Cortesia: Ordem dos Enfermeiros
"A Ordem dos Enfermeiros manifesta a sua frontal oposição à anunciada colocação de alunos do curso de licenciatura em Enfermagem nas Unidades de Saúde Pública a realizar inquéritos epidemiológicos, por considerar que tal medida não se justifica nesta fase, quando ainda há centenas de Enfermeiros desempregados, conforme resulta de um inquérito realizado nos últimos dias pela OE.
Em apenas três dias, os primeiros dados deste inquérito, que continua em curso, mostram que há, pelo menos 412 Enfermeiros desempregados com disponibilidade imediata, dos quais 300 nunca foram contactados e cerca de 100 recusaram as actuais condições contratuais oferecidas pelas instituições, nomeadamente os contratos de apenas quatro meses, situação para a qual a OE tem vindo a alertar.
A OE entende que a situação epidemiológica em que nos encontramos exige que o governo defina uma estratégia para a Enfermagem em Portugal, na qual se contemplem medidas de valorização profissional, com vista à fixação dos mesmos e que incentivem o regresso dos milhares de profissionais que se encontram emigrados, depois de em 2019 mais de quatro mil profissionais, o maior número de sempre, ter solicitado declarações para exercício profissional no estrangeiro.
A resposta à pandemia, nesta fase, não justifica que alunos pratiquem actos próprios de uma profissão regulamentada, praticando actos próprios de uma habilitação que ainda não detêm, e muito menos se admite que procurem soluções que permitam o exercício profissional em regime de voluntariado.
A Ordem dos Enfermeiros defende que o actual contexto necessita de profissionais habilitados e preparados para assegurar e garantir a adequada resposta dos serviços de saúde, devendo por isso, qualquer solução, contemplar Enfermeiros especialistas em Enfermagem Comunitária, a quem compete a monitorização e rastreio epidemiológico, que face à situação devem ser chamados a integrar as Unidades de Saúde Pública."
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