quarta-feira, 22 de março de 2023

AS VACAS NÃO VOAM E NAVIOS SEM MOTORES NÃO NAVEGAM!

AS VACAS NÃO VOAM E NAVIOS SEM MOTORES NÃO NAVEGAM!


O actual Governo e o Dr. António Costa têm sido muito generosos com os Cidadãos Portugueses. A generosidade vai desde a oferta de vacas voadoras a barcos sem baterias e sem motores. Mas as ofertas vão em maior número noutras dimensões: carga fiscal altíssima, falta de resposta às necessidades de saúde, do SNS e dos seus Profissionais, a calamidade e descontentamento na Educação, os atrasos, custos e insatisfação na Justiça, os problemas na Defesa e particularmente na Marinha, com barcos inoperacionais.

O desinvestimento nos vários sectores da Administração Pública, na Defesa, as enormes cativações do Orçamento de Estado e a intervenção demasiada do Estado, tem levado ao desmantelamento de serviços essenciais. A compra de comboios da sucata espanhola, o NRP Mondego vindo da Dinamarca, o desbaratar de dinheiros públicos na CP e na TAP e a renacionalização da TAP, com o “queimar de 3,2 mil milhões de euros. É esta a gestão desastrosa deste Governo!


Na saúde, apesar da mudança de Ministro, os problemas permanecem ao nível do encerramento de algumas especialidades e falta de resposta nas urgências. A falta de Enfermeiros e Médicos é gritante. Há serviços por abrir e uma grande maioria, abaixo das dotações seguras, preconizadas pelas Ordens Profissionais. Os pedidos de escusa de responsabilidade e demissões dos Enfermeiros e Médicos, acontecem em larga escala, em inúmeros serviços e hospitais do país.


Nas Forças Aramadas, particularmente na Marinha, constatamos que a inoperacionalidade dos meios, é uma realidade. Quando antigamente eramos um País de navegadores e de descobrimentos, rasgando mares e o mundo, hoje, com as embarcações no estado em que estão, limitadas pelo seu estado, somos um país de “navegadores de doca”! Mas para além dos navios da Armada inoperacionais, também temos os novos navios da travessia do Tejo, que não têm baterias! Já vimos que as vacas do Dr. António Costa não voam e agora, os barcos sem motores e sem baterias, também não navegam!

Queremos aproveitar para convidar os leitores a fazer uma reflexão. Desde há inúmeros anos a esta parte que as pessoas que trabalham, contribuem para o Estado com os seus impostos ao longo do ano – imensa e agreste carga fiscal – que corresponde a 6 ou 7 meses do que se ganha, para encher os cofres do estado, só se libertando desta carga, nos restantes meses do ano dos proveitos/proventos do seu trabalho, para sí próprio. Trabalhar meio ano para sustentar o Estado, já é clássico! Contudo, o que verificamos, é que os serviços públicos, o património, a Saúde, a Justiça, a Educação, a Segurança Social e as Forças Aramadas, estão cada vez piores, em decadência e em escombros e material velho e inoperacional! Mas então, para onde vão tantos milhões de euros de descontos e contribuições para o Estado? Onde está investido? Acresce a tudo isto, a permanente ameaça de que não haverá reformas num futuro próximo!!! Onde pára o dinheiro?

E os maus exemplos sucedem-se. Na comemoração dos 30 anos do PER – Programa Especial de Realojamento – ouvimos o Ex-Presidente da República, Prof. Cavaco Silva, fazer duras críticas ao “Programa da Habitação” do Governo e nesta cerimónia, quando discursava e desferia as críticas ao Governo Socialista, assistimos em directo à falta de tolerância democrática, de saber estar e falta de estatuto democrático, da Srª. Presidente da Associação Nacional de Municípios e também Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Drª. Luísa Salgueiro e do Presidente da Câmara de Loures Ricardo Leão, que se levantaram e saíram da cerimônia. Claramente estes dois autarcas e principalmente, a Drª. Luísa Salgueiro, demonstraram uma falta de estatuto e dimensão política, ainda mais, na representação de todos os Autarcas Municipais. Se tudo isto acontecesse com o Dr. Mário Soares, ou Dr. Jorge Sampaio, como ex-Presidentes da República a discursarem e os Autarcas do PSD se levantassem e fossem embora, que diriam e como classificavam este comportamento? Que diria a Imprensa? Perante o que aconteceu, a Srª. Presidente da Associação de Municípios, Drª. Luísa Salgueiro, ainda tem condições para continuar neste cargo, representando os Municípios Portugueses?

