, por parte da Srª. Profa. Doutora Marta Temido, para a pasta ministerial da Saúde.

É evidente o desnorte, o não saber ser!


A ameaça directa e a velada, demonstram a prepotência e o autoritarismo.

É evidente a limitação que manifesta na gestão política dos dossiês, quando não lhe são a favor.


Que dirão outros responsáveis politicos do Governo, o Sr. Primeiro Ministro, Dr. António Costa e o Sr. Bastonário da Ordem dos Médicos, Dr. Miguel Guimarães, com as várias afirmações aberrantes - "enterrar os mortos e tratar os vivos", quando questionada sobre a existência de erro médico, como a retratada no ecrã da televisão?


E os partidos da oposição, perante esta nociva declaração, nada têm a dizer?


E que dirão os Cidadãos desta ofensiva declaração?

Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Comunitária
2019.01.31 - 08h00

quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

EPÍLOGO DESGASTANTE. GOVERNO EMPURRA ENFERMEIROS PORTUGUESES PARA A LUTA!


EPÍLOGO DESGASTANTE. GOVERNO EMPURRA ENFERMEIROS PORTUGUESES PARA A LUTA!


Após muitos meses de negociações, umas a fazer de conta, outras, mais recentes, verdadeiras negociações, chegam ao seu epílogo sem acordo do Ministério da Saúde/Governo com os Sindicatos dos ENFERMEIROS PORTUGUESES.

De certa maneira, sem surpresa mas com tristeza, vejo as negociações, espartilhadas ao longo de imenso tempo (mais recente: uma legislatura) a desaguar num terreno infértil, numa praia deserta e inóspita, num terreno minado e armadilhado pelos “inimigos e vendilhões do templo”.

Não faltam responsáveis, que seriam facilmente apontáveis, por este culminar, e por onde levaram e trouxeram a ENFERMAGEM, escolhendo caminhos errôneos, sem estratégia nem dignidade, ao longo de anos e anos, degradando e destruindo carreiras, remunerações, estatutos e vulgarizando a Classe de Enfermagem, a que também pertencem.

Já por inúmeros autores, editoriais, artigos e opiniões foi dito e escrito que os ENFERMEIROS PORTUGUESES estão desmotivados, exaustos e em “burnout”. Têm o orgulho ferido! No entanto e responsavelmente, continuam a assegurar o funcionamento do SNS.

Ao longo destes últimos anos, década e meia, para ser mais preciso, viram as suas carreiras congeladas e depois destruídas, não progrediram, e ainda ser reduzido o valor/custo das penosas horas suplementares, e por via disso, uma desvalorização sistemática da ENFERMAGEM.

Chegados ao dia de hoje, depois de manifestações, como nunca foram feitas, a inovação de uma forma de greve – GREVE CIRÚRGICA, a recolha de fundos nunca vista para financiar esta greve, a REVOLUÇÃO DOS CRAVOS BRANCOS, testemunhos na primeira pessoa, brilhantes, reais e comoventes, deixados em debates da televisão, nos jornais e na rádio, deparámo-nos ultimamente com dois Ministros da Saúde, Prof. Doutor Adalberto Campos Fernandes e Profª. Doutora Marta Temido, a insultarem os ENFERMEIROS PORTUGUESES. Para além de insultarem, a obrigar os ENFERMEIROS, em nome da dignidade que têm, a ir para a luta.

Mas, há também responsabilidades entre a própria Classe. Não vale a pena recuar muito no tempo. Durante a GREVE CIRÚRGICA, segundo relatos deixados, houve quem nunca deixasse de fazer CIGICs. Houve quem, pelos procedimentos que teve, demonstrasse que estava e está satisfeito com a carreira ou falta dela, e o que auferem ao fim do mês. Continua a ver-se divisão dos sindicatos e a cada um puxar para seu lado, parecendo até que há mais do que uma Classe de ENFERMAGEM. E aqui, honra seja feita aos Sindicatos ASPE e SINDEPOR, que assumiram as questões de fundo dos ENFERMEIROS PORTUGUESES, apoiaram a GREVE CIRÚRGICA 1, e mantém o apoio à GREVE CIRÚRGICA 2. A ORDEM DOS ENFERMEIROS foi um baluarte de apoio permanente às causas da Classe.

Mas sejamos coerentes connosco mesmos, e digam-me, que acordo se pretende quando há essencialmente 4 Sindicatos e estes não conseguem objectivar e uniformizar meia dúzia de princípios comuns a todos eles, em favor dos ENFERMEIROS PORTUGUESES. Temos declarações patetas às televisões de presidentes de Sindicatos, que em vez de defender a Classe, ainda a tenta descredibilizar mais. Nos serviços, vemos Colegas que não se movem, nem para se valorizar, nem para engrossar a luta da sua Classe, dando-se ao comodismo de criticar tudo e todos, mas depois querendo usufruir dos benefícios que outros, lutando, fizeram acontecer e conseguiram. Inúmeras crónicas poderiam por aqui ser descritas. Mas o nosso foco não é esse!

