sábado, 16 de fevereiro de 2019

O ILÍCITO NO PARECER DA PGR, A ILEGAL DA SRA. MINISTRA DA SAÚDE, TEMIDAMENTE INSEGURA!


O ILÍCITO NO PARECER DA PGR, A ILEGAL DA SRA. MINISTRA DA SAÚDE, TEMIDAMENTE INSEGURA!


Nesta sexta-feira (2019.02.15) os ENFERMEIROS PORTUGUESES e a Sociedade no seu geral, foram “surpreendidos” com a marcação de uma conferência de Imprensa, para as 20h00, pela Srª. Ministra da Saúde, Profª. Doutora Marta Temido.

Vejam, logo aqui, a importância do timing (abertura dos telejornais de sexta-feira à noite), para o assunto ser notícia e publicado ao longo de todo o fim-de-semana e ser usado na convenção europeia do PS. Apenas gestão política!


 Ouvimos nesta conferência de imprensa, a Srª. Ministra da Saúde, Profª. Doutora Marta Temido, em tom muito menos autoritário, com semblante triste, sério e serrado, dizer que o segundo parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) tinha considerado “ilícita” a Greve Cirúrgica dos ENFERMEIROS. Mais acrescentou que o parecer tinha sido homologado pela Ministra da Saúde e por isso torna-se “vinculativo para todas as entidades do Serviço Nacional de Saúde”.


Um parecer da PGR, do gênero deste, segundo os Advogados, não é vinculativo, nem tem força de Lei. São entendidos estes pareceres, como instrução, uma norma de serviço. Apenas isso.

A questão jurídica, da suspensão da Greve Cirúrgica e a famosa “Requisição Civil”, vão ser dirimidas em tribunal (Supremo Tribunal Administrativo-STA) e, aí sim, haverá decisões a respeitar. Aguardemos!

Mas vamos focar-nos noutras questões, de grande importância e que nos merecem repúdio. Não é feita de forma isenta e leal esta conferência de imprensa às 20h00, como atrás referimos, por demonstrar uma intensão de fazer permanecer nos media a “ilicitude” da Greve Cirúrgica dos ENFERMEIROS. É um assunto político, que com esta discussão, lança uma cortina de fumo, para encobrir as questões mais graves, que o Governo não quer que se falem, tais como a descida do PIB no terceiro trimestre, a questão de ter sido negado palco a um ex-ministro, para apresentação de um relatório da OCDE, ao que parece e noticiado na imprensa, abordaria a questão e contornos de corrupção na economia Portuguesa, a insegurança e desconforto do Governo, com a realidade que se vive na Saúde, na Educação e na Justiça. A convulsão social que está aí, e que o Governo não quer, face ao aproximar das eleições Europeias e Legislativas.

Para além disso, este “timing”, face precisamente à insegurança do Governo e como até terça-feira, tem de responder ao Supremo Tribunal Administrativo (STA) que aceitou a intimação interposta pelo SINDEPOR, relativa à “Greve Cirúrgica” e “Requisição Civil”, usa os meios de comunicação social, para a intoxicação da Sociedade. Estratégias que o poder político sempre usa, para tentar tirar dividendos da confusão e da dúvida, e o Partido Socialista e o Governo em especial, face à magnitude do descontentamento.


Também o Sr. Primeiro-Ministro, Dr. António Costa (Jurista e foi aluno do Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa), afirmou que considera o parecer da PGR “muito claro”, relativamente à Greve dos Enfermeiros.


Mas neste caso, Sua Excelência o Presidente da República, Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, também Professor Catedrático de Direito, afirmou que, mais importante que o parecer da PGR, é saber a posição do STA.

Em que ficamos: Ministra da Saúde Jurista, Primeiro-Ministro Jurista, entendem que o parecer da PGR é o pleno e vinculativo. O Presidente da República, como Professor de Direito, alerta e declara para a importância da posição do STA. Podemos concluir que esta agitação toda do Governo serve para condicionar a posição do Tribunal? É o que nos parece. Mas num país livre e democrático, a separação de poderes não deve ser clara e inequívoca?

Numa outra dimensão e segundo a imprensa, no Crowfunding da Greve Cirúrgica dos ENFERMEIROS, não há grupos econômicos identificados. Perante esta realidade, que em boa verdade não surpreende os ENFERMEIROS, não deveriam estar os políticos, deputados, membros do Governo, comentadores, articulistas, autores de editoriais e artigos de opinião a formular pedidos de desculpa aos ENFERMEIROS, por todas as insinuações, dúvidas, insultos e manipulação da opinião pública que protagonizaram? Os ENFERMEIROS PORTUGUESES esperam por esse valor de honra e pedido de desculpas.

Já agora, dizer que continuo a não concordar que tenha sido aceite o pedido de desculpas, nos moldes em que foi feito, pela Sra. Ministra da Saúde, Profª. Doutora Marta Temido, quando apelidou os Enfermeiros de “infractores e criminosos”.

Perante este nervosismo e agitação toda do Governo, Presidente do Grupo Parlamentar do PS, Sr. Carlos César, Srª. Ministra da Saúde, Profa. Doutora Marta Temido e do Sr. Primeiro-Ministro, Dr. António Costa, resta aos ENFERMEIROS PORTUGUESES, acreditar na sua luta e reivindicações, continuar a contar com o apoio da Ordem dos Enfermeiros, dos Sindicatos ASPE e SINDEPOR, manter a serenidade, perceber que estamos no caminho certo, que o Governo não está seguro de nada e que teme esta dinâmica, força e firmeza dos ENFERMEIROS e por isso, não olha a meios para a descredibilizar e condicionar as decisões dos Tribunais.

Manter a nossa união é um imperativo!

JUNTOS SOMOS MAIS FORTES. Assim o queiramos e saibamos sê-lo!

Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Comunitária
2019.02.16 – 19h30

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