sexta-feira, 29 de outubro de 2021

MANIFESTAÇÃO NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA 2021.10.28

MANIFESTAÇÃO NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
2021.10.28

Fosse, qual fosse a situação, em pandemia ou não, os Enfermeiros nunca falharam nem nunca faltaram ao País, a Portugal.

O inverso é que é verdade, particularmente os políticos que sempre falharam com os ENFERMEIROS PORTUGUESES.

H. D. 2021.10.28














Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Comunitária
2021.10.29

sábado, 23 de outubro de 2021

O QUE O SARS-COV-2 E A COVID-19 ME FIZERAM! - IV

O QUE O SARS-COV-2 E A COVID-19 ME FIZERAM! - IV


Finalização do artigo publicado em 11, 25.Set e 9.Out.

Caros Leitores, continuo hoje a escrever para falar de mim. Uma experiência vivida na primeira pessoa-Eu! No exercício de funções fui infectado com o “vírus SARS-CoV-2”, tal como tantos outros Profissionais de Saúde, quer em Portugal, quer no Mundo.

Após a alta hospitalar, no aconchego do lar, o carinho, o afago da esposa, dos filhos e dos meus pais e todos os familiares, nunca faltou. Permanecem na memória várias imagens: Os meus Pais e a minha Esposa, vivendo à distância momentos dolorosos. Apesar da distância física que nos separava, os poucos momentos que foram permitidos à minha Esposa estar fisicamente ao meu lado na cama dos Cuidados Intensivos, foram de num miminho extremo, com aquele doce olhar que poderia ter sido o último, na despedida… até à eternidade... Estes momentos de afago e carinho, quase sem palavras… foram muito bons… mas ao mesmo tempo dolorosos. Com toda a certeza, esta presença, contribuiu para me fazer agarrar à vida.

Ver os meus Pais, estar com os meus Pais com a distância necessária e preventiva e, não os poder abraçar…. As saudades apenas foram saciadas com o olhar, com a voz e a presença ao portão da casa.

Ver os meus Filhos com todo o semblante de tristeza, limitados todos nós na expressão de afecto familiar e privados de abraços, convívio e refeições conjuntas, etc… era tudo muito estranho. Até porque no nosso lar, a minha Esposa (também Profissional de Saúde) estava isolada e em confinamento, por estar infectada. O carinho e amor dos Filhos tiveram uma expressão máxima, porque eram eles que cozinhavam, me ajudavam a tomar banho, faziam a lide e a gestão da casa, devido às limitações, nosso isolamento e incapacidade física para o fazer. O contacto tão desejado com o meu Irmão, Cunhados, Sogros e Sobrinhos resumia-se ao contacto telefónico e pelas novas tecnologias de comunicação.

Tudo muito cruel e distante!

Coisas que hoje voltaram a ter um valor incalculável: Voltar a sentir a partilha e o convívio com a Esposa, o abraço dos Pais, dos Filhos e outros Familiares. Voltar a entrar em casa. Voltar a ver o mar. Voltar a sentir, “saborear” o cheiro do meu quotidiano… Começar a cruzar com os Amigos e conhecidos… Um mundo infindável de coisas!

Depois, dia-a-dia, havia que se trabalhar a recuperação. Comecei logo com fisioterapia e cinesiterapia, que ainda permanece, com várias sessões semanais, o que tem ajudado na recuperação funcional dos pulmões e nas saturações de oxigénio. E ao longo destes já 8 meses, havia que subir degrau a degrau, de um calvário que parece interminável, mas que tem que se enfrentar.

A doença COVID-19 não afecta só os pulmões desencadeando pneumonia. A doença COVID-19 é muito mais “agressiva” e deixa limitações e sequelas, e provavelmente algumas que ainda não conhecemos, que só o tempo e a investigação nos vão desvendar. Outras, infelizmente, já conhecemos e sentimos: Dores músculo-esqueléticas, perturbações psicológicas, neurológicas e psiquiátricas, etc… O doente COVD-19 , na sua fase de recuperação não é só um doente das especialidades de pneumologia e fisiatria, mas sim, de outras especialidades. Foi o padrão do sono que se alterou, e que ainda hoje não está regularizado, e por isso dificulta a vida diária, a concentração e a energia necessária a um sadio dia. O humor, o raciocínio, a memória e a capacidade e velocidade de correlacionar o raciocínio com o verbal, na rapidez e elasticidade que o cérebro possuía. A fadiga permanente!

