quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Coisas para reflectir.... O perigoso regresso do sarampo!

Coisas para reflectir....
O perigoso regresso do sarampo!

Potugal continua a ser um dos países com taxas de cobertura vacinal muito elevadas.

Desenvolve -se há muitos anos, um trabalho hercúleo, a nível dos cuidados primários e de saúde pública, num atendimento personalizado e de proximidade com as comunidades, principalmente desempenhado pelos Enfermeiros, nas consultas de Enfermagem de Saúde Infantil, convocatórias para vacinação, visitação domiciliária e também a nível da Saúde Escolar,  o que faz com que se obtenham excelentes indicadores e taxas vacinais e imunidade, nas diferentes faixas etárias e por isso também, imunidade de grupo.

Esta é mais uma realidade inquestionável e da qualidade do nosso SNS.

Ficamos preocupados com os casos de sarampo que começam a (res)surgir na Europa, concretamente no Reino Unido, onde, segundo a OMS, esta infecção/doença  tinha sido eliminada.

Não permita a infecção por sarampo!

Vacine-se por amor à sua Saúde!

Mantenha a imunidade, vacinando-se!

Humberto Domingues
Enf Espec Saúde Comunitária
2019.08.29 - 16h30

domingo, 18 de agosto de 2019

A DEMAGOGIA, O POPULISMO E A MANIPULAÇÃO, DISCIPLINAS MAJOR DESTE GOVERNO

A DEMAGOGIA, O POPULISMO E A MANIPULAÇÃO, 
DISCIPLINAS MAJOR DESTE GOVERNO

Ao fim desta legislatura, os seguidores, servidores, colaboradores e demais simpatizantes, tiraram com certeza uma licenciatura, daquelas tiradas ao domingo, onde as disciplinas major de tronco comum, foram a demagogia, o populismo e a manipulação, onde o “Director de curso” foi o Dr. António Costa e o “Reitor desta Universidade” foi o Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa.



Num País onde temos um Primeiro-Ministro não eleito pelo Povo, uma oposição que se eclipsou porque perdeu o azimute da intervenção e oportunidade política, onde os partidos da esquerda e as centrais sindicais se colocam ao lado do patronato, contra os sindicatos fora da sua esfera e dos trabalhadores que não estão ao serviço das suas directivas, só podemos dizer e concluir que as alterações climáticas, provocam mesmo alterações. Aconteceu que a metamorfose do direito à greve aconteceu, pelas mãos da esquerda! Quem diria?


Sua Excelência o Presidente da República, aos costumes disse nada. Factos são factos: Perante o flagelo dos fogos florestais, com maior magnitude em 2017, por haver mortes em número de mais de cem pessoas, de Pedrogão Grande, a falência da Protecção Civil e do Estado, na defesa dos Cidadãos. Os serviços de vários hospitais em rotura, sem roupa e sem camas para acomodarem os doentes. Listas de espera, para cirurgias, manipuladas. Várias greves e manifestações de Enfermeiros, de dimensões nunca vistas. Greve dos Médicos e dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica. Desvios de dinheiros públicos, corrupção em diversos Institutos públicos e Instituições subsidiadas com o dinheiro de vários Ministérios e Segurança Social. Subsídios e financiamentos “raríssimos” e de difícil compreensão. Greve dos estivadores. Roubo de armas e material militar de Tancos. E uma “sindicância”, nunca vista, a uma Ordem Profissional-Ordem dos Enfermeiros. Sua Excelência continuou a dizer, nada!


Por fim, os motoristas de matérias perigosas e não só, vieram mostrar todas as fragilidades do nosso País, enquanto Nação. Esta greve veio mostrar, entre outras coisas, a perversão em que assentam alguns valores de instituições, como a Militar e as das Forças de Segurança, em que a falta de respeito pelos seus estatutos, possibilitou ao poder político, coloca-los como motoristas de transporte, por muito dignas e importantes que sejam estas profissões, e são-no sem sombra de dúvida! Mas as chefias e a hierarquia Militar, amanuenses do poder político, é que não estiveram à altura de preservar as suas Instituições, a esta encenação e boneco político. A meu ver, falhou o Ministro da Defesa, falharam as Chefias Militares a nível do Estado-Maior e falhou o Chefe-Supremo das Forças Armadas, que é o Presidente da República.
 O Governo serviu-se da Comunicação Social e esta deixou-se usar, para passerelle das suas manipulações, do seu circo, fazendo de cada intervenção dos seus Ministros, em simultâneo, mas em canais de televisão, diferentes, um acto teatral, de que vinha aí o “fim-do-mundo”. Mas eles, Ministros trabalhadores de um Governo responsável, eram capazes de evitar, por agora, este “fim-do-mundo”!