Foi dada oportunidade ao Governo, por parte dos ENFERMEIROS, através dos Sindicatos, para negociar. O Ministério da Saúde e o Governo, na sua postura autista e cristalizada, viraram as costas aos ENFERMEIROS PORTUGUESES. Voltaram a empurrar esta Classe para a luta. Portanto, as tréguas acabaram!

Caros Colegas ENFERMEIROS PORTUGUESES, somos uma Classe Profissional, temos dignidade, temos valor, aquele que nos reconhecemos e o que nos quiserem dar, mas não podemos vergar. Conforme escrito por tantos “mais vale morrer de pé, do que viver de joelhos”.

Alguns princípios a partir de agora, na minha modesta opinião, devem ser adoptados:
  • Não deve haver interrupção de greve nenhuma, no caso de novas negociações com o Ministério da Saúde e o Governo. 
  • Aos Sindicatos, um pedido: não nivelem por baixo em nenhuma reivindicação em favor da Classe de ENFERMAGEM. 
  • Desencadeiem a angariação para a GREVE CIRÚRGICA 3, mas ampliem a abrangência de Centros Hospitalares e Blocos Operatórios. Associado aos Blocos Operatórios Centrais, os ambulatórios também e interrupção dos SIGIC’s; 
  • Desencadeiem uma Greve nos Cuidados de Saúde Primários, nas diversas unidades funcionais: USF’s, UCSP’s;


Há linhas vermelhas, pela dignidade de toda uma Classe Profissional, que não podem ser pisadas, muito menos ultrapassadas.

ENFERMEIROS PORTUGUESES, unamo-nos pela nossa Carreira, pelo nosso futuro, pela nossa dignidade, que muitos querem por em causa e enlameá-la! Não esqueçam, por favor, uma frase lapidar de Martin Luther King e que hoje, para a ENFERMAGEM E ENFERMEIROS PORTUGUESES, tem um valor inquestionável, concerteza: “O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”. Não sejamos coniventes com estes silêncios!

“Juntos venceremos, divididos cairemos”(Esopo). JUNTOS SOMOS MAIS FORTES. Assim o queiramos e saibamos sê-lo!

Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Comunitária
2019.01.30 – 21h00

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

ENFERMEIROS PORTUGUESES SEMPRE ESTIVERAM À ALTURA DOS DESAFIOS!

Srª. Ministra da Saúde, os ENFERMEIROS PORTUGUESES, sempre estiveram à altura dos desafios!


Sra. Ministra da Saúde, Profa. Doutora Marta Temido, os ENFERMEIROS PORTUGUESES sempre estiveram ao nível das exigências, não do SNS, mas para além disso. Estiveram sempre ao nível das exigências dos Cidadãos e dos doentes. Porque se assim não fosse, já o SNS tinha colapsado. Essa é a realidade, que vocês políticos, nunca quiseram e continuam a não querer adimitir.


Quem não esteve ao nível nem do SNS, nem pelo menos ao nível da Classe Profissional de Enfermagem / ENFERMEIROS foram os diversos poderes politicos e Ministros da Saúde.

Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Comunitária 
2019.01.29 - 21h15

domingo, 27 de janeiro de 2019

PARADOXOS II


PARADOXOS II

  • Gestores da Caixa Geral de Depósitos, continuam a receber prémios, apesar de prejuízos nas suas gestões;
  • ENFERMEIROS PORTUGUESES com milhares de horas de trabalho, efectivamente prestadas, continuam sem as receber;
  • Muitos “ilustres” da praça pública, das televisões e jornais, contestaram a crowdfunding da “Greve Cirúrgica” dos ENFERMEIROS;
  • Ninguém contesta a utilização do fundo de greve do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público;
  • Joe Berardo com dívida de 280 milhões de euros à Caixa Geral de Depósitos, e ninguém cobra/executa a dívida;
  • No entanto, o SNS continua subfinanciado, com cativações e desinvestimento, mas é suposto que este serviço tenha boas condições, para tratar e cuidar com equidade todos os Portugueses;
  • Portugal é dos países europeus onde o trabalho precário mais subiu e continuam a emigrar milhares de ENFERMEIROS para esse mundo fora (em 2017, 1286 Enfermeiros pediram certificado à Ordem dos Enfermeiros para emigrar e em 2018, 2700 Enfermeiros fizeram o mesmo);
  • No entanto no SNS há falta de ENFERMEIROS em todos os serviços e, em todos os horários, são acumuladas exorbitantes valores de horas extraordinárias, que tarde ou nunca serão pagas!


E porque será que a TSF/DN e outros canais continuam a dar tempo de antena ao Ex-Ministro da Saúde, demitido, Prof. Doutor Adalberto Campos Fernandes? Será para desgastar a actual Ministra da Saúde, Profª. Doutora Marta Temido? Ou porque não deixou todo o trabalho feito e agora anda numa de “lavagem da cara”?
Huuummmm! Será que é vingança por qualquer coisa? ACSS? Associação de Administradores Hospitalares?

