OS CRAVOS E A MARCHA BRANCA DOS
ENFERMEIROS, NÃO ENGANAM!
ESTÃO FIRMES, UNIDOS E FOCADOS
NAS SUAS REIVINDICAÇÕES.
NÃO OUSEM DESAFIÁ-LOS.
A magnânima,
estrondosa quanto à dimensão, retumbante quanto à afirmação, ordeira, serena e
pacífica “Marcha Branca” dos ENFERMEIROS PORTUGUESES, não engana ninguém. Provavelmente
só engana os mais incrédulos. Por isso e perante esta união, não ousem desafia-los.
Os “Cravos Brancos” que trajaram os ENFERMEIROS ao longo da marcha, também contagiaram
as forças da ordem e da segurança. Muitos anos atrás (há 45 anos) foram
vermelhos. Em Setembro de 2017 e Março de 2019, foram brancos. E continuarão a
ser brancos!
Tal como já escrevi, “um véu fino e delicado transformou-se em manto branco nas ruas de Lisboa". Esta marcha teve uma dimensão, que surpreendeu tudo e todos, menos os ENFERMEIROS. Estes Profissionais estão despertos, unidos e cientes da sua força. E já demonstraram essa grandeza, convicção e firmeza nesta “Marcha Branca”. Não estão a enganar ninguém! Foram 20.000 ENFERMEIROS, nas ruas de Lisboa. Mas podem ser muitos mais!
Hoje sabemos
claramente, qual o nosso caminho, a nossa responsabilidade e que lugar ocupar
na Saúde, seja no Serviço Nacional de Saúde (SNS), na Medicina Privada, nas
IPSS ou na Rede Social.
Sejamos
verdadeiros e claros, porque honestidade nunca nos faltou. Não queremos
instrumentalizar a instabilidade e as fragilidades da Srª. Ministra da Saúde,
Profª. Doutora Marta Temido. Não queremos uma guerra estéril. Estamos dispostos
a negociar. Mas uma negociação verdadeira e biunívoca. E por isso, apesar de privilegiarmos
o diálogo, não deixaremos de reivindicar com firmeza as nossas pretensões: Somos
claros, ao dizer que nesta nova ronda de negociação, há princípios mínimos em
que têm que assentar:
- A Carreira está em discussão pública, e por isso aguardemos o que daí advém. Mas o Ministério da Saúde e o Governo não podem ignorar as posições dos ENFERMEIROS;
- A Carreira de Enfermagem tem um ponto basilar e crucial, e que cabe agora, neste retomar de negociação – a base remuneratória de ingresso – Penso que 1600€ é a base. Que passos dar e que faseamento fazer para se alcançar este valor? As negociações servem precisamente para isso;
- As progressões que se estão a efectivar, com a contagem de pontos, e reposição em escalões, não pode ser enganosa, não pode delapidar anos e anos de serviço e não pode fazer tábua rasa de toda a dedicação e entrega ao SNS e a espectativa criada nas progressões. Tem que haver aqui uma alteração às normas emanadas pelo Governo/ACSS relativamente a esta contagem;
- A idade para a reforma, face ao desgaste e penosidade da nossa profissão (57 anos). Base da negociação pode começar aqui e depois equilibrar com outras variáveis.
Os 20.000 ENFERMEIROS, trajados de branco e com cravos nas mãos, não enganam ninguém. Nem tão pouco podem surpreender ninguém. Foi e é, a demonstração de união em torno de uma Classe Profissional, que não vacilará na defesa dos seus direitos e reivindicações. Esta união, está muito acima dos Sindicatos da Classe, tendo sempre presente que a única representante de todos os ENFERMEIROS, é a sua Ordem Profissional. Por isso, ou os Sindicatos assumem estas reivindicações dos seus associados, ou terão de vir a reboque do que a Classe fará, se os mesmo enveredarem por outros caminhos e quezílias.
O Ministério da
Saúde, o Governo e o poder político se tinham dúvidas da união e firmeza dos
ENFERMEIROS, podem avaliar a nossa força pela “Marcha Branca” de 2019.03.08, que
poderá sair para as ruas sem tibiezas, sem medos com uma mobilização em massa,
a todo o momento. Porque a partir da “Greve Cirúrgica 1 e 2” e da Marcha Branca”,
os ENFERMEIROS estão disponíveis a manifestar a sua insatisfação, caso a tutela
não entenda as nossas reivindicações. Da nossa parte, ENFERMEIROS, haverá
sempre tempo para negociar, porque em sentido contrário, haverá formas de luta
mais “agressivas”, com uma certeza, nada será como antes. Jamais!
Sou sempre a
favor do diálogo, quando as duas ou mais partes, efectivamente dialogam e há
progressos. Não há tempo para inflar egos, nem demarcação de “canteiros,
quintais ou quintas”. Há uma Classe Profissional em causa – ENFERMEIROS – que precisa
de ser respeitada, ouvida e atendida nas suas reivindicações.
Saibamos estar JUNTOS,
PORQUE SOMOS MAIS FORTES. E porque NINGUÉM SOLTA A MÃO DE NINGUÉM!
Humberto
Domingues
Enf. Espec.
Saúde Comunitária
2019.03.10 – 21h30
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