Hoje já se fala na questão do doente “long covid”. E isso é uma realidade. Não se pode olhar só para este doente na perspectiva e especialidade da pneumologia, mas sim, numa visão holística do doente/paciente. Este doente/paciente vai apresentar queixas e disfunções orgânicas por muito tempo. A Medicina Familiar tem um papel importante e insubstituível no acompanhamento destes doentes. Precisa e continuará a precisar dos cuidados de várias especialidades médicas. Aguardemos os estudos que se estão a fazer e toda a evolução desta doença, com a implicação das novas variantes e a atenuação das complicações graças às vacinas (devo dizer que eu, no início, estava muito cético à vacinação), mas também ao comportamento preventivo de cada um.

Entre outras queixas, sabemos que os doentes que sofreram doença Covid-19, referem:

· Cansaço;

· Dispneia acentuada em caminhar em pisos com declive ou subida de escadas;

· Dispneia ao esforço (pegar em pesos, actividades repetidas);

· Dores articulares e musculares;

· Enjoo e náuseas;

· Perda de visão, que entretanto se vai recuperando alguma coisa;

· Perda de acuidade auditiva;

· Queda acentuada de cabelo;

· Aumento do intervalo interdentário;

· Dificuldade de concentração;

· Raciocínio lento e lenta transição do raciocínio para a oralidade e escrita;

· Etc.

Palavras de gratidão, devo-as a tantos Profissionais de Saúde. A todos os serviços da ULSAM por onde passei, à Medicina do Trabalho que me acompanha mensalmente, com uma simpatia e disponibilidade permanente e sem regatear esforços no pedido de colaboração, consultas e exames de outras especialidades médicas, para a minha recuperação ser plena. Ao Médico e Enfermeiro de Família pelo apoio e disponibilidade sempre presente e manifestada. À terapeuta que ao longo destes já longos meses de recuperação, me tem ajudado com fisioterapia e cinesiterapia nas várias sessões semanais. Têm sido de uma ajuda imprescindível.

Palavras de gratidão também, aos meus Colegas da Unidade e do meu Serviço (todas as Classes Profissionais), que inúmeras vezes, logo após a alta hospitalar, passaram no meu domicílio para se disponibilizarem a tratar-me e a ajudar no que fizesse falta. Nos inúmeros telefonemas que me dedicaram, para saber do meu estado e incentivar na recuperação. Uma preocupação constante!

Às pessoas amigas que ainda hoje, pelas diversas formas, se preocupam com o meu estado de saúde, o meu obrigado.

Numa outra perspectiva, apesar de Profissional de Saúde, mas agora como cidadão doente/utente/paciente, o que vi e vivi? Já numa fase mais recuperada, vi, nesta “minha” ULSAM, Profissionais de Saúde dedicados, esgotados, cansados e com um saber científico, imenso. Uma dedicação extrema aos doentes, conforme o seu estado de saúde/doença. Os serviços superlotados. Uma pressão imensa. A rotura dos serviços era iminente! Mas a dedicação e o profissionalismo era o mesmo.

Temos efectivamente um Serviço Nacional de Saúde vivo, com capacidade de resposta, mas que precisa de ser “acarinhado”, valorizado, potenciado, financiado e reconhecido. E os seus Profissionais, também, não com palmas, mas com valorização remuneratória e de carreiras! Tudo isto leva também a perguntar: Se não tivéssemos um SNS como o que temos, como tinha sido a capacidade de resposta e a capacidade de vacinação que se verificaram?

Um imenso sentimento de gratidão a Todos.

Fim.

Humberto Domingues
Enf. Especialista Saúde Comunitária
2021.10.21

terça-feira, 19 de outubro de 2021

ENFERMAGEM, É HORA DE VIR PARA A RUA!

ENFERMAGEM, É HORA DE VIR PARA A RUA!



Não é hora de ficar em casa! Não é hora de pensar que os outros farão por mim!

É hora de firmeza! É hora de protesto! É hora de manifestação! Porque é hora de olhar para o futuro.

É hora de vir para a rua, de forma ordeira e respeitadora, manifestar o nosso descontentamento pela Carreira de Enfermagem, pela não progressão e lutar por melhor remuneração e reconhecimento salarial.


Aos Jovens Enfermeiros, um apelo: pensem no presente, mas também no Vosso futuro. Merecemos mais e melhor Carreira com possibilidade de progressão e melhor salário.

Não há desculpas para não estar presente. Há transporte disponível e a situação justifica a nossa presença.

Quem não atendeu os Enfermeiros até agora, dificilmente o fará no futuro, sem protesto e firmeza dos Sindicatos e Classe de Enfermagem.

