INCOMPETÊNCIA E INCONGRUÊNCIA
DE UM MINISTÉRIO DA SAÚDE
E DE UM GOVERNO GERINGONÇADO
O final da
legislatura está a demonstrar que a gestão da Saúde por este Governo da
geringonça foi desadequada, incompetente, não respondeu às necessidades dos
Cidadãos, não percebeu a importância e desafios do Serviço Nacional de Saúde
(SNS) e não soube negociar, satisfazer e diminuir fossos que há mais de década
e meia afrontam, desvalorizam e insultam os seus Profissionais, nomeadamente os
Enfermeiros.
António Arnaut percebeu
esta incompetência do actual Governo, e nos últimos dias da sua vida apelou ao
Secretário-Geral do PS e Primeiro-Ministro, Dr. António Costa pedindo-lhe para
salvar o SNS!
O presente Verão
vai ser “tórrido” e fértil em episódios que em nada abonarão em favor do SNS. E,
infelizmente, o que a Ordem dos Enfermeiros anda a alertar há cerca de 4 anos e,
agora também, a Ordem dos Médicos, começa a concretizar-se em prejuízo dos
Cidadãos, das grávidas, das crianças e adultos doentes oncológicos, do aumento
das listas de espera de cirurgias, falta de camas e mais gravoso ainda, a falta
de recursos humanos para colmatar as carências existentes, cumprindo-se as
necessárias e exigentes dotações seguras, mas também, satisfazendo as respostas,
com qualidade, face ao aumento de esperança de vida e ao que esta realidade
representa para a Sociedade Moderna.
Os Enfermeiros,
particularmente, desde 2017 têm encetado várias formas de luta, não apenas na
tentativa de melhorar o seu estatuto e remuneração profissional, mas também,
para alertar e demonstrar a caótica situação em que se estava a transformar o
SNS. Poucos ou nenhuns, incluindo políticos, Governo, Comunicação Social,
concordaram com os sinais que eram evidentes e demonstrativos do inadequado e desordenado
caminho que estaria a percorrer o SNS. Hoje, algumas dessas classes e Ordens,
que no passado, de forma cínica e muito pouco solidária contrariaram o que
vinha sendo dito pela Bastonária e Ordem dos Enfermeiros, são os mesmos que a
reboque dos acontecimentos, também eles fazem greve, dão voz ao estado de
desmantelamento que o SNS está a atravessar e reforçam a demonstração de
incompetência do Ex-Ministro e actual Ministra da Saúde do Governo “Geringonçado”.
O Ministério da
Saúde mostrou-se incompetente com os Enfermeiros, como o fez também com outras
Classes Profissionais, e sentiu-se encurralado com a realidade que vinha sendo
demonstrada e com as greves, sinal evidente do descontentamento destes profissionais.
O Governo acossado da situação partiu para o insulto gratuito, contrariou leis,
produziu actos ilegais, criou factos e “bonecos políticos”, adulterou listas de
espera, manipulou prioridades cirúrgicas e deliberou sindicância à Ordem dos
Enfermeiros, em actos autênticos de um fundamentalismo ditatorial, próprios de
quem perde a razão democrática, quer encobrir a realidade dos factos e usa as instancias
e o poder do Governo “comprando” comentadores, Orgãos da Comunicação Social e
instituições subservientes, para tentar esmagar e fazer calar vozes incómodas.
Será a vivência de uma Venezuela em Portugal?
Tenho para mim,
que a maioria dos comentadores políticos, avençados do Estado e de interesses
menos visíveis, demonstraram não conhecer o que é o SNS na sua essência. Não
sabem e não foram capazes de destrinçar entre Sistema de Saúde (SS) e Serviço
Nacional de Saúde (SNS). Desconhecem o estatuto, as remunerações e as
actividades profissionais das diferentes classes da saúde e por isso não
compreendem que hoje as equipas são multidisciplinares e há dimensões do
Cidadão doente, que não só a sua situação de doença clínica, que precisa de ser
atendida e tratada.
Ficou desta
legislatura o insulto barato e infundado aos Enfermeiros. A publicação de uma “Carreira
de Enfermagem” que não respeitou a palavra do Governo, não fez justiça às reivindicações
dos Enfermeiros e contributos honestos, leais e oportunos ao momento perdido
pelo Governo, de demonstrar competência e vontade de estimular o reconhecimento
e importância de uma Classe de Enfermagem que muito dá ao SNS, à Sociedade e que
não se enreda na corrupção e interesses fraudulentos que a Comunicação Social vão
noticiando e trazendo a público.
Perante esta
realidade inequívoca de que o SNS está em pré-ruptura, não se conhece nenhum
posicionamento público e claro de Sua Excelência o Presidente da República,
Prof. Doutor Marcelo Rebelo de Sousa. Lembrar que cabe ao Presidente da
República na qualidade de Supremo Magistrado da Nação, cumprir e fazer cumprir
a Constituição da República Portuguesa. Por isso perguntar a Sua Excelência o
que terá a dizer sobre os direitos constitucionais dos cidadãos – grávidas,
bebés e doentes oncológicos – relativamente ao acesso aos serviços de
proximidade e das Unidades e Hospitais do SNS? Fica a pergunta!
Os Enfermeiros
demonstraram de que, quando unidos, são capazes de parar o SNS, encurralar o
Governo, mas apesar disso, estar sempre junto do Cidadão, porque estão à
cabeceira 24 horas por dia, durante todo o ano e não deixam ninguém sozinho!
Enf. Espec. Saúde
Comunitária
2019.07.07 – 22h00
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