A SINDICÂNCIA À ORDEM DOS
ENFERMEIROS, POR PARTE DO MINISTÉRIO DA SAÚDE, É UM ACTO DE DESESPERO
Na política, o
que parece, é! E é por este princípio que faço a leitura da decisão da Srª.
Ministra da Saúde, Profª. Doutora Marta Temido em decidir que a Inspecção-Geral
das Actividades em Saúde, investigue, através de uma sindicância, a Ordem dos
Enfermeiros, porque o seu desespero é grande. Há que dividir, para reinar!
É uma decisão
política. Mas política, imbuída de desespero, de raiva, de perda de estribo
político e de caminhar em frente, face ao abismo!
Lembrar mais uma
vez, e sempre me pronunciei neste sentido, que nunca deveriam ter aceitado o
pedido de desculpas da Srª. Ministra da Saúde, quando insultou os ENFERMEIROS.
Hoje volta a fazê-lo!
O que justifica,
qual o objecto, qual o móbil, o que motivou esta sindicância?
É uma decisão de
afronta, achincalhamento, autoritarismo, prepotência e ditatorial, que vai
muito para além dos Orgãos Sociais de uma Ordem Profissional. E tudo isto, extrapolado
para uma Classe Profissional. É persecutória. E acima de tudo é de uma má
gestão política. Mas isso cabe ao Governo gerir.
A SRª. Ministra
da Saúde, Profª. Doutora Marta Temido toma esta decisão porquê?
- Em meu entender, por razões de índole política e perda de dimensão de governante e insegura no seu lugar de Ministra;
- Porque se viu confrontada com notícias que abalam a sua credibilidade e capacidade como gestora no tempo da ACSS (confirmado pelo Tribunal de Contas) e como Ministra;
- Com esta decisão, lança a confusão, cria a desconfiança e desvia as atenções, sobre um problema grave de doentes que morreram em lista de espera, questão esta que a Ordem dos Enfermeiros em 2017 levantou e que agora em 2019, foi levantada pela Ordem dos Médicos;
- Porque o lugar da Srª. Profª. Doutora Marta Temido, enquanto Ministra da Saúde, começa a ser insustentável no seio do Governo e do próprio PS. E portanto, perdido por cem, perdido por mil;
- Porque a questão da Lei de Bases da Saúde, está também em causa, dentro da Família Socialista, e que o Sr. Presidente da República, terá uma palavra a dizer.
Não esquecer que,
com as manifestações, Greves Cirúrgicas 1 e 2, e marcha branca da Enfermagem,
deixaram esta governante fragilizada. Os Sindicatos Médicos e a própria Ordem
dos Médicos, tem vindo a confrontar a Srª. Ministra da Saúde com ameaças de
greve. Por isso há que desviar as atenções, com outros factos.
Para além disso,
este ano, tal como há eleições legislativas em Outubro, há também eleições para
os Orgãos Sociais da Ordem dos Enfermeiros. E porque a esquerda da Geringonça
do Governo, nunca aceitou ter perdido esta Ordem e ter perdido o controlo
sindical dos Enfermeiros, não perdoa o acontecido. Assim, há que
descredibilizar esta Instituição e os Enfermeiros que ocupam esses lugares,
particularmente a Bastonária, para ver se têm alguma chance de voltar à Ordem.
De igual gravidade,
é que há Enfermeiros, que no silêncio, acompanhado por um cinismo torpe e serôdio,
se regozijam com os ataques à sua Classe, aos Membros dos Orgãos que não são da
sua “cor” e nivelam sempre por baixo, qualquer tentativa de afirmação e de luta
por melhores condições para a Classe de Enfermagem.
O tempo, esse
sábio, dará todas as respostas a muitas dúvidas e questões que se colocam,
hoje!
Os ENFERMEIROS
PORTUGUESES não merecem este tratamento e estas afrontas, protagonizadas permanentemente
por este Governo, que se diz democrático e tolerante, mas que pelos seus actos,
contradiz a sua palavra, que já não é honrada, há muito tempo. Os Enfermeiros
têm memória, são gente de bem e têm poder de decisão, no uso dos seus direitos
cívicos e constitucionais.
Humberto
Domingues
Enf. Espec. Saúde
Comunitária
2019.04.23 – 21h30
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