A degradação dos “actores da Política” está acelerada e em plano inclinado, acentuado! Urge novos protagonistas, com tolerância democrática, com saber estar e ser. Urge representantes dignos das Instituições Públicas. Urge medidas efectivas de resposta às reais necessidades e carências dos Cidadãos, pagadores de muitos impostos, taxas e “taxinhas”. Urge o uso da diplomacia, do protocolo, da etiqueta, da tolerância, da democracia responsável e do respeito e representativa dos valores deste POVO Secular de bons costumes.

Hoje, infelizmente, vivemos asfixiados pela carga fiscal, ignorados pela mordaça política e socialmente silenciados pelo comodismo instalado da subsidiodependência! Portugal a empobrecer, todos os dias!

Citando Camões: “O fraco rei faz fraca a forte gente”!

Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Comunitária
2023.03.22

domingo, 12 de março de 2023

POEMA AO ENFERMEIRO

POEMA AO ENFERMEIRO


Em qualquer Unidade de Saúde vemos sempre um profissional que não escapa ao olhar mais distraído e desatento:

O Enfermeiro

Ele atende o telefone;
Ele advoga os utentes/doentes;
Ele escuta e aconselha;
Ele atende, Ele consulta e prescreve;
Estes Somos Nós – Enfermeiros!

Ele avalia sinais vitais;
Ele prepara e administra injecções, vacinas e medicação;
Ele vigia os efeitos da medicação administrada;
Estes Somos Nós – Enfermeiros!

Ele faz turnos;
Ele faz consultas e prescrições de Enfermagem;
Ele colabora com outros profissionais e nas Equipas multidisciplinares;
Estes Somos Nós – Enfermeiros!

Ele percorre permanentemente as enfermarias;
Ele atende e informa os Familiares dos doentes;
Ele está presente sempre: de manhã, à tarde e à noite;
Ele está na sala de pensos ou à cabeceira dos doentes;
Ele está no bloco operatório, na sala de partos ou na reanimação;
Ele tripula a VMER ou a ambulância;
Ele vai de helicóptero ou de avião acompanhar ou salvar vidas;
Ele voluntaria-se e está presente nas catástrofes;
Estes Somos Nós – Enfermeiros!

Ele está nos cuidados paliativos e na Comunidade;
Ele está e participa nas inúmeras Comissões Institucionais, formais e informais;
Ele está nas parcerias institucionais e na saúde escolar;
Ele está nas redes sociais e de solidariedade;
Ele lidera equipas de voluntários e de dádivas e intervenção na Comunidade;
Estes Somos Nós – Enfermeiros!

Ele está no cuidar, no escutar e no ajudar a tratar;
Ele previne, cuida e acompanha todo o ciclo vital;
Ele investiga, escreve, ensina e publica;
Ele participa em congressos, jornadas e nos diversos fóruns;
Por isto tudo, Nós estamos, somos e queremos continuar a ser
“Enfermeiros”
Estes Somos Nós – Enfermeiros!

Humberto Domingues 2017.09.12®
Enf. Espec. Saúde Comunitária

 

quinta-feira, 9 de março de 2023

A DEGRADAÇÃO DA VIDA NOS LARES

A DEGRADAÇÃO DA VIDA NOS LARES


Nos últimos tempos/anos tem sido uma constante, notícias e acontecimentos a vir a público, sobre situações de vida degradante, em lares, uns clandestinos, outros oficiais/legais, mas onde a suprema forma de tratar e do cuidar, falham em toda a linha. Como em tudo, há excepções.

Esta semana foi na Lourinhã, com a divulgação de imagens e testemunhos assustadores e impróprios para um lar, onde supostamente, se deveria cuidar com toda a dignidade a Pessoa Humana e neste caso, Idosos.

Sabemos há muito tempo que faltam respostas dignas de retaguarda para acolher pessoas idosas que não têm condições para viver nas suas casas, nem dos familiares. Com esta realidade vão-se “arranjando soluções” transitórias, ilegais, que se tornam definitivas. Depois vem a realidade, que são a falta de recursos técnicos, de habitabilidade das instalações e recursos humanos que possam dar resposta às carências e necessidades dos utentes idosos.

Muitos destes lares, não têm em permanência Enfermeiros para a prestação de cuidados de saúde e de enfermagem, no acompanhamento dos idosos e principalmente dos doentes e acamados.

