12 DE MAIO – DIA INTERNACIONAL
DO ENFERMEIRO
Cortesia: Ordem dos Enfermeiros
A
12 de Maio, comemora-se o “Dia Internacional do Enfermeiro”. Este ano com um “sentido
e sentir” emocional diferente e muito presente, porque estão na linha da frente
no combate ao SARS-CoV-2 COVID-19 e porque também a OMS decretou o ano 2020,
como o “Ano Internacional do Enfermeiro”. Por ironia do destino, veio esta
“Pandemia” para mais uma vez por à prova o trabalho, o valor dos Enfermeiros e
demonstrar que são insubstituíveis em qualquer sistema e Equipa de Saúde. Como
se fosse necessário provar mais alguma coisa…
Rosto
marcado por horas e horas de uso de máscara e outras protecções, contra o
SARS-CoV-2 COVID-19. Olhar cansado! Desgaste físico e emocional, tremendo.
Muito mal remunerados. Distantes e separados da Família. Distantes do lar. Mas
presentes, permanentemente, na Equipa Multidisciplinar, a cuidar/tratar o
doente. Horas a fio, desperto, para que ao primeiro sinal de desequilíbrio,
actue junto do doente. Sempre presente a todas as horas e minutos, nas unidades
de cuidados intensivos, nos internamentos, nos hospitais de retaguarda, nos
hospitais de campanha, nos domicílios, Enfermeiros sempre presentes em todas as
linhas e momentos de socorrer, actuar e do cuidar/tratar, reabilitar e na
prevenção. Estão e são, mesmo, a primeira linha!
Cortesia: Ordem dos Enfermeiros
Lembrar
neste dia que, apesar de tudo o que ao longo dos tempos os Enfermeiros fizeram
e deram, houve políticos, Ministros e Governos, que só maltratam e insultam a
Classe de Enfermagem. Alguns deles, esquecendo-se do que já disseram e fizeram,
defendem agora, porque já não têm influência política ou estão fora do poder,
que os Enfermeiros devem ser valorizados na sua carreira profissional e
remunerações. E quando estiveram nos lugares decisórios, o que fizeram? NADA,
ou pioraram até a situação!
Os
mesmos que abusivamente nos insultaram, apelidando-nos de “imorais, infractores
e criminosos” quando lutávamos pelo respeito, dignidade da profissão e
remuneração equivalente ao trabalho e responsabilidade que temos, são os mesmos
que, hipocritamente, nos bajulam, afirmando a excelência do nosso trabalho,
dedicação e qualificações académicas e científicas. Mas este reconhecimento é
de circunstância, oportunista, cínico e não sentido. Porque no virar da
esquina, quando a Pandemia “passar” (e não vai passar facilmente), voltarão a
esquecer os Enfermeiros, não corrigindo a Carreira de Enfermagem nem as grelhas
salariais. Triste classe política que este País tem! Mas a Sociedade continua a
não se indignar! E tolerou todas estas agressões aos seus concidadãos
Enfermeiros!
Cortesia: Ordem dos Enfermeiros
Ainda
no passado sábado, a Srª. Ministra da Saúde, Doutora Marta Temido, numa
entrevista na televisão SIC, quando confrontada com a pergunta sobre o
hipotético aumento das remunerações dos Profissionais de Saúde, veio logo a
resposta vazia, insensível e de desvalorização, para com estes Profissionais. E
o mau deste socialismo, é que a comparação ou o nivelamento é sempre por baixo.
Nunca pela excelência, pela competência ou pelo mérito. Depois há este contrassenso,
mesmo chamando os Enfermeiros de “heróis”, contratam-nos a 6,42€/hora.
Dizer
a este governo e à Srª. Ministra da Saúde, que os Enfermeiros prescindem dos
aumentos de 0,3%, que se resumem a nem sequer meia dúzia de euros. O que querem
é que lhes seja contado o tempo de anos de serviço que lhes foi roubado, que
paguem as progressões de acordo com os escalões, que num passe de mágica lhes
apagaram, que sejam colocados nos escalões e categorias que efectivamente
merecem e deveriam estar. Que os Enfermeiros, tal como outros funcionários da
Administração Pública, também são licenciados e deveriam ser remunerados como
tal. Isso sim, era reconhecer e tratar bem, sem demagogia e com justiça, os “heróis”
Enfermeiros.
Não
faltará muito tempo que, perante a passividade do Sr. Presidente da República e
do Governo, Portugal perderá muitos dos seus Enfermeiros e do seu saber, e os
cuidados de saúde prestados aos cidadãos pelos Enfermeiros de hoje, ficará
entregue sabe-se lá a quem, com toda a certeza com piores prestações.
E
não só no dia 12 de Maio, mas todos os dias, Os Enfermeiros Portugueses
estiveram sempre no lugar certo, a socorrer, a cuidar, a tratar e ao lado de
quem mais precisa, os Cidadãos doentes e suas Famílias.
Humberto
Domingues
Enf.
Espec, Saúde Comunitária
2020.05.11
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