Aguardemos para ver!!!!

Humberto Domingues
Enf. Espeialista Saúde Comunitária
2019.01.27 – 19h30

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

IIªS. JORNADAS DA UNIDADE DE CUIDADOS NA COMUNIDADE (UCC) DE VIANA DO CASTELO

IIªS. JORNADAS UNIDADE CUIDADOS COMUNIDADE (UCC) VIANA DO CASTELO



A Unidade de Cuidados na Comunidade de Viana do Castelo tem a honra e o orgulho de apresentar as II Jornadas de Cuidados de Saúde na Comunidade, a terem lugar nos próximos dias 12 e 13 de Abril no Auditório da Escola Superior de Saúde de Viana do Castelo.

A temática deste evento científico será “Parentalidade: Desafio ou Oportunidade” e constituirá, certamente, um momento muito nobre de reflexão sobre um assunto tão em voga na atualidade.

Mais novidades brevemente, nomeadamente com a divulgação do programa, que promete ser incrível!!

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

PERANTE O MARKETING ENGANADOR, Questões que se colocam...


PERANTE O MARKETING ENGANADOR, Questões que se colocam…

O marketing enganador do Governo e do Ministério da Saúde, começou a funcionar, para relativizar o número de cirurgias adiadas, devido à “Greve Cirúrgica” dos ENFERMEIROS dos cinco blocos operatórios de centros hospitalares e universitários.

Veja-se a notícia do Jornal “O Público”:
“Os números do Ministério da Saúde enviados à agência Lusa mostram que foram realizadas até 13 de Janeiro um total de 2291 operações das mais de 7500 canceladas entre 22 de Novembro e 31 de Dezembro, período durante o qual durou a greve dos enfermeiros em blocos operatórios em cinco grandes centros hospitalares.” Fonte: Público – 2019-01-24

Algumas questões se levantam e merecem reflexão:
  • Se neste curto espaço de tempo (que duvido e quem conhece o sistema, tal como eu, deve duvidar), foram repostas 30% das cirurgias adiadas com a “GREVE CIRÚRGICA”, então porque há listas de espera, do passado, tão grandes?
  • Foram adiadas, cerca de 10.000 ou mais cirurgias. Como é que, consideram agora, só 7.500?
  • Mas para serem repostas estas cirurgias – 2291 cirurgias (?) – também se fizeram as que estavam já em lista de espera, anteriormente? E essas continuam em lista de espera? Como é possível?
  • Ou estas cirurgias que foram adiadas, foram feitas a todo o vapor, agora em “SIGICs” ou contratualizadas com o privado?
  • Então, nesta resposta tão célere às cirurgias adiadas, se for usado o mesmo critério, não há razão para haver listas de espera de vários anos, como se verificava e verifica! Haja decoro!

Podem ser verdadeiros os números que o Ministério da Saúde publicou. Mas, eu como cidadão, igual a tantos outros, tenho o direito de duvidar desta “performance”, sabendo e conhecendo nós as dificuldades que existem com a falta de recursos humanos, nomeadamente ENFERMEIROS e Anestesistas no SNS.
Depois, não se podem fabricar tempos de bloco operatório. E a vaga e disponibilidade de camas também é limitada, porque há doentes internados. Isto são circunstâncias reais e limitantes.

Perante estas notícias e números, as cirurgias adiadas, ou eram cirurgias de ambulatório, em que a convalescença é feita no domicílio do doente. Ou foram enviadas para as convenções, as tais que dão bom dinheiro a ganhar ao sector privado, e por isso, esta “rapidez” no agendamento e execução! E se foi este segundo caso, quanto custou ao erário público?

Esta notícia, para mim, enferma de vieses graves e não passa de marketing enganador, na tentativa de limitar e cercear a “GREVE CIRÚRGICA 2”, que irá avançar, caso no dia 30 de Janeiro, o Ministério da Saúde não apresente propostas válidas aos ENFERMEIROS PORTUGUESES, representados pelos Sindicatos ASPE e SINDEPOR.

Para além disso, é preciso fazer uma leitura política da questão, e o Governo não está interessado na agitação social, particularmente na Saúde, provocada pelos ENFERMEIROS PORTUGUESES, num período e num ano de eleições Europeias (Maio de 2019) e Legislativas (Outubro de 2019). Portanto, há que passar para a opinião pública, a tentativa de uma gestão, que é enganosa, para demonstrar o inverso do que se está a passar. E também, manipular a opinião pública e a Sociedade, para lançar o odioso para os ENFERMEIROS. Mas isso, com todas as manobras que houve durante a “GREVE CIRÚRGICA 1”, não resultou na culpabilização desta Classe Profissional.

Julgo ser dever, da Comunicação Social, fazer o contraditório das informações e notícias e investigar pelos seus próprios meios, a demagogia, a inverdade e as cortinas de fumo que se lançam, tentando maquilhar a realidade.

