terça-feira, 30 de maio de 2023

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA SAÚDE, EM QUE CONDIÇÕES?

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA SAÚDE, EM QUE CONDIÇÕES?


A discussão em torno do “aparecimento” e evolução da “Inteligência Artificial” (IA) vem ocupando cada vez mais fóruns, congressos e convenções, os nossos Pensadores, Filósofos, Sociólogos, Cientistas, Profissionais das diferentes classes e profissões e decisores políticos.


Sem dúvida que a evolução é necessária, e com a “Pandemia”, a tecnologia, a internet e o digital, em abstrato, deram um salto qualitativo enorme.


Na Saúde, a evolução tecnológica, a electromedicina e a nanotecnologia, ajudaram cada vez mais, no diagnóstico, em novos materiais de cirurgia e de tratamento de feridas das diversas especialidades. A robótica também chegou às salas e blocos operatórios.


A evolução da “IA” foi te tal forma grande e rápida, que vem apanhando muita gente de surpresa e distraída, o que vem provocando reflexões muito sérias e a levantar e colocar questões do foro ético, deontológico e até moral.


Se por um lado, e muito longe da “IA”, até aceitamos que virados para uma parede, possamos “pedir” à máquina que nos dê parte do nosso dinheiro, falamos para um smartphone que nos ligue para o contacto X ou Y, ou quando fazemos uma viagem, aceitamos que uma voz da máquina nos dê ordens para virar no cruzamento ou sair naquela rotunda e até sabe que chegamos ao nosso destino, por outro lado, vai ser difícil de aceitar que um robô nos preste cuidados de saúde num internamento hospitalar, ou nos vá prestar esses mesmos cuidados de saúde ao domicílio. E mesmo que a evolução seja tanta e tão grande que torne tudo isto, estranhamente, uma realidade, faltará sempre uma comunicação verbal e não verbal no relacionamento e compreensão humana.

Parece-me que a “IA” trabalha e apresenta-se com base em algoritmos, fórmulas matemáticas, e bases de dados longas, complexas e com “inúmeras chaves” e hipóteses de resposta. Serão sempre máquinas muito complexas, criadas pelo Homem, a tentar imitar e substituir este, nas suas várias dimensões e qualidades. Deixará a “IA” de ter defeitos? Será tudo tão perfeito? E na Saúde, em que condições e como irá funcionar a “IA”?

Com a “Pandemia”, tivemos um exemplo claro, que apesar da alta tecnologia, da química dos medicamentos e vacinas, sem Recursos Humanos, nada era possível.

Podemos evoluir muito para as tecnologias, para os robôs fazerem cirurgias, para a “IA” dar respostas às inúmeras perguntas, projectos e documentos, mas nada será jamais comparável, aos momentos em que o Enfermeiro se acerca de um doente e lhe segura nas mãos transmitindo-lhe presença, segurança, afecto e momento de escuta às suas dúvidas e inquietações. Às confissões, desabafos e mensagens do último minuto de vida. Ao momento em que o Enfermeiro traz ao mundo e o recebe nos braços, o bébé que acaba de nascer e o coloca no peito da Mãe,uHumanos ou o deixa no colo do Pai. Nos momentos difíceis, quando tem que olhar nos olhos dos Familiares, ou usa o telefone, para comunicar um óbito! Por muito que a tecnologia possa ser apurada, faltará sempre o calor do toque, do afecto. do humanismo e das emoções. Mas os Enfermeiros estarão lá, sempre!

Pensemos um pouco como será, ou tentará ser, esta “IA” num serviço, valência ou unidade de ambulatório de Psiquiatria? Ou de Pediatria ou Obstetrícia? Ou doenças degenerativas ou oncológicas? Sabemos, sem qualquer sombra de dúvida, que a empatia, o tacto e a linguagem não verbal são importantíssimas numa comunicação. No extremo, como será a comunicação da “IA” na interação com o Utente/Paciente/Cliente/Cidadão?

Numa outra dimensão, parece-me também necessário pensar sobre o Trabalho e as Profissões e novos conteúdos e competências destas, carreiras e remunerações. Mas Recursos Humanos serão sempre necessários.

Um novo paradigma surge sobre a Ciência, a Saúde e a forma do cuidar do Cidadão, seja ele mais ou menos informado, pertença a que classe profissional ou social pertença, mas as questões éticas e deontológicas terão de ser de tal forma claras, firmes e de fronteira, para que as Pessoas sejam sempre atendidas e tratadas como Pessoas Humanas e, não como humanoides!

O Futuro o dirá!

Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Comunitária
2023.05.30

quarta-feira, 17 de maio de 2023

DIAMANTE DE 50 ANOS NA VANGUARDA DO ENSINO DA ENFERMAGEM

DIAMANTE DE 50 ANOS NA VANGUARDA DO ENSINO DA ENFERMAGEM


A Escola Superior de Saúde, do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (anteriormente chamada de Escola Superior de Enfermagem ou Escola de Enfermagem de Viana do Castelo) comemorou 50 anos, no passado dia 16 de Março/2023, numa cerimónia pública recheada de lembranças, recordações, emoções e surpresas, onde não faltaram as palmas, os risos, a alegria, as lágrimas e a união em torno desta Instituição.


Foram 50 anos na vanguarda do ensino da Enfermagem, onde tantos bons Enfermeiros aprenderam a promover a Saúde e a cuidar do Cidadão doente e do próximo. Tantos Jovens se fizeram excelentes Enfermeiros, assumiram inúmeros papeis e desafios, foram e são líderes, rasgaram fronteiras, trabalharam e viajaram pelo mundo, deixando o nome da Sua Escola e de Viana do Castelo registado no mais nobre livro de memórias e de histórias – A memória e a gratidão das Pessoas!


Foi pelo Decreto nº. 243/73 de 16 de Maio, que foi criada a Escola de Enfermagem de Viana do Castelo, tendo como Vogal da Comissão Instaladora a Enfª. Maria Adelina Bandeira Correia, sendo Directora desta Escola durante vinte e sete anos. Ainda hoje é uma referência da Enfermagem. Em Janeiro de 1974, num edifício do início do sec.XX, de linhas arquitetónicas imponentes com características solarengas que ainda hoje existe, na Av. Conde da Carreira, recebeu os primeiros alunos. Nestes longos e lindos 50 anos, teve a Escola cinco Directores, que, com as suas Equipas enobreceram o caminho cheio de obstáculos, sinuoso, cheio de dificuldades, mas também de muitas conquistas, vitórias e essencialmente, o reconhecimento da Academia como símbolo mais alto do saber, das Instituições, das entidades públicas e poder político, civil e religioso, dos Enfermeiros e dos Cidadãos. Foram estes cinco Directores: Enfª. Adelina Bandeira Correia, Enfª. Ermelinda Ribeiro Jaques, Enf. Carlos Louzada Subtil, Enfª. Mara Rocha e Enfª. Aurora Pereira, os “obreiros”, os “artífices”, os “ourives”, os “sonhadores”, os Gestores e Líderes que lapidaram este diamante e o trouxeram até ao dia de hoje, numa cerimónia comemorativa que teve como lema “50 anos… Uma História feita de futuro…”, tendo lugar uma sessão solene com uma conferência alusiva “A formação de Enfermeiros e a identidade profissional” e a apresentação de um livro comemorativo do 50º. Aniversário da Escola, com o título muito sugestivo “50 anos de trajectos e projectos”, recheado de história, de imagens, de texto e testemunhos, que comovem e emocionam o leitor mais insensível. Que bela obra! Que dimensão Social! Nesta cerimónia teve lugar a protocolar sessão de abertura com a presença de muitas autoridades, individualidades, convidados, profissionais, antigos e actuais professores, funcionários e alunos. Houve lugar a uma visita guiada a uma exposição e o respectivo bolo de aniversário.


Voltando às memórias e testemunhos deixados em vídeo e textos, disseram, que não era fácil, mas era bom, ser-se aluno da/na Escola de Enfermagem, pelo rigor, pela exigência e pelo conhecimento científico que nos era transmitido e exigido. Como alunos, sentiamos nos estágios fora de Viana do Castelo e nas visitas de estudo, uma deferência connosco, pelo facto de sermos alunos da Escola de Enfermagem desta Cidade. O distrito de Viana do Castelo possui uma Escola de referência no Ensino da Enfermagem e de responsabilidade social, também.


A Escola contava, tal como hoje, com Professores carismáticos, de um conhecimento científico enorme e de uma envergadura de humanismo, única. Uma Escola que fazia questão de ter e convidar bons Professores externos para lecionar as várias partes das matérias, mas também, preletores nacionais para seminários, reuniões científicas ou aulas semanais, muitas vezes aos sábados. Os desafios eram grandes, as alterações curriculares e estruturais dos cursos tinham que acompanhar a legislação e as normas europeias, mas a Escola de Enfermagem estava sempre lá, na primeira linha da inovação, da responsabilização na formação de bons Enfermeiros. E aqui mais uma vez a Escola de Viana era uma referência.