Não é momento de ceder. Não pode haver equívocos nem desculpas. É momento de garra, de luta e de afirmação!

Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Comunitária
2021.10.19

domingo, 17 de outubro de 2021

ENFERMAGEM, É HORA DE VIR PARA A RUA!

 ENFERMAGEM, É HORA DE VIR PARA A RUA!


É hora de firmeza! É hora de protesto! É hora de manifestação!

É hora de vir para a rua, de forma ordeira e respeitadora, manifestar o nosso descontentamento.

Quem não atendeu os Enfermeiros até agora, dificilmente o fará no futuro, sem protesto e firmeza dos Sindicatos e Classe de Enfermagem.

É hora de ver também, quais são os Partidos/Grupos Parlamentares que fazem propostas dignas para melhorar o Orçamento de Estado e introduzir alterações e inscrição de valores/rubricas e cabimentação de verbas, para os ENFERMEIROS PORTUGUESES.

Será que a Nação tem consciência dos prejuízos e danos que esta Ministra da Saúde, Doutora Marta Temido, tem causado aos Enfermeiros?

Será que se tem real conhecimento do que estes Governos Socialistas têm prejudicado a Enfermagem?

Que não haja cedências nem desmobilizações desta frente de luta, com falsas promessas de retomar negociações. Já temos exemplos que cheguem de falsas negociações e adiamentos constantes.

Após as negociações satisfatórias, aí sim, honrar os compromissos. Até lá, não ceder!

Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Comunitária
2021.10.17

sábado, 16 de outubro de 2021

MAIS UM IGNORANTE COMENTADOR DE TELEVISÃO

MAIS UM IGNORANTE COMENTADOR DE TELEVISÃO



Então temos um “douto” energúmeno e boçal, de seu nome Rodrigo Moita de Deus, que se refere aos Enfermeiros como “os Senhores que dão as picas”.

Ficou claro para todos, as barbaridades que este senhor disse e diz e, qual o nível de conhecimento, cultura e educação que tem.

Quando este “douto” ignorante e boçal precisar para ele ou para um familiar próximo, dos cuidados de saúde de um Enfermeiro, vai perceber o quanto é ignorante, se a própria ignorância o permitir. Vai aprender que para além das “picas” os Enfermeiros fazem muitíssimo mais e para isso têm formação diferenciada e qualificada, reconhecida por convenções internacionais e letra de lei.

Quando um dia perceber que o Enfermeiro está sempre presente durante todo o ciclo vital até ao último minuto de vida das pessoas, quando todos os outros já se foram embora, vai sentir remorsos do que disse.

Que a vida do “douto” Rodrigo Moita de Deus lhe sorria sempre, para que por qualquer infelicidade, não venha a precisar de cuidados “dos Senhores que dão as picas”.

Algum dia a vida lhe dará o retorno da ignorante, triste e boçal afirmação que fez!

Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Comunitária
2021.10.16

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

ENFERMAGEM, É HORA DE VIR PARA A RUA!

ENFERMAGEM, É HORA DE VIR PARA A RUA!




Reparem, passados 21 dias e com data já passada de 21 de Setembro, é que chega hoje, aos 7 Sindicatos dos Enfermeiros, a resposta às suas reivindicações. Desconsideração Total!

Na mesma missiva assinada pelo Sr. Secretário de Estado da Saúde, Dr. Lacerda Sales, refere que as negociações têm que ser feitas fora da aprovação do Orçamento de Estado 2022!!!! Desconsideração e falta de respeito total pelos Enfermeiros.

Depois, nas declarações públicas da Srª. Ministra da Saúde Doutora Marta Temido, possivelmente dirigida aos Médicos e aos Enfermeiros, diz: “garante que o Governo está disponível para dialogar com os sindicatos, mas que isso não significa dar respostas a todas as reivindicações”. Deve ler-se que se pode dialogar, adiar o problema, para não dar resposta positiva, nenhuma…. É o habitual!!!!!!!

Apesar destas afrontas todas, das desconsiderações e falta de respeito deste Governo Socialista no geral, e do Ministério da Saúde em particular, contra os Enfermeiros, os Sindicatos da Classe apenas marcam 2 (dois) dias de greve (3 e 4 de Novembro)! E porque não o dia 28 de Outubro, também? Só dois dias?????

Neste momento crucial, com o Governo fragilizado, é tal o desnorte….. E os Sindicatos “só querem” 2 dias de greve?????? Parece-me que algo continua mal…..

Parece que está a ser desperdiçada uma grande oportunidade, porque estou convencido que os Enfermeiros estão disponíveis para neste momento, fazerem mais dias de greve!

Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Comunitária
2021.10.15

quarta-feira, 13 de outubro de 2021

ENFERMAGEM, É HORA DE VIR PARA A RUA!

ENFERMAGEM, É HORA DE VIR PARA A RUA!



Será que a Nação tem consciência dos prejuízos e danos que esta Ministra da Saúde tem causado aos Enfermeiros?

Será que se tem real conhecimento do que estes Governos Socialistas têm prejudicado a Enfermagem?

Que não haja cedências nem desmobilizações desta frente de luta, com falsas promessas de retomar negociações. Já temos exemplos que cheguem de falsas negociações e adiamentos constantes.

É hora de firmeza! É hora de protesto! É hora de manifestação!

Após as negociações satisfatórias, aí sim, honrar os compromissos. Até lá, não ceder!

Quem não atendeu os Enfermeiros até agora, dificilmente o fará no futuro, sem protesto e firmeza dos Sindicatos e Classe de Enfermagem.
 
É hora de vir para a rua, de forma ordeira, manifestar o nosso descontentamento.

Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Comunitária
2021.10.13

sábado, 9 de outubro de 2021

O QUE O SARS-COV-2 E A COVID-19 ME FIZERAM! - III

O QUE O SARS-COV-2 E A COVID-19 ME FIZERAM! - III



Continuação do artigo publicado em 11 e 25/09/2021

Caros Leitores, continuo hoje a escrever para falar de mim. Uma experiência vivida na primeira pessoa-Eu! No exercício de funções fui infectado com o “vírus SARS-CoV-2, tal como tantos outros Profissionais de Saúde, quer em Portugal, quer no Mundo.

Não posso deixar de falar na minha “passagem” pelo Serviço de Urgência durante este percurso doloroso. Serviço cheio. Admissões permanentes. Grande número de doentes em observação. Profissionais assoberbados de trabalho. Avaliação permanente dos doentes e, gestão difícil, devido à limitação de vagas para internamento em consequência da afluência de Doentes Covid.

Nesta esmerada, competente e presença permanente de Enfermeiros e Médicos na monitorização e cuidar do meu preocupante estado de saúde/doença, chega a decisão clínica, após uma vaga ocorrida na Unidade de Cuidados Intensivos (UCI), para a minha transferência para esta Unidade. Quando se concretizou esta transferência para a UCI, contando com a querida e desejada presença da minha Esposa, um Colega que durante a manha cuidou de mim, fez questão de acompanhar a minha transferência para a nova Unidade e, este acompanhamento, fê-lo, apesar de já ter terminado o seu turno de serviço. Mas apesar disso, não saiu de turno sem antes me deixar na UCI. Só há uma palavra – Gratidão!

Chegou o dia de alta dos Cuidados Intensivos e transferência para os Cuidados Continuados/Intermédios, na Unidade de Covid da medicina 8. Que alegria! Mas o receio de regressão e voltar à UCI estava presente, também. Transferido no leito, com oxigênio ligado e vigilância. Sensação diferente à que vivi, quando da Medicina Crítica da Urgência, fui transferido para a UCI.

A estadia neste serviço (piso 8), onde já tinha estado antes de descer à Urgência e depois aos Intensivos, tinha agora, “outro sabor”. Um passo grande de recuperação, embora ainda, num percurso sinuoso a exigir muita vigilância e cautelas. Estar no leito, mas poder olhar pela janela da enfermaria e perceber o dia e a noite, o nascer do dia e o acaso, poder ver o mar, a entrada e saída de barcos de recreio, de pesca artesanal e mercantes, era uma coisa indescritível. As gaivotas que nos visitavam e pousavam no parapeito das janelas, pelo exterior. Coisas comuns, que agora tinham um espírito e “sabor” especial.

Coisas pequenas, mas extraordinárias foram acontecendo. A elevação do leito, o levante para o cadeirão, o banho na cadeira de rodas e por fim duche com ida e vinda pelo próprio pé e o tomar as refeições na mesa da enfermaria. Tanta conquista, já, que me emocionava e que me dava forças para lutar e continuar a viver. Mas a debilidade era grande. Muita massa muscular perdida. Algum desequilíbrio. Enjoos. Dificuldade em dormir, com o padrão do sono alterado. As “amigas” dores músculo-esqueléticas sempre presentes.

As refeições eram muito boas, cuidadas e com reforços de suplementos vitamínicos, para colmatar todas as perdas nutricionais que tinham ocorrido.

O momento era delicado. O contacto com os Familiares e exterior, só por via telemóvel ou telefone. Não havia visitas!

