A HIPOCRISIA DO Sr.
PRIMEIRO-MINISTRO Dr. ANTÓNIO COSTA CONTINUA!
ESTÁ BEM ACOMPANHADO PELO
CINISMO DA Sra. MINISTRA DA SAUDE
O desplante do Sr. Primeiro-Ministro, Dr. António Costa é grande, mas a
sua hipocrisia é maior.
Vejam que desde Espanha, da sua capital Madrid, à margem de uma convenção do Partido
Socialista Europeu, precisamente do país que deu particular enfoque noticioso às
Greves e manifestações dos ENFERMEIROS PORTUGUESES, vem anunciar a
disponibilidade para negociar com os ENFERMEIROS! Que desfaçatez! Quando este
mesmo Primeiro-Ministro insultou também os ENFEREMIROS e a sua Bastonária e Ordem
Profissional. Agora com esta afirmação, também desautoriza a sua Ministra da
Saúde.
Então não teve
oportunidade de o fazer, perante a incapacitante e incapacitada Ministra da
Saúde, Profª. Doutora Marta Temido, de negociar e equilibrar entre as reivindicações
dos ENFERMEIROS e as possibilidades do Orçamento de Estado, enquanto duraram as
negociações?
Foi preciso haver
“Greve Cirúrgica 1 e 2”, Greve de Fome do Presidente do SINDEPOR Enf. Carlos
Ramalho, sentir as sondagens a penalizarem o PS e as eleições à “porta” e
depois de publicada a carreira, para discussão pública durante 30 dias, para
haver a responsabilização do Sr. Primeiro-Ministro Dr. António Costa, para
abrir a porta (falaciosa) das negociações? Lembrar também que o próprio
Primeiro-Ministro apelidou de selvagem a greve dos ENFERMEIROS.
O Sr.
Primeiro-Ministro Dr. António Costa pode ser um bom político, não deixa de ser
um malabarista, mas entendemos que nunca deixará de ser um
hipócrita e usa desonestidade intelectual, como arma de arremesso contra
os Portugueses, todos aqueles que se lhe opõem e neste caso, os ENFERMEIROS
PORTUGUESES.
Mas a Srª. Ministra da Saúde, Profª. Drª. Marta Temido, usa a
arrogância, a impreparação política e o cinismo, para gerir a contenda com os
ENFERMEIROS PORTUGUESES. Veja-se o comportamento desta Governante: Perante a
realidade da “Greve Cirúrgica 1 e 2”, o descontentamento dentro de toda a
hierarquia do seu Ministério, as várias classes a manifestarem-se, o Presidente
do SINDEPOR em “greve da fome”, faz-lhe um telefonema na sexta-feira de manhã
(2019.02.22 - desconheço o teor do telefonema). O líder do SINDEPOR, numa
atitude de boa-fé, termina a “Greve de Fome” em frente ao Palácio de Belém. Mas
de tarde, num golpe de teatro, de hipocrisia e de oportunidade muito
discutível, publica a “Carreira de Enfermagem”, que não tem a aceitação dos
ENFERMEIROS.
Antes de me alongar, deixar registado que há dois momentos que são
marcantes e que não posso aceitar: A forma como pediu desculpa aos ENFERMEIROS
PORTUGUESES pelos insultos que lhes dirigiu e, que de boa-fé, a Ordem dos
Enfermeiros e os Sindicatos aceitaram. Nesses termos eu não aceitei, e continuo
a não aceitar. E agora de forma cínica, a publicação da “Carreira”,
precisamente no dia que eventualmente negoceia o fim da “Greve de Fome” do Enf.
Carlos Ramalho! Que hipocrisia. Que cinismo. Que pequenez.
O SNS está em estado calamitoso. Todos sabemos isso! E estas feridas
abertas pelo Ministério da Saúde e pelo Governo, contra os ENFERMEIROS
PORTUGUESES, Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica (TSDT), questão
da ADSE e privados, e a breve prazo, Sindicatos e Ordem dos Médicos, se não
forem “tratadas” e eventualmente “saradas”, vão por em causa o Serviço Nacional
de Saúde (SNS) e o grande pilar da conquista da democracia em Portugal, com
risco de implosão.