Aos ENFERMEIROS PORTUGUESES resta-lhes serenidade, lealdade, cumprimento dos princípios éticos e deontológicos e defesa do SNS e dos direitos dos cidadãos, neste âmbito. Aos Sindicatos, que verdadeiramente representam e defendem os direitos da Classe Profissional, exige-se afirmação dos princípios reivindicativos, defesa da verdade e lealdade com os seus representados. As negociações não podem nivelar por baixo, só ao gosto e desejo de uma das partes, porque isso é uma má negociação. Se for imposição, também não é negociação!

Os ENFERMEIROS PORTUGUESES estão numa postura e linha de força de, não recuo!

JUNTOS SOMOS MAIS FORTES! Assim o saibamos e queiramos sê-lo!

Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Comunitária
2019.01.24 – 07H30

A LINHA VERMELHA A BOLD

A LINHA VERMELHA A BOLD

Está bem definida uma linha vermelha, em bold, pelos ENFERMEIROS PORTUGUESES. O horizonte do dia 30 é o limite. A paz social e estabilidade do SNS, está do lado do Ministério da Saúde.
Somos uma Classe Profissional que tem história, dignidade, e responsavelmente afirmamo-nos no nosso local de trabalho para o bem do doente e em defesa e sustentação do SNS. Pretende-se responsabilidade e elevação, do Ministério da Saúde, ao mesmo nivel que os ENFERMEIROS PORTUGUESES têm colocado nas negociações: lealdade, clareza, idoneidade e responsabilidade.
Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Comunitária
2019.01.24 - 08h00

sábado, 19 de janeiro de 2019

ENFERMEIROS PORTUGUESES ORGANIZADOS COMO NUNCA, DESTEMIDOS COMO SEMPRE!


ENFERMEIROS PORTUGUESES ORGANIZADOS COMO NUNCA, DESTEMIDOS COMO SEMPRE!


O Serviço Nacional de Saúde (SNS) está no centro do furacão político, económico, financeiro e de grandes opções, face a todos os condicionalismos, cativações, falta de recursos e dívidas que vem acumulando de dia para dia. Segundo uma auditoria do Tribunal de Contas, esta dívida do SNS a fornecedores e credores, representa um aumento de 51,6% em 2017, face a 2014, totalizando agora um valor de 2,9 mil milhões de euros, em que neste espaço de tempo aumentou mais de mil milhões de euros (até 2017). Uma exorbitância! No entanto os ENFERMEIROS PORTUGUESES continuam a ser mal pagos pelo trabalho que realizam – Cuidar e tratar de Pessoas.

Foram os ENFERMEIROS PORTUGUESES que emitiram os alertas para situações e condições de assistência indigna a que os cidadãos ficam sujeitos. Avisos, trazidos pela Ordem dos Enfermeiros, Movimentos e Sindicatos da Classe. Esta Classe Profissional colocou a nu, não só as suas condições e reivindicações profissionais e de carreira, mas também lançou a discussão e defesa do SNS, em que denunciaram falta de recursos humanos, materiais, condições indignas de acolhimento e tratamento dos cidadãos, Serviços de Urgência saturados e esgotados, despesas exageradas em “algo” que não se vê e desinvestimento. Isso é inequívoco! Foram os ENFERMEIROS PORTUGUESES que coloraram na agenda política e na ordem do dia muita desta discussão e questões em torno do SNS.

Perante estas realidades, 2017 e 2018 e continuando no presente ano, os ENFERMEIROS PORTUGUESES, de forma espontânea ou através de movimentos da Classe, organizaram-se e confrontaram o governo, o poder político e a Sociedade, indignando-se e repudiando as degradantes condições de exercício profissional, sem carreira, sem progressões, sem avaliação de desempenho dignas e ajustadas e sem justa e condigna remuneração salarial.

Face à surdez, ao silêncio imoral e eticamente reprovável do governo. Depois de anos e anos sem resposta e adequada defesa dos direitos e regalias desta Classe, por parte dos sindicatos de então, e uma Ordem dos Enfermeiros de antanho, silenciosa e inoperante, os ENFERMEIROS PORTUGUESES organizaram-se em movimentos e tomaram nas próprias mãos a sua defesa e reivindicação. O gigante acordava de um sono letárgico, enganado, amordaçado e desestruturado. Uma nova Ordem dos Enfermeiros tinha sido eleita, mais dinâmica, mais interventiva e assertiva. Uma Bastonária presente e mediática. Abriu-se um espaço enorme, onde surgiram dois novos Sindicatos.

Chegados aqui, eclode uma nova forma de fazer greve – GREVE CIRÚRGICA – (os ENFERMEIROS voltaram a inovar) que muitos não acreditavam ser possível. Criou-se um fundo de crowdfunding para financiar esta GREVE CIRÚRGICA 1 e já há fundo de mais de 400.000€ para a edição 2. O poder político ficou apavorado, desnorteado e incrédulo. A nova Ministra da Saúde, Profª. Doutora Marta Temido, questionou a greve e a sua legalidade, outros quadrantes políticos e legalistas questionaram o fundo e até o PCP, “voz insuspeita”, portanto, também questionou este financiamento da greve dos ENFERMEIROS PORTUGUESES, como se “dentro de casa” não tivesse assuntos de financiamento, bem mais preocupantes.