Mais um serviço, tal como os anteriores, e Equipas de excelência, onde para além dos cuidados de saúde prestados, a simpatia e afecto humano se faziam sentir. A preocupação para que o conforto e o bem-estar estivessem sempre presentes, era uma constante. Profissionais de fino recorte na excelência no desempenho com elevado conhecimento científico e humanização nos cuidados.

A Equipa de Enfermagem, apesar de desfalcada, estava sempre presente e dava resposta a todas as solicitações dos doentes graves e menos graves. A Equipa Médica respondia a todas as solicitações. Os Assistentes operacionais complementavam todos os cuidados, necessidades e solicitações, dentro das suas competências. Outras especialidades disseram presente e fizeram o acompanhamento: Fisioterapia/Cinesiterapia, Nutrição.

Os dias foram passando. A bateria de exames, análises e gasimetrias eram diárias. Nada podia faltar e não faltava, mesmo!

Se durante o dia se via a azáfama dos Profissionais, particularmente dos Enfermeiros, a tratar dos doentes, altas e admissões, tudo se complicava no turno da tarde e noite com a Equipa mais reduzida, mas uma intensidade de trabalho brutal. Mas o sorriso, a competência, o conhecimento científico, o olhar atento e clínico para o não-verbal dos doentes, era/é uma característica destes heróis, apesar dos semblantes de cansaço, das “olheiras” e de muitos quilómetros nas pernas, durante os turnos.

Há gestos que jamais podemos esquecer. A Enfermeira Gestora deste Serviço, minha Colega da Especialidade, tinha sempre um gesto de muito carinho, um miminho permanente: o envio de um café pós refeição do almoço. E no dia da alta hospitalar, o especial café vinha acompanhado por dois “bolos húngaros”, que a Colega tinha comprado na pastelaria, logo pela manhã, expressamente para mim.

Cá fora as preocupações com o meu estado de saúde eram muitas. Os Colegas da minha Unidade de Saúde, das diferentes classes profissionais, disseram sempre presente. Os meus Colegas, uns ainda no activo, outros já jubilados, de outra Unidade, com quem trabalhei e trabalho, fizeram uma corrente de fé, orações e de energia positiva, por mim. Muitas e muitas pessoas telefonaram à minha Esposa, aos meus Pais, a inteirarem-se do meu estado de saúde. A TODOS, estou-lhes muito grato. Não posso esquecer ninguém!

No dia da alta hospitalar, ver o meu filho mais velho na portaria do hospital para me trazer para casa, foi uma sensação indescritível. Voltar a ver aqueles olhos de diamante, com a cor do doce mel, foi fabuloso. Voltar a ver os meus Pais, embora à distância, prevenindo riscos desnecessários, ver a minha casa e sentir o abraço dos meus Filhos e Esposa, foi/é extraordinário e difícil de explicar. Ainda hoje o é! Muita emoção junta, muitas sensações únicas! Fazer o trajecto de regresso a casa, olhando e sentindo o mar, voltar a “viver o meu espaço”, não é traduzível em palavras!

Humberto Domingues
Enf. Especialista Saúde Comunitária
2021.10.09

quarta-feira, 6 de outubro de 2021

GLOBOS DE OURO - DECLARAÇÕES DO SR. VICE-ALMIRANTE GOUVEIA E MELO

GLOBOS DE OURO - DECLARAÇÕES DO SR. VICE-ALMIRANTE GOUVEIA E MELO

"... não posso deixar de realçar os Enfermeiros.
Fantásticos!
Nós devemos muito a essa classe”.


Link do Vídeo das Declarações do Sr. Vice-Almirante Gouveia e Melo


Numa visão de fora e que agora sentiu por dentro, o Sr. Vice-Almirante Gouveia e Melo, numa afirmação serena, responsável e com o Globo de Ouro na mão, agradeceu a todos os Profissionais de Saúde e com a voz embargada de emoção louvou e agradeceu a dedicação dos Enfermeiros, na cerimónia dos "Globos de Ouro", da Televisão SIC.

Pena que o Governo não ouça e não valorize, assim como uma boa franja da População, também não o faz, sobre o trabalho e valor dos Enfermeiros.

Se não fossem estas capturas e registos de sons e imagens, também a Comunicação Social, escamoteava a divulgação destas afirmações. Que pena!

H. D. - 2021.10.04

DESAFIOS PARA A MINISTRA DA SAÚDE E SNS

DESAFIOS PARA A MINISTRA DA SAÚDE E SNS Nas diferentes épocas sazonais, como é o caso do Verão, o Ministério da Saúde está sempre sob “pro...