Com todo este teatro e manipulação da informação, deixou de se falar dos incêndios, das maternidades encerradas, dos falhanços nas negociações para lugares na Europa. E os Portugueses continuam a abastecer os seus veículos, pagando até mais caro o combustível, mas não faz mal, porque entretanto o campeonato de futebol até já começou…

Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Comunitária
2019.08.18 – 10h00

sexta-feira, 16 de agosto de 2019

BASTONÁRIA DA ORDEM DOS ENFERMEIROS ENTREVISTADA NA RADIO OBSERVADOR

BASTONÁRIA DA ORDEM DOS ENFERMEIROS ENTREVISTADA 
NA RADIO OBSERVADOR


LINK:
https://observador.pt/programas/direto-ao-assunto/ana-rita-cavaco-em-entrevista/

A Srª. Bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Enfª. Ana Rita Cavaco, foi entrevistada na “Rádio Observador”. É pública, portanto!

A Srª. Bastonária, Enfª. Ana Rita Cavaco, foi objectiva, clara. Tratou os assuntos frontalmente, não fugiu a nenhma questão e acima de tudo, esclareceu com transparência e objectividade as dúvidas que pudessem suscitar.
Cabe a todos agora, de forma isenta e com dignidade na apreciação, avaliar. Uma coisa é certa, a Srª. Bastonária, assumiu e defendeu mais uma vez os Enfermeiros. Deu a voz por todos os Enfermeiros. Deu exemplos concretos, perante as questões colocadas. Chamou as “coisas” pelos seus próprios nomes, sem titubear, sem fugas para a frente e sem desculpas!

Obrigado Srª. Bastonária, Enfª. Ana Rita Cavaco, por mais este serviço público em nome dos Enfermeiros. Obrigado por assumir mais este desafio, nos tempos que correm. Obrigado pela disponibilidade.

Estou convencido que, a muito breve prazo, perceberemos todos, muitas destas teias e armadilhas, em torno dos Enfermeiros e da sua Ordem Profissional, por parte do Governo e do Ministério da Saúde, que estão subjacentes à forma de fazer/executar a “Sindicância”.

Obrigado Enfª. Ana Rita Cavaco, por mais esta demonstração e partilha de coragem.

Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Comunitária

2019.08.16 – 20h00

sábado, 10 de agosto de 2019

"Prescrição por Enfermeiros: um caminho incontornável" - Luís Filipe Barreira

"Prescrição por Enfermeiros: um caminho incontornável" - Luís Filipe Barreira


Publico aqui o artigo de opinião do Sr. Enf. Luís Filipe Barreira, Vice-Presidente da Ordem dos Enfermeiros.

Link:

É para mim um excelente artigo de opinião e de reflexão profunda que o Sr. Enf. Luis Filipe Barreira publica e partilha com todos nós. Parabéns!

É um artigo que obriga a uma reflexão isenta, e que fica bem expressa, que não é retirar competência nem espaço a ninguém, mas sim um ajuste à realidade de competências e de novos saberes da Enfermagem, já firmados e demonstrados, com o objectivo, esse sim, muito antigo e primordial, de melhor acompanhar, tratar e servir o doente/utente e Cidadão que precisa de cuidados de saúde, entre os quais, cuidados de Enfermagem. 


É meu entendimento também e por isso permito-me dizer, que só quem não conhece a realidade, hoje, é que pode daqui inferir para outras realidades ou conjecturas, no sentido de adulterar o pensamento aqui expresso.

Se não se desviar o foco e não se fizerem interpretações indevidas e diferentes, do que vem e está expresso no artigo, é Já esta, uma realidade, de grandes benefícios, no real contexto.

Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Comunitária
2019.08.10 - 15h00

quinta-feira, 8 de agosto de 2019

SERÁ NECESSÁRIO REFUNDAR O PAÍS E A DEMOCRACIA EM PORTUGAL?


SERÁ NECESSÁRIO REFUNDAR O PAÍS E A DEMOCRACIA EM PORTUGAL?


No seguimento de acontecimentos que estão a ferir, no meu humilde ponto de vista, os direitos de trabalhadores e da Sociedade no seu todo, em particular os Cidadãos mais desfavorecidos. Coloco a pergunta: Será necessário refundar o País e a Democracia em Portugal?