Todos e tantos, perderam tempo a questionar a “GREVE CIRÚRGICA 1” e, a 2, que virá a caminho, caso o Governo e Ministérios da Saúde e das Finanças se mantenham surdos e insensíveis a estas reivindicações.
Mas alguém dos responsáveis atrás descritos se questionaram alguma vez sobre:
  • O estado de desinvestimento e abandono do SNS?
  • A situação de carreira dos ENFERMEIROS PORTUGUESES?
  • As cativações, dívidas e degradação das instalações e acesso ao SNS?
  • As listas de espera às cirurgias, mas também para as várias consultas de especialidade e 1ªs. consultas?
  • E um sem número de outras questões em torno do SNS?

 Apesar da insatisfação reinante, os ENFERMEIROS PORTUGUESES, através dos Sindicatos ASPE e SINDEPOR, deram tréguas ao Governo, suspendendo até ao dia 30 de Janeiro a “GREVE CIRÚRGICA 2”, mostrando elevação, capacidade e abertura negocial, preocupação com o SNS, mas nunca desligados ou distraídos com os ruídos, propositadamente colocados a circular na envolvente das negociações, do financiamento da greve ou de outros interesses que não os dos ENFERMEIROS PORTUGUESES, porque esta Classe Profissional continua focada nas reais reivindicações: Uma carreira nova e digna para todos, remunerações ajustadas às exigências do desempenho da profissão e contagem de tempo de serviço para aposentação, face ao desgaste, risco e penosidade de desempenho profissional.

O momento é de gestão de silêncios, apesar das provocações, umas mais explícitas, outras mais encapotadas e disfarçadas de boas intenções, vindas até de alguns sectores extremistas dentro da própria classe e de algum sindicato que perdeu espaço, capacidade reivindicativa e se foca agora na tentativa de agitação laboral, e desvalorização de alguma afirmação por lugar conquistado por outros, com ignóbeis aproximações às actuais exigências e reivindicações dos ENFERMEIROS PORTUGUESES, quando num passado não muito longínquo, nivelaram sempre por baixo as exigências para esta classe.

Destemidos como sempre foram, OS ENFERMEIROS PORTUGUESES não receiam o futuro, porque esse será sempre de luta por melhores condições de carreira e de desempenho profissional, de defesa do SNS e da reivindicação de mais e melhor espaço para cuidar de quem efectivamente precisa, que são os cidadãos e os doentes.

Não negamos que lutamos por melhores condições remuneratórias da nossa Classe Profissional, mas também não deixaremos de defender o SNS e de denunciar quem nos afrontar, quiser calar ou enganar a Sociedade. Como prova disso, podemos ouvir as declarações desta semana, em audição parlamentar a Srª. Bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Enfª. Ana Rita Cavaco, bem como a Enfª. Lúcia Leite e o Enf. Carlos Ramalho, na Assembleia da República. (Deixo o link da intervenção da Srª. Bastonária na audição).

Um forte apelo, aos Sindicatos ASPE E SINDEPOR, para que não baixem a guarda, nem nivelem por baixo, relativamente às exigências e reivindicações junto da tutela. Estamos moderadamente optimistas, mas atentos. Temos em mão um potencial enorme de força, que é, neste momento a “GREVE CIRÚRGICA”, seja em que edição for. Mas acima de tudo, estamos unidos. Os ENFERMEIROS dos Blocos Operatórios deram uma imagem disso mesmo. Foram enormes, nestes dois últimos meses.

Aos ENFERMEIROS PORTUGUESES um pedido e um apelo, de confiança, de moderação de linguagem, de visão alargada e estratégica. Há algo muito importante que neste momento está em causa. Não deitemos tudo a perder. Os ventos e o futuro, a curto prazo, são-nos de feição. Sejamos inteligentes, frios e racionais, sem nunca por em causa princípios deontológicos, éticos e legais. Porque outros farão esses papéis!

Não esqueçamos a máxima: “Unidos venceremos. Divididos cairemos.” Esopo

Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Comunitária

2019.01.19 – 14h00

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

ORDEM DOS ENFERMEIROS TOMA POSIÇÃO SOBRE CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS

ORDEM DOS ENFERMEIROS TOMA POSIÇÃO SOBRE 
CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS








https://www.ordemenfermeiros.pt/media/10386/tomada-posi%C3%A7%C3%A3o_gestao-enfermagem-csp-21122018_vf.pdf#page=1&zoom=auto,789,608


"A Ordem dos Enfermeiros tem recebido inúmeros pedidos de esclarecimento sobre os procedimentos de gestão de recursos humanos que têm vindo a ser adoptados, em particular nas Unidades de Saúde Familiar.


