domingo, 17 de janeiro de 2021

COVID, POLITICA E REALIDADE

COVID, POLITICA E REALIDADE





Estamos a viver momentos estranhos nestes últimos meses/ano das nossas vidas. O ano 2020 foi atípico por inúmeras razões, mas a mais mediática e preocupante, foi sem dúvida a “Pandemia Covid-19”, causada por um vírus – SARS-CoV-2, que dilacerou Famílias, a Economia e as Sociedades. Esta “Pandemia” surgiu de supetão e apanhou muitos países de surpresa, principalmente os mais ocidentais da Europa. Uns valorizaram mais, outros menos. As decisões políticas e medidas sanitárias tomadas, foram também inúmeras e diferentes. Face a esta “novidade” os Serviços de Saúde e os seus Profissionais viram-se confrontados com uma pressão tremenda, perante um “agressor” muito rude, em que fez inúmeras vítimas também entre este “exército” e “Soldados da 1ª. linha”.

Primeiro, perante a confiança de que não chegaria a Portugal, a 1ª. vaga instalou-se com algum atraso em relação a outros países da Europa. Esta infecção/doença não escolheu classes sociais, nem religiões, nem nacionalidades, mas nas diferentes faixas etárias infectadas, os idosos foram os mais atingidos e vulneráveis. Foi/é devastador! Foi/é doloroso!

Chegados aqui, a esperança era/é grande. Os avanços são enormes e os investimentos avultadíssimos. E eis que chegam já várias vacinas, que com grande mediatismo e aproveitamento político, começaram a ser vendidas, distribuídas e administradas. Com as polémicas instaladas de quem seria vacinado primeiro, os Enfermeiros, o SNS e os Cuidados de Saúde cá estão, na primeira linha, para dar resposta a mais este desafio de vacinação em massa da População.

Poderemos dizer que esta Covid-19 assenta pelo menos em 4 vectores fortes: 
  • Questões políticas: ao nível das decisões e do planeamento (muitas vezes na gestão de navegação à vista e do dia-a-dia);
  • Questões de Saúde, na generalidade e de Saúde Pública, na especificidade; 
  • Questões econômicas, financeiras e sociais;
  • Comunicação: Houve, claramente em Portugal, um problema de comunicação, não se falou verdade, vários atropelos, comunicação muito ruidosa, com muita informação contraditória, e alguma desconexão, exagerada em números e confusa nos conceitos e atitudes. Um erro enorme, ao terem misturado a comunicação técnica, com a comunicação política, o que provocou dessensibilização para a “Pandemia”, Infecção e riscos, provocando um alheamento das medidas que se quiseram implementar.
A pressão nos Serviços de Urgência (SU) e Unidades de Cuidados Intensivos (UCIs) foi/é enorme. Esta avalanche de doentes veio encontrar um SNS débil, Equipas desfalcadas, cansadas e desmotivadas, agudizando-se com a falta de recursos de retaguarda. A necessidade de desmantelar serviços e transformar em prolongamentos das UCI’s e Serviços Covid, foi/é uma realidade. O esforço foi/é tremendo. Mas os Profissionais de Saúde, esgotados, lá foram resistindo e conseguindo dar resposta às necessidades e solicitações. 

O SNS apesar de fragilizado e desfalcado, e sob imensa pressão, lá se tem aguentado, muito à custa da dedicação e altruísmo dos seus Profissionais. Porque a nível dos Ministério da saúde, continua a reinar a confusão. E se não houvesse SNS? A resposta é fácil: haveria outro sistema. Mas Portugal seria capaz de responder da maneira que tem respondido? Acredito que a resposta tinha sido ainda mais limitada e mais deficitária.

Os tempos não estão fáceis. Acreditemos no efeito benéfico da vacina a longo prazo. Acreditamos na ciência, na evidência científica e na capacidade de trabalho e decisão dos Profissionais de Saúde. Aos Cidadãos pede-se que continuem a usar a máscara, lavagem adequada e frequente das mãos (como deveria ser sempre), do distanciamento social e de toda a etiqueta respiratória. Ao Governo e ao Poder Político exige-se prudência nas palavras sem grande ruído nem mediatismos ocos, mas decisões firmes e previdentes nas atitudes. Infelizmente, não tem sido assim! E ainda por cima, quem decide é quem não anda e desconhece o terreno, apesar dos avisos e alertas das Ordens dos Enfermeiros e dos Médicos.

“As economias” (individual, familiar, social, empresas e do país) sofrem gravemente o impacto da “Pandemia”. Há uma degradação da economia em todas as suas latitudes. A Sociedade Portuguesa vai ter que se unir e dar prioridade nas suas compras aos produtos nacionais. O tecido económico e empresarial precisa desta criteriosa escolha e consumo.

Os dias que se seguirão, não vão ser fáceis para Portugal!

Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Comunitária
2021.01.14

domingo, 3 de janeiro de 2021

TODOS QUEREMOS UM NOVO ANO, BOM!

TODOS QUEREMOS UM NOVO ANO, BOM! 




O ano de 2020 já é passado! Todos ansiamos o seu epílogo o mais rápido possível! Foi um ano duro, vivido numa anormalidade única, devido à “Pandemia Covid-19”, causada por um coronavírus de seu nome SARS-CoV-2. À custa disso, várias gerações desconheciam o que era viver em confinamento, limitação e controle de deslocações e movimentos, limitação de direitos e com a pobreza a “bater à porta”. 

Quando os estimados Leitores lerem estas linhas, estaremos já, a viver com pleno direito em 2021. Carregamos todos, muita esperança para este novo ano, que em situação de vida normal, vamos querer compensar tudo o que não fizemos em 2020. O que não vivemos em 2020. Queremos, desejamos e merecemos todos, um novo ano 2021 muito melhor e que nos possibilite vivê-lo sem grandes limitações. A chegada da vacina contra a “Covid-19” veio dar-nos/trazer-nos algum conforto e esperança. 

Mas… a chegada da vacina só por si, não vai impedir, para já, que continuemos a usar a máscara, lavagem adequada e frequente das mãos (como deveria ser sempre), do distanciamento social e de toda a etiqueta respiratória. Entretanto milhares de cidadãos serão vacinados com esta nova e inovadora vacina. E daqui a um ano estaremos todos muito mais felizes. Contudo e apesar da vacina, o estado da “Pandemia” exige ao Poder Político e aos Governantes prudência nas palavras e previdentes nas atitudes, sem grande ruído nem mediatismos ocos. 

Portugal iniciou a vacinação contra o “SARS-CoV-2”. Momento importante e ímpar da ciência, trazendo benefícios para a Sociedade Portuguesa, Europeia e Mundial. Este momento traduzir-se-á num ganho em saúde, no contexto da Pandemia que se vive agora, e quiçá, noutras doenças/infecções oportunistas. Este é também um momento político, onde o Governo da União Europeia soube estar à altura do desafio. 

Este momento político “caseiro” de aproveitamento desmesurado do Sr. Primeiro-Ministro e Sra. Ministra da Saúde é que me parece desajustado. Embora seja politicamente importante e os governantes devem estar presentes, este excesso serve todo um “teatro” para desviar atenções e encobrir as fragilidades e dificuldades do Governo, a vários níveis. Ainda mais desconfortável por ver os Profissionais de Saúde das várias classes a serem usados para e por esta “passerelle política”. Mas se por um lado os Profissionais de Saúde e os Enfermeiros, particularmente, cumprem o seu dever de cuidar de pessoas e executarem as técnicas e procedimentos que só são da sua competência, fazem-no também sob uma tremenda pressão, num volume acrescido de trabalho, com serviços superlotados, Equipas desfalcadas, cansadas, esgotadas e desmotivadas. 

Entre outros simbolismos e comemorações, 2020 foi também o Ano Internacional do Enfermeiro, decretado pela OMS. Mal se imaginava que precisamente neste ano de tão nobre comemoração, iria colocar os Enfermeiros, a nível mundial, na linha da frente. Como em todas as batalhas, muitos destes “soldados” Enfermeiros pereceram no combate. Em muitos países do mundo e particularmente na Europa, inúmeros Governos souberam valorizar, reconhecer, honrar e homenagear os Enfermeiros. Em Portugal aconteceu precisamente o oposto, onde o Governo do Dr. António Costa e das Esquerdas, ostracizou os Enfermeiros, em nada os reconhecendo neste ano simbólico, não tendo nenhuma atitude política e continuando a prejudicá-los, apesar do ano anormal e de comemoração, como atrás referimos. 

Chegados aqui, vamos ser positivos. Desejar que com a vacinação seja atingida a imunidade de grupo. Que as ruas e praças se voltem a encher de pessoas. Que os Avós possam sentir os abraços apertadinhos dos netos, que os jardins possam assistir ao passeio, abraços e beijos dos namorados e apaixonados amantes e que os turistas voltem a visitar o nosso Portugal. 

Deixo uma certeza a Todos: Em qualquer contexto de necessidade de cuidados de saúde, os Enfermeiros de Portugal nunca deixarão ninguém sozinho, ainda que, de dia ou de noite, sejam os únicos à cabeceira da cama. 

Humberto Domingues 
Enf. Espec. Saúde Comunitária 
2021.01.02

DESAFIOS PARA A MINISTRA DA SAÚDE E SNS

DESAFIOS PARA A MINISTRA DA SAÚDE E SNS Nas diferentes épocas sazonais, como é o caso do Verão, o Ministério da Saúde está sempre sob “pro...