O DESNORTE DA SAÚDE PERANTE FACTOS CONCRETOS – INEM E HOSPITAL CASCAIS
MINISTERIO DA SAUDE DECRETARÁ SINDICÂNCIA?
O Ministério da Saúde está em ebulição perante os casos e factos que acontecem em catadupa, consequência de uma má gestão política, acima de tudo, mas também fruto de cativações exageradas de verbas, falta de financiamento, falta de gestão, de planeamento e de definição de prioridades reais.
A situação agravou-se desde que a Doutora Marta Temido assumiu o Ministério, criando a analogia como já alguém escreveu como “um elefante numa loja de loiça”, tal é o disparate, a inoportunidade, o desencontro, o desconhecimento e ignorância perante o que se passa na ampla e necessária gestão em e na saúde.
O Ministério da Saúde, é um ministério que em qualquer país que se quer desenvolvido, tem que ter um orçamento ajustado às necessidades reais, a fim de dar resposta às necessidades e bem tratar os Cidadãos, porque são eles, grosso modo, contribuintes que através dos seus impostos pagos, vão para o orçamento de estado, financiando assim as despesas neste e noutros ministérios.
Dito isto, não é preciso recuar muito tempo atrás para perceber a incompetência do actual Ministério e seus responsáveis. A gestão das negociações e crise com os Enfermeiros, com os Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica foi o descalabro. A Ordem e Sindicatos Médicos estão no limite da tolerância à surdez (a mesma que teve com os Enfermeiros) da Ministra da Saúde e ameaçam com greves. É a própria Ordem dos Médicos, pela voz do seu Bastonário Dr. Miguel Guimarães, que diz claramente que os dados contidos nas listas de espera para cirurgias e 1ªs consultas, envergonham o País. A Ordem dos Enfermeiros já há muito tempo tornou público a sua preocupação e inclusive o número excessivo de mortes de doentes que aguardavam cirurgias. O Tribunal de Contas é perentório e pragmático nesta avaliação contra o governo e Ministério da Saúde.
São notícias dos últimos dias, amplificado pelo jornalismo de investigação da TVI, do descalabro na gestão do INEM, serviço extremamente necessário de socorro às populações em caso de doença e catástrofe. As noticias vindas a público de que o Hospital de Cascais falseia dados (resultados clínicos e algoritmos do sistema triagem de urgências). Enfim, um sem número de situações, que efectivamente o Ministério da Saúde não tem mão. No entanto, foi pela via mais fácil do show-off, como tanto gosta a Srª. Ministra da Saúde de fazer, que foi apressadamente decretar uma Sindicância à Ordem dos Enfermeiros, com todos os atropelos à lei e a um estado de direito, como entendemos que deve ser Portugal, democrático e de respeito pelos órgãos eleitos das instituições.
Na “Convenção Internacional dos Enfermeiros” que decorreu no Porto nos dias 10 e 11 de Maio, onde esteve presente o Sr. Secretário de Estado Adjunto Dr. Francisco Ramos, pudemos ouvir da sua voz, palavras de agradecimento e o engrandecimento do SNS pelo trabalho e dedicação dos Enfermeiros. Mas estas palavras não passam de momentos efémeros e cínicos, porque até, quando proferiu estas palavras não encarou a plateia de frente e baixo a cabeça, num não verbal muito forte e esclarecedor do que estava a dizer não era o que sentia. Portanto as palavras, na boca destes políticos, valem o que valem!
A Srª. Ministra da Saúde e o Governo têm agora em mãos um grande desafio! Têm a oportunidade de mostrar a sua autoridade política e executiva ao decretar uma “sindicância” com a mesma urgência e publicidade que fizeram com a Ordem dos Enfermeiros, mas desta vez, ao INEM e ao Hospital de Cascais. Se assim não o fizerem, apenas confirmam que a “sindicância” à Ordem dos Enfermeiros é um acto persecutório, tendencioso, politicamente errado e uma atitude inequívoca de tentar “arranjar” algum motivo para impossibilitar a recandidatura da Srª. Enfª. Ana Rita Cavaco ao lugar de Bastonária da Ordem dos Enfermeiros.
Se num estado de direito, perante as acusações ao INEM, através de documentos que foram exibidos na investigação da TVI, o Ministério da Saúde não decretar uma “sindicância”, só confirma ser tendencioso, parcial, incompetente e falta de responsabilidade politica perante a nação e os seus Cidadãos. Portanto o descrédito total. E só restará à Srª. Ministra da Saúde, pedir a demissão, para não perder toda a dignidade que um Ministro deve ter.
Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Comunitária
2019.05.17 – 07h00
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