Face a esta situação, que a Ordem acompanha com preocupação, foi decidido tomar uma posição no âmbito dos cuidados de Saúde primários, que o Conselho Directivo da OE deliberou tornar pública.

Assim, esclarece-se que é da exclusiva competência das Direcções de Enfermagem elaborar e publicitar a regulamentação interna relativa a todas as matérias que respeitem à Gestão e ao desenvolvimento dos Enfermeiros e da sua actividade profissional, bem como é da exclusiva competência dos Enfermeiros a gestão dos cuidados de Enfermagem, a organização do trabalho e a afectação dos recursos em cada uma das unidades funcionais que compõem os ACES.

É também da exclusiva competência de Enfermeiros a avaliação de desempenho destes profissionais, sublinhando-se que a relação de subordinação hierárquica e funcional só existe entre Enfermeiros e não em relação a qualquer outro grupo profissional.

As funções de direcção e chefia são asseguradas por Enfermeiros-Supervisores ou Enfermeiros-Chefes, sendo que na ausência destes apenas podem assegurar tais funções Enfermeiros Especialistas a quem tenha sido atribuída pela OE a Competência Acrescida Avançada em Gestão.
Está em causa a autonomia e independência técnica e funcional da profissão de Enfermagem, sem prejuízo do respeito pela autonomia das restantes profissões do sector da Saúde."
Fonte: Site da Ordem dos Enfermeiros




AUDIÊNCIA DA SRª. BASTONÁRIA DA ORDEM DOS ENFERMEIROS NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

AUDIÊNCIA DA SRª. BASTONÁRIA DA ORDEM DOS ENFERMEIROS, ENFª. ANA RITA CAVACO, NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA, COMISSÃO PARLAMENTAR DE SAÚDE

Numa audição na Comissão Parlamentar de Saúde, a Sra. Bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Enfª. Ana Rita Cavaco, teve um desempenho excelente e irrepreensível, institucionalmente correcto, leal, claro e responsável, não escondendo nada, nem fugindo às questões colocadas, e chamando as mesmas pelos seus “nomes verdadeiros”.

Link:
https://www.ordemenfermeiros.pt/noticias/conteudos/portugal-precisa-de-discutir-as-listas-de-espera/




quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

A HORA DA VERDADE ESTÁ A CHEGAR!


A HORA DA VERDADE ESTÁ A CHEGAR!


Os ENFERMEIROS PORTUGUESES estão a menos de 24 horas de uma reunião importante, entre Sindicatos representantes desta Classe Profissional e o Ministério da Saúde.

Até esta reunião, os ENFERMEIROS dos Blocos Operatórios e os Sindicatos que apoiam a “GREVE CIRÚRGICA 2” deram uma trégua ao governo, demonstrando boa-fé e abertura para as negociações, mas também, firmeza nos seus propósitos.

Apesar desta trégua, apesar do recolhimento que os Sindicatos e ENFERMEIROS tiveram e fizeram, a Srª. Ministra da Saúde, Profª. Doutora Marta Temido, não deixou de dar outra entrevista, tentando lançar o “odioso” para o lado dos ENFERMEIROS e tentando mascarar a realidade. Sabemos que o Carnaval está próximo, mas ainda não chegou.

Quanto aos Sindicatos, nomeadamente a ASPE e o SINDEPOR, já deram e fizeram prova que ouviram os desejos e reivindicações dos ENFERMEIROS.

Nesta fase, desejamos que estes Sindicatos sejam bons negociadores, tolerantes com as propostas do Ministério da Saúde, porque são aberrantes as que conhecemos, mas firmes nas propostas que já apresentaram, em nome dos ENFERMEIROS PORTUGUESES. Ceder a qualquer preço, ou nivelar por baixo, é desonrar toda uma Classe Profissional, que voltou a ter voz própria, orgulho de sermos ENFERMEIROS e sem medo de quem quer que seja, cumprindo sempre, esta Classe, os princípios éticos, deontológicos e legais.

Estamos de acordo com o que a Srª. Ministra da Saúde disse: tratar os ENFERMEIROS com equidade. Ora, se equidade, por definição, é tratar de forma diferente, o que é diferente, estamos mais uma vez de acordo, porque a Classe Profissional de Enfermagem pertence aos corpos especiais da Administração Pública, desejam uma Carreira e remunerações dignas com a responsabilidade que têm nos serviços e habilitações académicas e profissionais. Porque têm uma profissão de risco, desgaste e penosidade e porque, na sua grande maioria, tratam de pessoas doentes, que de alguma forma estão diminuídas ou incapacitadas.

Hoje, numa audição na Comissão Parlamentar de Saúde, a Sra. Bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Enfª. Ana Rita Cavaco, teve um desempenho excelente e irrepreensível, institucionalmente correcto, leal, claro e responsável, não escondendo nada, nem fugindo às questões colocadas, e chamando as mesmas pelos seus “nomes verdadeiros”.