Vivemos uma legislatura (2015/2019), onde o Partido Socialista (PS) governou com apoio parlamentar do Bloco de Esquerda (BE), do Partido Comunista Português (PCP e Verdes) e do Partido Animais e Natureza (PAN), fazendo assim maioria absoluta na Assembleia da República. Apesar de ser um Governo da “Geringonça e das Esquerdas”, os trabalhadores, na sua maioria, viram os seus direitos afectados, diminuídos e pervertidos por esta maioria governativa. E os que se dizem “grandes defensores” dos direitos dos trabalhadores não estiveram sempre do lado destes!

Na Saúde, à custa de deficits zero e outras vontades (dos mais variados quadrantes políticos), houve congelamentos e cativações de vária ordem e uma baixa taxa/ou inexistente investimento, com uma despesa pública na Saúde a rondar os 6,0% do PIB, em 2018. Muito baixo, portanto.

À custa deste baixo investimento e despesa, aconteceram inúmeras peripécias, de forma estrutural, neste baluarte, conquistado com a democracia, que foi a criação do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e a oferta, “tendencialmente gratuita” dos cuidados de saúde, aos Cidadãos. Mas hoje, as listas de espera para cirurgias e primeiras consultas de especialidades foram-se avolumando, tornando-se intermináveis, apesar de adulteradas pela actual Ministra da Saúde, ao tempo, Presidente da ACSS. Falta de camas nos serviços e nas urgências, falta de roupa e material hoteleiro em todos os serviços, falta de material de consumo clínico, encerramento de serviços e maternidades, transferências de grávidas a fazerem 200 e 300 quilómetros, mortes ocorridas que poderiam ter sido evitadas, etc.

Para além destas questões descritas, acresce a falta dos Recursos Humanos: Enfermeiros, Médicos, Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica, Assistentes Técnicos e Operacionais.

Os Enfermeiros sentiram, e de que maneira, toda esta afronta e falta de investimento, não revalorização da Carreira e perseguição, com as mais impensadas falácias que o Governo e as “Esquerdas” construíram, para não valorizar a Classe Profissional, publicando o Governo, uma Carreira que nada tem a ver com as reivindicações dos Enfermeiros e com as reais necessidades e exigências do SNS, para cuidar e tratar das Pessoas.

A perseguição foi de tal forma, que até a Srª. Ministra da Saúde se “disponibilizou” para insultar os Enfermeiros, decretar uma sindicância à Ordem dos Enfermeiros, numa arrogância nunca vista, contra a Sua Bastonária e numa afronta toda montada em manipulações e de inverdades, usando a Comunicação Social ao seu serviço para “envenenar” a opinião pública e virá-la contra os Enfermeiros.

Mas, não foram só os Enfermeiros, Os Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica e os Médicos também sofreram este desgoverno, a mentira e as manipulações do Ministério da Saúde.

Os Professores foram outra Classe Profissional, onde o Governo também usou e abusou da mentira e da manipulação, não reconhecendo o tempo de serviço. A afronta foi de tal forma, que até o líder da “Fenprof” foi também usado e armadilhado pelo próprio partido (PCP/CGTP).

Os Polícias e a GNR, forças de segurança, foram também “actores” de inúmeras manifestações, deixando sempre presente o muito descontentamento que reina nestas forças, com as limitações de instalações, viaturas e fardamento.

Os Camionistas de combustíveis e matérias perigosas deixaram o País e o Governo em suspenso, pela dureza das suas greves e a implicação na economia Portuguesa.

Os Estivadores foram outra classe profissional que desafiou o Governo, tendo sofrido também carga policial, nas suas manifestações e greves.


Quanto ao Governo e Deputados, os casos foram mais que muitos. Viagens pagas por entidades privadas a deputados e membros do governo, contrariando os estatutos e as leis. Financiamento de IPSS (caso raríssimas e outras) à custa dos orçamentos de ministérios. O nepotismo no Governo que atravessou fronteiras em notícias dos jornais principais de Espanha e França (ABC e Le Monde). Negócios de familiares de membros do governo e deputados com o Estado, proibidos por Lei. Falsas presenças de Deputados no parlamento e, residência declarada não condizente com a residência efectiva, com vista ao recebimento de subsídios. Roubo de armamento militar de Tancos.

Mas os casos mais violentos foram os incêndios de 2017, 2018 e 2019, com inúmeras mortes, casas, muitas delas, primeiras habitações, que até hoje, ainda não foram reconstruídas. Contratos e aquisições de helicópteros parados, golas de fumo e outras despesas da Protecção Civil e Ministério da Administração Interna por explicar. Ministro da Administração Interna, uma nulidade!