Nos tempos idos, nunca havia dificuldade de colocação para os Enfermeiros recém formados da Escola de Viana. E quando se era selecionado e admitido nas diferentes especialidades de Enfermagem lecionadas na “nossa” Escola, era já outro patamar de visibilidade, de responsabilidade e de valor curricular acrescido.

Da vida desta Escola contam também inúmeros intercâmbios e projectos internacionais de investigação e de mobilidade de Professores e Alunos, desde os Estados Unidos à Europa. Tem actualmente na investigação, uma moderna produção de conhecimento.

Uma outra dimensão da Escola de Enfermagem era/é, a de perceber capacidades e dimensões, visionar oportunidades e projetos, acolher desafios e realizá-los, sem nunca perder os pontos cardeais da sua localização, da sua importância e magnitude, mas também, não perder de vista e a posição, sempre, da/na linha da frente.

Há valores, recordações e memórias, que não são alienáveis. São muitos destes valores que a Instituição Escola de Enfermagem de Viana do Castelo (hoje Escola Superior de Saúde) nos ofereceu e fez guardar, uns partilhados, outros só nossos!

É esta Instituição, esta Escola, um diamante com 50 anos e com muitos quilates de valor, porque teve, sempre, docentes e não docentes que souberam lapidar com carinho, sabedoria e conhecimento, esmero e orgulho, este baluarte do Ensino de Enfermagem em Viana do Castelo e no país!

Parabéns, Escola Superior de Enfermagem/Saúde de Viana do Castelo!

Parabéns a Todos que souberam, com galhardia, honrar e perdurar no tempo, esta nobre Instituição!

Humberto Domingues
Enfermeiro Especialista em Saúde Comunitária
2023.05.17

UM FOTOGRAMA NUMA LONGA METRAGEM DE 50 ANOS!

UM FOTOGRAMA NUMA LONGA METRAGEM DE 50 ANOS!

O texto que a seguir se transcreve, é o meu testemunho, que consta no livro apresentado na comemoração do 50º. aniversário da Escola Superior de Saúde, no dia 16 de Maio de 2023.

 UM FOTOGRAMA NUMA LONGA METRAGEM DE 50 ANOS!

Fazer parte com este “fotograma” num filme de comemoração dos 50 anos da Escola Superior de Saúde de Viana do Castelo, onde tantos Professores, Individualidades e Ex-Alunos de percursos brilhantes, que compõem este ilustre elenco, é para mim uma honra enorme. Ter sido aluno, formar-me aqui, guardar tão gratas recordações e ainda hoje, sentir-me “da casa”, é algo muito único, muito especial, que me orgulha e ao mesmo tempo me permite manifestar a minha gratidão por esta excecionalidade.

A minha formação académica no Curso Superior de Enfermagem, divide-se em 2 trajetos: O Curso Base no antigo edifício de linhas arquitetónicas imponentes com características solarengas, na Avenida Conde da Carreira, próximo dos “Paços do Concelho”. E depois, na Especialidade em Saúde Comunitária, no novo edifício (atual), com instalações condignas. Foram 5 anos e meio de muito estudo, sacrifícios, responsabilidade, mas também de prazer, convívio e solidariedade. Não era fácil, mas era bom, ser-se aluno da/na Escola de Enfermagem, pelo rigor, pela exigência e pelo conhecimento científico que nos era transmitido e exigido. Como aluno, senti nos estágios fora de Viana do Castelo e nas visitas de estudo, uma deferência connosco, pelo facto de sermos alunos da Escola Superior de Enfermagem desta Cidade. O distrito de Viana do Castelo possui uma Escola de referência no Ensino da Enfermagem e de responsabilidade social, também.

A Escola contava no meu tempo, tal como hoje, com Professores carismáticos, de um conhecimento científico enorme e de uma envergadura de humanismo, única. Uma Escola que fazia questão de ter e convidar bons Professores externos para lecionar as várias partes das matérias, mas também, preletores nacionais para seminários, reuniões científicas ou aulas semanais, muitas vezes aos sábados.

Os desafios eram grandes, as alterações curriculares e estruturais dos cursos tinham que acompanhar a legislação e as normas europeias, mas a Escola de Enfermagem estava sempre lá, na primeira linha da inovação, da responsabilização na formação de bons Enfermeiros que rasgaram e enfrentaram novas fronteiras e novos mundos. E aqui mais uma vez a Escola de Viana era uma referência.

Nos tempos idos, nunca havia dificuldade de colocação para os Enfermeiros recém formados da Escola de Viana. E quando se era selecionado e admitido nas diferentes especialidades de Enfermagem lecionadas na “nossa” Escola, era já outro patamar de visibilidade, de responsabilidade e de valor curricular acrescido.

