O DESTEMIDO CAOS NO MINISTÉRIO DA SAÚDE DESTE GOVERNO
Estamos todos os
dias a ser surpreendidos com más notícias, relativas a carências, encerramento
de serviços, maternidades e adiamento de cirurgias devido às medidas que o
Ministério da Saúde e das Finanças deste Governo vem tomando.
O alarme é geral
nos Hospitais e Centros de Saúde, com o encerramento e rotatividade de Serviços
de Urgência de Obstetrícia/maternidades a Sul e presentemente no Norte. Com o
aproximar das férias de verão, população flutuante, turistas e emigrantes, tudo
se vai agravar, provavelmente!
A Srª. Ministra
da Saúde diz que não há obstetras. O Sr. Bastonário da Ordem dos Médicos
desmente a Srª. Ministra. A Srª. Ministra nega que haja caos no SNS! A mentira
e a desculpa estão sempre presentes.
Viu-se o “avança
e retrocede” do Governo relativamente à isenção das taxas moderadoras nos
Cuidados de Saúde Primários. Então anuncia-se esta medida sem se estudar o
impacto orçamental de tal “façanha”? E a pergunta que se coloca, é simples:
para o Estado deixar de arrecadar entre 100 e 150 milhões nestas taxas
moderadoras, onde vai compensar/buscar esta receita? Afinal passou a ser
gradual essa isenção! Óh Srª. Ministra da Saúde, decida-se, mas com base
sustentada e sem ser medidas eleitoralistas, porque dessas já estamos fartos. E
o Sr. Primeiro-Ministro diz que não há dinheiro para acabar com as taxas
moderadoras? E para a banca há dinheiro?
Com a carência e
encerramento de serviços, onde se nota mais esta carência? Onde passa a haver
falta de resposta? No interior do País, claramente! Com estes encerramentos e
obrigar grávidas a fazer 80 kms, adiamento de cirurgias e consultas, etc., é
tratar todos os Portugueses e Cidadãos da mesma maneira? Há igualdade? Há
equidade?
Perante este
descalabro no Ministério da Saúde, por andam os partidos da oposição? Nada tem
a dizer? Está tudo bem? Só vão falar nestas questões em campanha eleitoral, lá
para depois do Verão? Penso que desconhecem a realidade e por isso é preferível
estarem calados a dizerem inverdades e asneiras, como no fundo o têm feito no
passado, relativamente aos Enfermeiros, aos Técnicos Superiores de Diagnóstico
e Terapêutica e à realidade que se vive no SNS!
Entretanto entrou
em cena outro actor, não menos “interessante” de seu nome Mário Centeno,
Ministro das Finanças. O Sr. Ministro da Finanças fez declarações sobre o SNS
que são imprecisas e manipuladas. Assim, para demonstrar estas imprecisões,
transcrevo as declarações da Srª. Bastonária da Ordem dos Enfermeiros, para
ter-mos uma real noção do que se passa, em parte:
“O ministro das finanças veio dizer que o SNS
nunca teve tantos Enfermeiros. É mesmo de rir. Portugal tem uma taxa de
absentismo nacional em Enfermagem que ronda os 12%. Para substituir as
baixas prolongadas o Governo faz contratos de substituição com Enfermeiros que
depois despede e vêm outros. A vaga é a mesma, é só uma pessoa mas que conta
como 10 ou o número de vezes que preencher essa vaga. Tem razão para se rir
sim. O País que em 2016 tinha 4.2 Enfermeiros/1000 habitantes no SNS e em 2017
passa para 4.1. Mais Enfermeiros? Sim, tem razão, é de rir. A média de
Enfermeiros/1000 habitantes dos países da OCDE é de 9.3, mais gargalhadas. 18
mil Enfermeiros emigraram, outros tantos abandonam a profissão ou fogem para o
privado. Não há novas contratações. Tem motivos para rir, já enganou o povo.
Sem o número de Enfermeiros suficientes, a taxa de mortalidade aumenta, sim leu
bem, morrem mais pessoas, mais um motivo para rir.”
Infelizmente,
estamos a viver um momento muito negro da nossa democracia, onde para além das
manipulações, inverdades, autoritarismo e prepotência, temos a corrupção que assola
a nossa Sociedade. Leiam-se e ouçam-se as declarações do Sr. General Ramalho
Eanes, ex-Presidente da República, sobre a Administração Pública, os partidos e
a corrupção!
Depois, como se tudo isto não bastasse, temos situações como as relatadas pelo Tribunal de Contas, onde uma falha na lei (intencional ou não?) permite que 200 ex-políticos possam acumular as "belas" subvenções vitalícias e reformas que representam muitos milhares/milhões de euros!
Termino com uma
frase lapidar de Eça de Queiroz:
“Os políticos e as fraldas
devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão”
Humberto
Domingues
Enfº. Espec.
Saúde Comunitária
2019.06.25 – 22h00
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