Perante tanto descalabro, o falhanço permanente do Estado em defender os seus Cidadãos, sinais evidentes e constatados de corrupção, inoperacionalidade dos meios de socorro às Populações e Cidadãos – Caso do INEM, Protecção Civil – Sua Excelência o Sr. Presidente da República, nada diz, nada faz, contorcendo-se entre os pingos da chuva, para assegurar um mandato sem conflitos com a “Geringonça Governativa” e colhendo o apoio para um segundo mandato, traindo a sua “família política” e o mais humilde e indefeso cidadão.

Por último, os Sindicatos! Sempre que movimentos de cidadãos, das diferentes profissões saíram da alçada, dos ditames e das orientações partidárias das suas centrais, viram as grandes centrais sindicais traírem a defesa dos direitos dos cidadãos trabalhadores, pondo-se ao lado do Governo e dos patrões, porque deixaram de ter voz sobre quem lhes paga as quotas mensais para a sua sobrevivência. E aqui temos mais uma vez exemplos claros, como os movimentos inorgânicos de Enfermeiros, os dois novos Sindicatos de Enfermagem e o/os Sindicatos dos Camionistas.

Com o Governo das “esquerdas geringonçadas”, os direitos dos trabalhadores foram espezinhados, quartados, e descontextualizados, mas nada se passou. O POVO viu, sentiu e comeu em silêncio!


Com a cereja no cimo do bolo, e para manter uma Classe Profissional do agrado do Poder Político, Sua Excelência o Presidente da República promulga o aumento de mais 700€ para os Juízes, proposta esta do Governo. Dizer que muitos milhares de Portugueses não ganham por mês estes 700€ e têm que governar uma Família, com filhos em idade escolar, à custa do sacrifício de uma vida.

Por onde param os fundadores, realizadores e executores do 25 de Abril que queriam instalar uma democracia, que não trouxesse ditaduras nem de direita nem de esquerda? Por onde andam os Militares que têm obrigação de defender a Nação e o POVO dos desmandos dos políticos? Por onde anda todo um POVO, que no passado dobou cabos das tormentas transformando-o em cabo da boa esperança, conquistando o Mundo e agora, sem voz, sem estatuto, triste e cabisbaixo vota silenciosa e a favor de quem lhe retira todos os dias a sua pequena e humilde “riqueza pecuniária” fruto de horas e horas de trabalho, anos e anos de serviço, onde a reforma só é atingida aos mais de 66 anos, quando estes mesmos que decretam estes limites, legislam para as suas reformas bem mais cedo, englobando todo o tipo de subvenções, muitas delas livres de tributação fiscal!

Acorda meu POVO! Que amanhã pode ser tarde!

Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Comunitária
2019.08.08 – 22h00

quarta-feira, 7 de agosto de 2019

GRAVIDA TRANSFERIDA DE FARO PARA LISBOA - BEBÉ MORRE

GRAVIDA TRANSFERIDA DE FARO PARA LISBOA
RECÉM NASCIDO ACABOU POR MORRER NO HOSPITAL AMADORA-SINTRA


Infelizmente aconteceu o que se previa e que a Ordem dos Enfermeiros e a Ordem dos Médicos, pelas vozes dos seus Bastonários vem há muito tempo alertando, particularmente para as urgências dos Hospitais, Maternidades e Cirurgias.

Mais um caso que acontece, neste Verão!

Que causas estiveram subjacentes a esta questão: Transferência de Hospital em Hospital, e posteriormente, morte do recém nascido?

Quem tem responsabilidades. nestes e noutros casos? O inquérito de averiguações vai esclarecer (?). Mas essencialmente, e perante o que sabemos e dos alertas que as ordens têm deixado, não há responsabilidade política?

Já sabemos... o costume....

Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Comunitária
2019.08.07 - 19h00

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

ENFERMAGEM NA INTERDISCISCIPLINARIDADE DA CIÊNCIA E DO CUIDAR EM SAÚDE

ENFERMAGEM NA INTERDISCISCIPLINARIDADE DA CIÊNCIA
 E DO CUIDAR EM SAÚDE


Uma das grandes conquistas da democracia foi a qualidade e o nível de acesso que os cidadãos passaram a ter com/aos cuidados de saúde, através da criação e existência do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Contudo, hoje, infelizmente, o sector da Saúde vive momentos conturbados neste nosso Portugal.