Tive essa sorte de ter sido selecionado, frequentado e formado Especialista em Saúde Comunitária, aqui, e por isso perceber o quanto era importante ser aluno e formado nesta Escola. Especialidade, esta, que me daria a oportunidade de rumar aos Estados Unidos, para um estágio de 3 meses, na University of Texas, Health Sciences Center at San Antonio-School of Nursing, num projecto Europeu e Americano – EU/USA International Community Health NetWorking Project, com o Congresso final na Finlândia-Mikkeli Politechic, Savonlinna School of Health Care, onde apresentamos um poster.

Ter representado a Enfermagem Comunitária e a Escola Superior de Enfermagem de VC em tão grande desafio e realização, foi um momento único, enorme. Deixar assinado no “Livro de Honra” da Câmara Municipal de San António do Texas, nesta qualidade, foi também uma honra e um orgulho.

E esta era/é a outra dimensão da Escola Superior de Enfermagem de VC: Perceber capacidades e dimensões, visionar oportunidades e projetos, acolher desafios e realizá-los, sem nunca perder os pontos cardeais da sua localização, da sua importância e magnitude, mas também, não perder de vista e a posição, sempre da linha da frente.

Há valores, recordações e memórias, que não são alienáveis. São muitos destes valores que a Instituição Escola Superior de Enfermagem de Viana do Castelo (hoje Escola Superior de Saúde) me ofereceu e me fez guardar, uns partilhados, outros só meus. E a Instituição Escola é um diamante com 50 anos e com muitos quilates de valor, porque teve, sempre, docentes e não docentes que souberam lapidar com carinho, sabedoria e conhecimento, esmero e orgulho, este baluarte do Ensino de Enfermagem em Viana do Castelo!

Parabéns, Escola Superior de Enfermagem/Saúde de Viana do Castelo!

Parabéns a Todos que souberam, com galhardia, honrar e perdurar no tempo, esta nobre Instituição!

 

Humberto Domingues

Ex-Aluno

Enfermeiro Especialista em Saúde Comunitária

segunda-feira, 8 de maio de 2023

CONVENÇAO INTERNACIONAL DE ENFERMEIROS

 CONVENÇAO INTERNACIONAL DE ENFERMEIROS


Nos próximos dias 10 e 11 de Maio, na Figueira da Foz, os Enfermeiros vão reunir-se na IIª. Convenção Internacional dos Enfermeiros, promovida pela Ordem dos Enfermeiros, cujo tema de fundo é, “O Futuro e a Saúde”.



É uma feliz escolha este lema “O Futuro e a Saúde”, porque vai muito para além da actuação, das limitações e dos problemas que hoje se vivem na Saúde e, particularmente pelos Enfermeiros, servidores diários e permanentes na prestação de cuidados de saúde ao Cidadão, à Família, a Grupos e à Comunidade.

Esta é também uma data feliz, uma vez que, a 12 de Maio se assinala e comemora o “Dia Internacional do Enfermeiro”.

O programa é soberbo, interessante e muito rico, uma vez que se propõe a uma profunda reflexão e partilha que vai desde a “Cobertura Universal em Saúde, a: Desafios em Enfermagem, Liderança estratégica na política e na saúde, Inteligência Artificial e novas tecnologias, valor económico da Enfermagem e Planeamento estratégico em Saúde”, entre outros grandes temas. Mas acima de tudo, é a necessária reflexão, profunda, que exige medidas imediatas sobre a valorização dos Recursos Humanos. Aqui, estarão sempre, os Enfermeiros.

Link Programa completo:

https://www.convencaointernacionalenfermeiros.com/programa/programa-completo

Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Comunitária
2023.05.08

sábado, 6 de maio de 2023

ENFERMEIROS REUNEM-SE EM CONVENÇÃO INTERNACIONAL

ENFERMEIROS REUNEM-SE EM CONVENÇÃO INTERNACIONAL



Nos próximos dias 10 e 11 de Maio, na Figueira da Foz, os Enfermeiros vão reunir-se na IIª. Convenção Internacional dos Enfermeiros, promovida pela Ordem dos Enfermeiros, cujo tema de fundo é, “O Futuro e a Saúde”.


É uma feliz escolha este lema “O Futuro e a Saúde”, porque vai muito para além da actuação, das limitações e dos problemas que hoje se vivem na Saúde e, particularmente pelos Enfermeiros, servidores diários e permanentes na prestação de cuidados de saúde ao Cidadão, à Família, a Grupos e à Comunidade.



Esta é também uma data feliz, uma vez que, a 12 de Maio se assinala e comemora o “Dia Internacional do Enfermeiro”.