Se ao longo de todo o ciclo vital do ser humano, há a necessidade de vigilância e adequação da alimentação, conforme as necessidades e o consumo energético/calorias, esta vigilância deve ser aumentada em idosos, muitos deles acamados, com comorbilidades. Nos idosos acamados a vigilância e os cuidados devem ser redobrados, desde a qualidade da cama e colchão, ao peso das roupas/cobertores, aquecimento/temperatura do quarto, posicionamentos no leito e com particular relevo, a alimentação e a conjugação com suplementos proteicos e vitamínicos, para não surgirem e retardar ao máximo o aparecimento de úlceras de pressão, que degradam a qualidade de vida destes Cidadãos Idosos.

Por tudo isto, a “diária” nos lares e ERPIs não são baratas. Por isso, tem que haver um corpo técnico capaz da gestão e da prestação de cuidados de saúde, entre outros, à altura das exigências.

Sempre que estes casos chegam à Comunicação Social, é um alvoroço! A triste realidade tornou-se mais visível, aquando da “pandemia Covid”. Mas depois, pareceu que nada mais se passou, até ao surgimento de novos casos.

Interessa lembrar que para os Enfermeiros esta realidade não é nova nem cria surpresa, uma vez que, desde 2016, a Ordem dos Enfermeiros vem alertando as autoridades e tomando posição, por forma de alerta e preventiva sobre tantos lares e a própria tipologia e classificação dos mesmos. Inúmeros documentos foram elaborados em tempo e enviados aos Ministérios da Saúde e do Trabalho e Segurança Social. Que atenções mereceram do Governo estes relatórios e documentos?

Portugal está num processo de pirâmide etária, invertida (população envelhecida). Uma preocupação de hoje, mas muito maior amanhã. É importante, necessário e urgente, criar políticas direcionadas à resolução dos problemas dos idosos. Requer estudo, trabalho, mas essencialmente, respostas adequadas e avaliação, se os lares têm condições para acolher todos os idosos com as diferentes patologias, limitações, comorbilidades e estadios que apresentam. Parece-nos importante repensar bem a rede de “Cuidados Continuados” e as integrações necessárias de alguns lares nesta rede.

Noutra dimensão, muitos idosos estão doentes e precisam de cuidados de saúde, principalmente de Enfermagem e nos lares onde estão internados, não têm capacidade de resposta a este nível, nem presença 24/24 horas. Urge intervir!

Os Idosos merecem ser tratados com dignidade, com respeito e não pode haver lugar à falta de carinho, conforto e de amor.

Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Comunitária
2023.03.09

segunda-feira, 6 de março de 2023

A QUEM TENTA ENGANAR MARTA TEMIDO?

A QUEM TENTA ENGANAR MARTA TEMIDO?


Passados cerca de 8 meses após a sua demissão de Ministra da Saúde, a Drª. Marta Temido, deu uma entrevista na televisão, na tentativa, digo eu, de lavar a sua imagem e propor-se/experimentar uma possível candidatura à Câmara de Lisboa.

Marta Temido apresentou-se novamente vestida com “pele de cordeiro”, quando sabemos que está ali um “lobo” com falta de estatura e seriedade política. Interessa lembrar que saiu, pela porta pequena, depois de tantos e tantos conflitos e deixou o Ministério da Saúde em “escombros”.

Esta Senhora, em nossa opinião, porque já o demonstrou, não tem capacidade de ser frontal e verdadeira, assumindo as suas incapacidades, “inconseguimentos” e todo um percurso insultuoso que protagonizou na perseguição aos Enfermeiros e mal tratando os Profissionais de Saúde.

Não poderemos esquecer os insultos aos Enfermeiros, começando precisamente, num dia trágico, quando uma Equipa do INEM morre num acidente de helicóptero. Não podemos esquecer nunca, a sindicância à Ordem dos Enfermeiros. Não poderemos esquecer nunca, a falta de diálogo com os Enfermeiros, faltando-lhe a coragem de pronunciar o nome desta nobre Classe, chamando-lhes apenas “Profissionais de Saúde”.

A Drª. Marta Temido desta entrevista, é a mesma pessoa, com um cinismo tremendo, com o mesmo íntimo, da Drª. Marta Temido enquanto Ministra da Saúde. É a mesma personagem, a quem o PS e o Dr. António Costa deixaram isolada, face ao desconcerto de medidas e posições do Ministério da Saúde e que levou à sua demissão.

A quem tenta enganar a Drª. Marta Temido? A travessia do deserto terminou? E agora tenta encetar outra caminhada, na tentativa de ganhar a Câmara de Lisboa? A ver vamos!

Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Comunitária
2023.03.06

DESAFIOS PARA A MINISTRA DA SAÚDE E SNS

DESAFIOS PARA A MINISTRA DA SAÚDE E SNS Nas diferentes épocas sazonais, como é o caso do Verão, o Ministério da Saúde está sempre sob “pro...