Não tenhamos medo de assumir as nossas responsabilidades, luta e reivindicação, se o Ministério da Saúde, Ministério das Finanças e Governo, se mantiverem surdos, perante a realidade manifestada e apresentada de forma leal pelos ENFERMEIROS PORTUGUESES.

A hora da verdade está a chegar e, aqui se verá, quem está efectivamente de boa-fé, a propor e negociar uma Carreira de Enfermagem justa, honesta e de resposta e correcção da degradação a que os ENFERMEIROS PORTUGUESES estiveram sujeitos à cerca de década e meia de anos.

Portanto, se não houver respostas concretas e racionalmente honestas, a arma que temos em mão é a “GREVE CIRÚRGICA 2”, alargada, se for preciso, a muitos outros centros Hospitalares. E o equacionar de outras “Greves Cirúrgicas” não pode sair do plano estratégico dos ENFERMEIROS e Sindicatos.

JUNTOS SOMOS MAIS FORTES! Assim o queiramos e saibamos sê-lo.

Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Comunitária
2019.01.16 – 19h00

domingo, 13 de janeiro de 2019

A CONTAGEM DECRESCENTE É UMA REALIDADE! GREVE CIRÚRGICA 2

A CONTAGEM DECRESCENTE É UMA REALIDADE!
GREVE CIRÚRGICA 2



Após longas e demoradas negociações com os ENFERMEIROS PORTUGUESES, o Governo fez-se de mouco, não negociava, empatou tempo, tentou desmotivar, dividir e manipular os Enfermeiros e a opinião pública, contra esta Classe Profissional.

Lembrar, que foi pela mão de um Governo Socialista, em 2009, com o apoio de um sindicato (SEP), que foi destruída uma Carreira de Enfermagem, que não sendo a ideal ao tempos que correm, tinha muita autonomia, hierarquia, avaliação e progressão bem definidas. Perdeu-se! E os Governos que se seguiram a 2009, continuaram nesta destruição, marginalização, desvalorização e menosprezo. Nem Sindicatos e que continuam hoje, ainda mais cristalizados, nem Ordem dos Enfermeiros de então, nem as várias Associações Profissionais de Enfermagem se manifestaram. Acomodaram-se! Nem com a agressividade e laceração perpetrada pelo então Ministro da Saúde, Dr. Paulo Macedo, num governo PSD, em que colocou os Enfermeiros a trabalharem 40 horas, pelo preço/custo de 35 horas, houve manifestação ou descontentamento das Organizações e Associações desta Classe. Em abono da verdade, os ENFERMEIROS PORTUGUESES, estavam adormecidos, acomodados, anestesiados.

Mas o tempo continuou a correr, mas de forma decrescente, sempre em desfavor dos ENFERMEIROS!

Eis que este gigante agora acordou!

Este acordar, que outrora desdenharam e que agora começam a temer, deveu-se a uma Ordem dos Enfermeiros e a uma Bastonária, Enfª. Ana Rita Cavaco, e aos Movimentos de Enfermagem, que começaram a fazer ouvir a sua voz, a exigir respeito, dignidade e melhores condições de trabalho, melhores remunerações e uma carreira digna, que honre os ENFERMEIROS PORTUGUESES, sejam eles CIT’s ou CTFP. Não podemos nunca esquecer os EESMO’s, MNENF, a greve de 11 a 15 de Setembro/2017, a “Revolução dos Cravos Brancos, e a Ordem dos Enfermeiros, com todas as suas Secções, no apoio explicito e inequívoco às exigências e reivindicações dos ENFERMEIROS PORTUGUESES. Esta luta extravasou fronteiras e foi amplamente noticiada no estrangeiro, particularmente na Europa.

Com todos estes movimentos, manifestações e reivindicações, os Sindicatos de outrora, de forma oportunista, aproveitaram este início do rugir de gigante e desavergonhadamente colaram-se a esta força, que dia a dia crescia. Foi de tal forma este crescimento, que se geraram energias e espaços para o aparecimento de dois novos sindicatos – ASPE e SINDEPOR.

Após a “Revolução dos Cravos Brancos” de 15 de Setembro/2017, nada mais foi igual! Perdeu-se o medo!

Tudo continuou até aos dias de hoje, com os novos Sindicatos a consolidarem o seu espaço, mas os ENFERMEIROS, autonomamente, não perderam dinâmica e continuaram organizados. Houve manifestações, encontros, pedidos de audiência a Sua Excelência o Presidente da República, Prof. Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, mas tal como o Governo do Dr. António Costa, como Primeiro-Ministro e do Sr. Ministro da Saúde, Prof. Doutor Adalberto Campos Fernandes, nada evoluía. Os ENFERMEIROS sofriam tentativas de serem ignorados, iludidos, insultados, subjugados e desvirtuados e de serem obrigados a perder a mais rica e nobre qualidade que possuem, a sua honra!