Mas perante este descalabro, este risco e esta catástrofe, o que vemos:
·
O Povo agitado e agressivo, a virar-se contra os
ENFERMEIROS, envenenados pelo Governo e pela campanha negra e manipulada que
levou a efeito, com a conivência dos Orgãos de Comunicação Social. No entanto
este mesmo Povo satisfeito, impávido e sereno, a ver o desvio dos seus impostos
e de fundos do Orçamento de Estado para uma banca falida, por exemplo de 1.000 milhões
de euros para o Novo Banco. O desvio de dinheiro da Caixa Geral de Depósitos
para devedores falidos e para a corrupção. (Vejam as notícias de Presidente da
República Dr. Jorge Sampaio e Governador do Banco de Portugal alertados para os
riscos dos créditos, e que fizeram?).
·
Este mesmo Povo agressivo com os ENFERMEIROS
PORTUGUESES, quando esta mesma Classe Profissional tem como lema, procedimento
e comportamento, ser o Advogado do doente. Que falta de gratidão para com os
ENFERMEIROS!
Perante este estado de desagregação do SNS e a grande dimensão de
revolta, luta e reivindicação dos ENFERMEIROS PORTUGUESES, com a atitude sem
precedentes do Enf. Carlos Ramalho, em “Greve de Fome”, mesmo em frente ao
Palácio de Belém, será que fizeram acordar Sua Excelência o Presidente da
República, Prof. Doutor Marcelo Rebelo de Sousa e levou-o a pressionar e a
obrigar o seu “delfim”, Primeiro-Ministro Dr. António Costa para voltar às
negociações com os ENFERMEIROS? Ou foi a quebra abrupta da sua popularidade que
o forçou a tal frente, também ela hipócrita, de obrigar o Governo a negociar,
ou anunciar que negociava?
Outra hipótese, já levantada por outros Colegas e que também a coloco,
será que a decisão do Supremo Tribunal Administrativo é muito favorável aos
ENFERMEIROS PORTUGUESES, e por isso, na tentativa de um “golpe de asa”,
tentarem desmobilizar os ENFERMEIROS e por temerem a sua avassaladora reação,
criam esta “almofada” para diminuir o impacto?
Seja o que for, Sr. Primeiro-Ministro Dr. António Costa, perante a
incapacitante capacidade da Srª. Ministra da Saúde, Profª. Drª. Marta Temido em
negociar com os ENFERMEIROS PORTUGUESES, já deveria ter-se tornado timoneiro
nesta travessia. Mas jogar hipocrisia para cima dos ENFERMEIROS PORTUGUESES,
isso é que não! Dizer-lhe que, quem já viveu muitas desgraças em teatro de
guerra, em catástrofes, em hospitais de campanha e tempestades, não terá com
certeza medo desta batalha.
Nós, ENFERMEIROS PORTUGUESES, sabemos ser e sabemos estar, cumprindo os princípios
legais, éticos e deontológicos. Apesar das nossas justas reivindicações, nunca
os doentes terão falta de cuidados de Enfermagem. Portanto o que falta é mesmo
o cumprimento dos compromissos assumidos pelo Governo, a obrigação
constitucional de tratar todos os Portugueses e neste caso os ENFERMEIROS, de
forma igual e com equidade.
Uma coisa é certa, perante todas as atoardas, demagogias e
insultos que o Sr. Primeiro-Ministro Dr. António Costa já nos dirigiu, ficamos
a saber e a conhecer muito mais sobre o seu caracter e forma de estar, do que a
quem ele quer atingir ou diminuir. Essas atitudes são de um personagem menor e
nunca de um estadista que Portugal está a necessitar.
JUNTOS SOMOS MAIS FORTES! Assim o queiramos e saibamos
sê-lo.
Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Comunitária
2019.02.23 – 20h00
Sem comentários:
Enviar um comentário