PRESIDENTE
DA REPUBLICA TRAIU DEVER DE ISENÇÃO
NA
SUA APRECIAÇÃO PUBLICA, SOBRE GREVE CIRÚRGICA
DOS
ENFERMEIROS PORTUGUESES
ENFERMEIROS PORTUGUESES colocaram a Saúde e o SNS no centro do furacão.
Fica demonstrado que o trabalho e a existência dos ENFERMEIROS
PORTUGUESES no Sistema de Saúde é imprescindível e pode parar qualquer
hospital.
O Governo continua emaranhado nas teias da dificuldade de ter afrontado
os ENFERMEIROS PORTUGUESES. E tenta a todo o custo virar os Portugueses contra
portugueses, que alguns deles, são ENFERMEIROS. Não mediu bem as consequências
da requisição civil, e as ondas de choque já se fazem sentir. Julgou que isto
era decretar e está resolvido, mas enganou-se.
O Prof. Doutor Garcia Pereira acusa o Governo de manipulação contra os
ENFERMEIROS.
Não bastava esta incapacidade do Governo, vertida em atitudes e medidas
autoritárias, prepotência, rompimento de negociações e inoperância, para vir
depois Sua Excelência o Presidente da República, Prof. Doutor Marcelo Rebelo de
Sousa, com um “afecto extremoso” para com o Governo, demonstrar que não é o
Presidente de todos os Portugueses. Sua Excelência o Presidente da República,
Prof. Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, tomou partido por uma das partes. Deixou
de ser isento!
Sua Excelência o Presidente da República, extravasou na equidistância
que deveria ter, ao pronunciar-se, da forma que o fez, traindo o dever da
isenção, num programa de televisão, qualificando algumas questões profundas,
com um discurso pobre, superficial, tendencioso, daninho e danoso, que ainda é
mais negativo, vindo de um Professor Catedrático de Direito, que ocupa o lugar
mais alto da Magistratura Nacional.
Lamento, não só como ENFERMEIRO, mas como cidadão, porque entendo que o
Presidente da República deve ser mais recatado, principalmente em casos sensíveis
e de fundo como estas questões da Saúde, mas mais do que isso, do Sistema de
Saúde, que é mais que o Sistema Nacional de Saúde. Lamento, por tudo o que
disse, mas também porque entendo que o Presidente da República deve fazer
pontes, fazer aproximações, gerir silêncios, ser diplomata nos bastidores, não
se expor, muito menos de forma tendenciosa e pública como o fez.
A Sociedade Portuguesa não está distraída. Pode não gostar da “Greve
Cirúrgica” dos ENFERMEIROS PORTUGUESES, mas também não está a gostar das
fantochadas do Sr. Presidente da República Prof. Doutor Marcelo Rebelo de
Sousa, porque as sondagens estão a dar um nível de popularidade em queda
acentuada.
Se me permite Sr. Presidente da República, Prof. Doutor Marcelo Rebelo
de Sousa, receba em audiência os ENFERMEIROS, que lhe formularam este pedido há
cerca de 2 anos e que ainda não respondeu. Ouça as suas reivindicações. Seja
mais isento nas funções que desempenha, nomeadamente nesta protecção
tendenciosa que está a dar ao Governo. E se me permite dizer-lhe, essa
protecção vai custar-lhe caro.
Uma palavra de desalento com sabor a traição, que dirijo à nossa
Sociedade. Tantas e tantas vezes, nós ENFERMEIROS, como que advogados de defesa
dos direitos dos doentes, somos mediadores, defensores, influenciadores e cuidadores.
Mas agora, num momento crucial da nossa luta que vai muito mais além do que a
reivindicação e exigência da nossa Carreira, da nossa remuneração, mas também
em defesa de um bom SNS, exigindo mais ENFERMEIROS, para ter-mos mais tempo
para ouvir, tratar e cuidar dos Cidadãos doentes, são estes mesmos Cidadãos que
se colocam contra esta Classe Profissional – ENFERMAGEM E ENFERMEIROS – em favor
de um Governo que gasta dinheiro na banca falida, que retira dinheiro à Saúde,
à Educação, à Segurança Social e à Justiça para pagar empréstimos de bancos sem
segurança, falidos, que mantém clientelas, que “desfalca” esta País à custa de
tantos sacrifícios.
Merecíamos melhor deste Povo que muito precisa de nós, mas que se torna mal-agradecido!
Caros Colegas não esqueçam nunca:
JUNTOS SOMOS MAIS FORTES. Assim o queiramos e saibamos sê-lo!
Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Comunitária
2019.02.08 – 19h30
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