Evoluiu-se, até há alguns anos atrás, em instalações, em qualificação dos profissionais de saúde, nas especialidades, e na democratização do acesso aos cuidados de saúde. É inquestionável! Mas hoje sente-se o inverso. Falta de recursos humanos, listas de espera de cirurgias e primeiras consultas de especialidades, intermináveis, mobiliário, equipamento e instalações degradadas e obsoletas. No entanto, a qualificação técnica de Enfermeiros, Médicos e Técnicos de Diagnóstico manteve-se alta ou até aumentou.
Politicamente, ouvimos os seus responsáveis dizer que querem uma saúde igual para todos. Que querem equidade na saúde. E todos temos direito a mais e melhor saúde. Palavras agradáveis de ouvir. Muitas delas não passam de promessas vãs, porque quando há necessidade de investimento e decisões, estas nunca mais chegam ou acontecem.

O SNS possui profissionais com elevadas qualificações académicas e com uma diferenciação técnica e científica, elevadíssima. E aqui os Enfermeiros não fogem a esta realidade. Ignorar, por parte do Governo e do Ministério da Saúde, esta Classe Profissional e, para além disso, afronta-la com insultos, não reconhecimento da valorização académica e profissional com remunerações adequadas e, a mais–valia que representa para o SNS, é um erro de gestão política de grande magnitude.
Por isso, pensar um SNS, (que tantos querem destruir), sem Enfermeiros, pode ser outra coisa qualquer, mas não é o SNS.

Os Enfermeiros, como insubstituíveis quadros técnicos nas Equipas multidisciplinares/pluridisciplinares, possuem um saber científico muito evoluído. Um saber sustentado na prática e na investigação científica. Um saber científico, associado a várias disciplinas do saber, preocupado com a evolução, melhoria e qualidade dos cuidados a prestar ao comum cidadão doente/limitado, no sentido de lhe proporcionar mais qualidade de vida, melhor qualidade de vida, melhores anos à sua vida, melhor reabilitação e melhor reintegração na vida activa, quando o caso. São ENFERMEIROS brilhantes que partilham o seu saber, as suas investigações, as suas publicações, com outras classes profissionais e a transdisciplinaridade da ciência do cuidar em Saúde, de toda uma intervenção, acontece, quer seja na vida hospitalar, quer nos cuidados primários, quer na Comunidade, que possibilitam os indicadores de saúde que Portugal exibe, que vão desde as taxas elevadíssimas de cobertura vacinal, às reduzidas taxas de mortalidade infantil, natal e perinatal, etc. etc.

É todo este trabalho nas unidades e no dia-a-dia, investigações, publicações e comunicações dignas de referências ao mais alto saber do “campus” da ciência e da investigação, quer nas ciências médicas, como sociais e económicas, que atribuem qualidade internacional à Enfermagem Portuguesa.

Perante este riquíssimo saber, produzido por Enfermeiros, saberá, esta nossa Nação, este nosso Estado, este Governo, da existência deste conhecimento científico? Saberá que este conhecimento, investigação e técnicas são todos os dias postos ao serviço dos Cidadãos, com vista a melhorar a sua qualidade de vida? Penso que não! 


A visão, particularmente dos Governantes e poder político, está demasiado limitada, distante e com amplitude reduzida para perceber isso, porque só conseguem ver, e mal, a arte e ciência médica (restrita), por muito valiosa que seja, e é, inquestionavelmente, mas há muito mais para além disso. É a arte e ciência dos Enfermeiros que existe nos hospitais, mas também nos cuidados de saúde primários e na comunidade. Estes Governantes como não percebem, como não valorizam, como não conhecem, não estão dispostos a serem confrontados com esta realidade e, por isso, também não estão dispostos a remunerar de forma proporcional estes valiosos Enfermeiros, pelo trabalho que realizam, em toda a amplitude de intervenção e ciclo vital. E é pena que assim seja. Muita pena! Porque, muitos destes brilhantes Enfermeiros, vão fronteira fora partilhar os seus valiosos conhecimentos em países que melhor os acolhem, reconhecem, gratificam e criam condições de continuidade de trabalho, direcção de serviços e investigação. E por isso não voltam.

Há necessidade de iniciar uma adequada campanha de comunicação e marketing para demonstrar o que de muito valioso já se faz nas diferentes unidades e dimensões da saúde, no cuidar e na investigação, protagonizado pelos Enfermeiros. A falta desta visibilidade junto da Sociedade é comoda ao poder político e ao Governo. Há que inverter este comodismo e promover o confronto de realidades – a real e a virtual. O tempo urge!

Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Comunitária
2019.08.04 – 22h00

DESAFIOS PARA A MINISTRA DA SAÚDE E SNS

DESAFIOS PARA A MINISTRA DA SAÚDE E SNS Nas diferentes épocas sazonais, como é o caso do Verão, o Ministério da Saúde está sempre sob “pro...