Eis que um grupo corajoso, líder e herói, espontaneamente, cria o movimento “GREVE CIRÚRGICA” e inicia-se a coleta entre ENFERMEIROS, para financiarem a greve nos blocos operatórios de 5 centros hospitalares e universitários. A onda de apoio entre Colegas foi gigante. Os dois novos Sindicatos, ainda sem vícios e com lucidez plena, apoiaram esta greve, decretando um inteligente e oportuno pré-aviso de greve de meados de Novembro a 31 de Dezembro/2018. A Ordem dos Enfermeiros e a sua Bastonária, estiveram sempre ao lado desta luta e dos ENFERMEIROS.

Entretanto, tinha caído o anterior Ministro da Saúde, desgastado com, entre outras matérias, as reivindicações e greves dos ENFERMEIROS PORTUGUESES.

O rugir do gigante ecoava nos gabinetes do Governo e particularmente no Ministério da Saúde!
Eis que chega uma nova Ministra da Saúde, Profª. Doutora Marta Temido, que de forma arrogante, sem saber ser nem estar, não escutou o movimento que se agigantava, e numa atitude pouco polida, infantil, e nada diplomática ou política, insultou os ENFERMEIROS PORTUGUESES. Tentou por todos os meios desvalorizar esta Classe Profissional. Quis colocar em causa o pré-aviso de greve, mas nem o Conselho Consultivo da Procuradoria Geral da República lhe veio dar razão. Viu-se obrigada a pedir desculpas aos ENFERMEIROS, face a tanta pressão política.

O Governo apavorado com este gigante, usou as suas instituições de variadas formas, para tentar controlar os meios de comunicação social, debitando informação imprecisa e errónea, manipulando informação e verdades para confundir e dividir os ENFERMEIROS e a opinião pública.

Até A Associação de Administradores Hospitalares, pela voz do seu Presidente Dr. Alexandre Lourenço, políticos, comentadores, jornalistas, etc. , todos se pronunciaram de forma desfavorável, com o intuito de desmobilizar os ENFERMEIROS PORTUGUESES, pondo em causa a “GREVE CIRÚRGICA”, usando cinicamente argumentos que facilmente foram desmontados, inverdades e nada consolidados.

A Ordem dos Médicos, através do seu Bastonário, Dr. Miguel Guimarães, andou dividido e a dar “uma no cravo, outra na ferradura”, para ver de que forma se aproveitava melhor do momento para tirar dividendos próprios.

Eis que chegamos em pleno à GREVE CIRÚRGICA, e com as consequências em crescendo e em onda de choque, não só no Ministério da Saúde, mas também no Governo da Geringonça (PS, BE e PCP) e na Sede do PS do largo do Rato, começam estes políticos, vendidos às bancas rotas da banca, a considerar a negociação com os ENFERMEIROS PORTUGUESES.

Nada tendo evoluído, o Movimento “GREVE CIRÚRGICA” inicia a coleta para um novo fundo, com vista a uma nova GREVE CIRÚRGICA, agora a II, a iniciar em Janeiro até Fevereiro, alargando os Hospitais envolvidos. Dentro do prazo, foram angariados 400.000€. Os Sindicatos ASPE E SINDEPOR emitem novo pré-aviso de greve. A Ordem dos Enfermeiros mantém o seu apoio público e firme.

Janeiro 2019 começa com negociações entre Sindicatos e Ministério da Saúde, sempre com o entrave do Ministério das Finanças e do Sr. Ministro Mário Centeno.

Ao longo deste tempo, foram escritas páginas únicas de muito valor, coragem, honra e dignidade, por inúmeros ENFERMEIROS PORTUGUESES, não cedendo a pressões, injúrias, insídias e malvadezas.

O momento é de união! Este gigante está a rugir, está com força. Nada nos calará!

Desejamos e apelamos aos nossos dignos representantes, neste momento, ASPE E SINDEPOR, na mesa de negociações, que não cedam à demagogia, à falsa verdade, à desonestidade e às “lágrimas de crocodilo”. A contagem decrescente é uma realidade. O Governo não tem muito tempo, mas tem meios para satisfazer as reivindicações justas destes Profissionais. Os ENFERMEIROS PORTUGUESES já esperaram década e meia. Continuam a assegurar o SNS depauperado, sem investimento, desorganizado e carente de recursos humanos, nomeadamente ENFERMEIROS.

A nossa honra e dignidade não podem ser vendidas a qualquer preço, em torno de uma “mesa de vícios”, com alçapões e fundos falsos, por onde outros já passaram e deixaram marcas de perfídia a Toda Uma Classe Profissional, chamada ENFERMAGEM!

Por tudo isto, sem medos, o momento e a hora são de muita serenidade e de união inequívoca, dos ENFERMEIROS PORTUGUESES, perante a passividade do poder político e governamental do presente e do passado. A nossa demonstração de insatisfação tem uma dimensão que o Governo está a desvalorizar! Talvez se arrependam.
GREVE CIRÚRGICA 2 a nossa arma! Porque o tempo corre em contagem decrescente.

JUNTOS SOMOS MAIS FORTES! Assim o queiramos e saibamos sê-lo!

Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Comunitária
2019.01.12 – 21h00

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