INCONGRUÊNCIA DE AFIRMAÇÕES? DESCONHECIMENTO DA REALIDADE?
OPORTUNISMO POLÍTICO E ECONÓMICO?
Tem sido notícia estes últimos dias, o encerramento de maternidades, a falta de médicos obstetras e a agudização e capacidade de resposta destes serviços, agora, para a época de Verão. Só época de Verão? O Sr. Bastonário da Ordem dos Médicos preocupado com a situação, já se manifestou relativamente a esta carência, desmentiu a Srª. Ministra da Saúde e colocou logo em cima da mesa a questão económica e a necessidade de contratar médicos para o período de Verão, pelo valor que os privados oferecem.
Não tenho dúvidas que os serviços estão em rutura, mas há claramente incongruências nas afirmações de hoje do Sr. Bastonário da Ordem dos Médicos, em contraste com as proferidas há cerca de 2 anos atrás.
Há 2 anos atrás (2017) o movimento de Enfermeiros Especialistas em Saúde Materna e Obstetricia (EESMO) despoletaram a reivindicação e luta dos Enfermeiros e alertaram para as carências que já se viviam, particularmente, nos Serviços de Obstetrícia e Blocos de Partos. Naquela altura, o Sr. Bastonário da Ordem dos Médicos, falando da sua “cátedra”, referiu várias alarvidades, entre as quais, que os médicos podiam colmatar claramente a falta de Enfermeiros Especialistas nos Blocos de Partos. Era tanta a “abundância” de médicos que estas “faltas” eram facilmente colmatadas.
Passados 2 anos, para onde foram tantos médicos obstetras? A fartura deu em “fome”? Haviam assim tantos médicos? Não me digam que a maioria se reformou ou saiu da função pública?
Não haveria na altura (há 2 anos) muita ignorância e desconhecimento da realidade por parte do SR. Bastonário da Ordem dos Médicos? Haverá agora um oportunismo político para esta confrontação com o Ministerio da Saúde? Verificamos uma incongruência grande, confrontado as declarações de antes e de agora, do Sr. Bastonário.
Verificamos, infelizmente, que os Enfermeiros, mais uma vez estavam certos, face às dificuldades e carências destes serviços, mas não foram ouvidos nem escutados nem valorizados. Mas a realidade é que há mesmo carências nos serviços, entre as quais, de recursos humanos (Enfermeiros e Médicos).
E perante esta realidade e actualidade qual a opinião dos EESMO?
Num país onde é urgente aumentar a natalidade e particularmente no interior, para a fixação de pessoas e desenvolvimento destas regiões, é precisamente aqui, que mais fácil e rapidamente se encerram maternidades e por isso se deixa de investir e de criar riqueza nesta zonas do país! Isto é modernizar Portugal? É dar oportunidade a todos?
Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Comunitária
2019.06.26 – 07h30
De facto, incongruência é o que ressalta das palavras do Sr bastonário da ordem dos médicos.
ResponderEliminarDesde que haja dinheiro tudo se resolve. Têm é que ser principescamente pagos, como se estrelas de Hollywood se tratasse.