O programa é soberbo, interessante e muito rico, uma vez que se propõe a uma profunda reflexão e partilha que vai desde a “Cobertura Universal em Saúde, a: Desafios em Enfermagem, Liderança estratégica na política e na saúde, Inteligência Artificial e novas tecnologias, valor económico da Enfermagem e Planeamento estratégico em Saúde”, entre outros grandes temas. Mas acima de tudo, é a necessária reflexão, profunda, que exige medidas imediatas sobre a valorização dos Recursos Humanos. Aqui, estarão sempre, os Enfermeiros.

Com a “Pandemia”, tivemos um exemplo claro, que apesar da alta tecnologia, da química dos medicamentos e vacinas, sem Recursos Humanos, nada era possível.

Podemos evoluir muito para as tecnologias, para os robôs fazerem cirurgias, para a “Inteligência Artificial” dar respostas às inúmeras perguntas, projectos e documentos, mas nada será jamais comparável, aos momentos em que o Enfermeiro se acerca de um doente e lhe segura nas mãos transmitindo-lhe presença, segurança, afecto e momento de escuta às suas dúvidas e inquietações. Às confissões, desabafos e mensagens do último minuto de vida. Ao momento em que o Enfermeiro traz ao mundo e o recebe nos braços, o bébé que acaba de nascer e o coloca no peito da Mãe, ou o deixa no colo do Pai. Nos momentos difíceis, quando tem que olhar nos olhos dos Familiares, ou usa o telefone, para comunicar um óbito! Por muito que a tecnologia possa ser apurada, faltará sempre o calor do toque, do afecto. do humanismo e das emoções. Mas os Enfermeiros estarão lá, sempre!

Discutir remunerações e carreiras dos Profissionais de Saúde, é necessário, urgente e incontornável!

Os Enfermeiros trabalham a todo momento com Pessoas que, na sua maioria, estão doentes, estão em sofrimento, têm imensas dores, muitas delas até, em final do seu ciclo vital. Todo este trabalho, anos após anos, provoca desgaste físico, psíquico e emocional, acelerado. Esta realidade não pode ser ignorada. Por isso, a revisão de carreiras e remunerações, é urgente. A classificação da Profissão de Enfermagem, como de desgaste rápido, é uma necessidade e de elementar justiça, que se atribua.

Cabe aqui lembrar que, em 2020 proposto pela OMS, comemorou-se o “Ano Internacional do Enfermeiro”. Por ironia do destino, foram os Enfermeiros que mais sofreram, precisamente com a “Pandemia”, que nos assolou nos anos seguintes. Foram os Enfermeiros – e também os outros Profissionais – que estiveram na primeira linha na luta contra o Sars-Cov-2, pagando até, alguns Enfermeiros, com a própria vida, ou ficando com sequelas até hoje. Foi bem marcante e visível a entrega, o altruísmo, o espírito de missão e o profissionalismo, que os Enfermeiros dedicaram a esta causa e combate. Infelizmente, o reconhecimento que foi feito pelo Governo, para a resolução de velhos problemas, foi nulo. Não faltaram palmas às janelas, mas estas não pagam contas nem restabelecem injustiças de há muitos anos. O Governo Socialista é assim. Destruiu a “Carreira de Enfermagem”, perseguiu e caluniou os Enfermeiros, num enxovalho sem precedentes. Não esquecemos!

A necessidade de recentrar a discussão do SNS relativamente aos RH, ao financiamento, à exclusividade dos seus Profissionais, à revisão de carreiras e ao tipo de gestão que deva ser aplicada aos hospitais, aos Cuidados de Saúde Primários e a filosofia das “Unidades Locais de Saúde”, são uma necessidade urgente e do presente. Os Cidadãos, pagadores de altos impostos, que muitos revertem para os orçamentos da Saúde, merecem melhores cuidados, menor tempo de espera por consultas ou cirurgias das diferentes especialidades. Mas também, estes mesmos Cidadãos contribuintes, devem ser mais exigentes, mais informados e reivindicativos. Isto para dizer também que não pode ser tolerada a falta de educação, nem a violência sobre os Profissionais de Saúde. Isso jamais!

Assim, parece-nos que estão reunidas boas condições de reflexão, de partilha e comunicação, nesta Convenção, com painéis e palestrantes de renome, alguns até, ex-governantes. Assim, o Sr. Ministro da Saúde e o Governo, queiram ouvir!

Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Comunitária
2023.05.02


DESAFIOS PARA A MINISTRA DA SAÚDE E SNS

DESAFIOS PARA A MINISTRA DA SAÚDE E SNS Nas diferentes épocas sazonais, como é o caso do Verão, o Ministério da Saúde está sempre sob “pro...