AS MÚLTIPLAS AGRESSÕES QUE TÊM
SOFRIDO OS ENFERMEIROS PORTUGUESES
Desde 22 de
Novembro que os ENFERMEIROS PORTUGUESES, através dos Colegas dos Blocos
Operatórios, de 5 Centros Hospitalares e Universitários, têm protagonizado a
famosa GREVE CIRÚRGICA.
Na primeira
semana e meia de GREVE CIRÚRGICA, decorreu dentro da normalidade de uma GREVE,
que cumpre todos os preceitos legais e que estão sustentados na Constituição da
República Portuguesa.
Mas depois deste
tempo de semana e meia, quando os políticos, administradores hospitalares e
presidentes dos conselhos de administração, constataram que esta GREVE era a
valer, que os seus prémios de “produção”, indicadores e taxas não seriam
alcançados e que a insatisfação e reivindicação dos ENFERMEIROS PORTUGUESES estavam
em crescendo e com razões mais que suficientes, que justificam toda esta
afirmação de descontentamento e ausência de respostas por uma carreira, começaram
as agressões e insinuações, vindas de múltiplos “actores”, questionando tudo.
Até a Srª. Ministra da Saúde, Profª. Doutora Marta Temido, perdida em
inconsistências, julgava que o parecer por ela pedido ao Conselho Consultivo da
PGR, seria a boia de salvamento para acabar com a GREVE CIRÚRGICA. Mas este
parecer foi-lhe desfavorável. A partir daí, tudo fez, desde a leitura enviusada
de tal parecer, ao ponto de chamar a GREVE de “muito agressiva” e de num último
momento de desconforto, sentindo toda a pressão das consequências da GREVE, num
discurso aflitivo, de raiva e de desespero, politicamente incorrecto, apelidou
os ENFERMEIROS PORTUGUESES de “infractores” e “criminosos”.
Estas ofensas
caíram tão mal entre a Classe de Enfermagem e no seio da Sociedade, que as
manifestações e as ondas de choque não demoraram muito a surgir e, começaram a
sentir-se, essencialmente nas redes sociais. Foram de tal forma estas
manifestações de desconforto que obrigaram a Ministra da Saúde a formular um
pedido de desculpas, via telefone e, não pela rádio TSF/DN onde as produziu,
dirigido à Ordem dos Enfermeiros e aos Sindicatos de Enfermagem.
Para além da Srª
Ministra da Saúde, não possuir tacto político e ter-se manifestado da forma que
o fez, levando até um seu camarada de partido, Presidente da Câmara Municipal
de V N Gaia a criticá-la severamente na imprensa escrita, apelidando de
comportamento com “desprendimento e arrogância”, também outros políticos, com
um elevado quilate de ignorância, sobre o que à ENFERMAGEM diz respeito,
estiveram nas televisões, jornais, artigos de opinião, blogues e redes sociais,
verbalizando e manifestando barbaridades, demonstrando falta de informação,
inconsistência nas afirmações e ignorância não só em relação com os ENFERMEIROS
PORTUGUESES, mas também sobre o SNS.
O desconforto das
afirmações da Srª. Ministra da Saúde, Profª. Doutora Marta Temido, foram de tal
forma, que criaram divisões no seu Gabinete, no largo do Rato e no Grupo
Parlamentar do PS, que para além do pedido de desculpas feito, obrigou a uma
mudança de atitude (cínica), recebendo a Ordem dos Enfermeiros em audiência na
4ª. feira, na 5ª. feira o movimento autor da GREVE CIRÚRGICA e amanhã, 6ª.
feira vai receber todos os Sindicatos, mesmo a ASPE e o SINDEPOR, que
decretaram a GREVE e a quem a Srª. Ministra da Saúde disse que não os recebia.
Volte-face no Ministério da Saúde.
A importância e a
inovação no formato de GREVE CIRÚRGICA atingiu tal intensidade, que até a
“insuspeita” Igreja Católica, pela voz do Sr. Bispo do Porto, D. Manuel Linda,
veio a terreiro tecer considerações e criticar, mas infelizmente, tal como os
referidos anteriormente, deixando a descoberto a ignorância que esta alta
figura eclesiástica transporta sobre as cirurgias em período de GREVE
CIRÚRGICA. Já agora, permitam-me até perguntar se estas questões/afirmações do
Sr. Bispo do Porto, são apenas dele, ou retratam o sentir e o pensar da
Conferência Episcopal Portuguesa?
Tem sido um sem
número de insultos que têm sido direccionados aos ENFERMEIROS PORTUGUESES, devido
aos políticos não estarem a conseguir parar esta força que está em crescendo. O
poder político e alguns “lobbies” montaram uma campanha, que está em andamento,
de descrédito, suspeição, e intriga em desfavor dos ENFERMEIROS PORTUGUESES.
Chegados a este
ponto, e estado de coisas, constatamos:
·
Têm
sido inúmeros os insultos, manobras, comentários, artigos de opinião e manobras
nos bastidores para tentarem denegrir, desmoralizar, dividir e virar a
Sociedade contra os ENFERMEIROS PORTUGUESES;
·
O
único, bem informado, fundamentado, verdadeiro e inequívoco comentário em favor
dos ENFERMEIROS PORTUGUESES E DA GREVE CIRÚRGICA, veio do Dr. José Eduardo
Martins num programa da RTP3;
·
Os
Sindicatos ASPE e SINDEPOR têm tido um comportamento irrepreensível na
afirmação e defesa das reivindicações, exigências e apoio à GREVE CIRÚRGICA;
·
Os
ENFERMEIROS PORTUGUESES dos Blocos Operatórios que têm sofrido pressões
imensas, são o pilar, em nome da ENFERMAGEM, que dão voz a todo o
descontentamento que se vive no seio da classe;
·
A
Ordem dos Enfermeiros tem uma postura correcta, incensurável, impoluta e de inequívoco
apoio aos ENFERMEIROS PORTUGUESES. A presença da Srª. Bastonária Enfª. Ana Rita
Cavaco, têm sido sempre acompanhada pelo Seu Conselho Directivo e Presidentes
da respectivas Secções o que se traduz numa postura, de coesão e união que a
Ordem dos Enfermeiros vive, e é bem visível.
·
A
assertividade da Srª. Bastonária, Enfª. Ana Rita Cavaco tem sido uma constante nas
declarações que tem proferido e na mediação de conflitos.
Infelizmente,
temos visto outros Sindicatos divorciados dos ENFERMEIROS PORTUGUESES e
“desaparecidos” no apoio à GREVE CIRÚRGICA e ao sentir e manifestações dos
desejos, reivindicações e exigências desta Classe.
É de tal forma o
incómodo e divórcio, de alguns dirigentes com a realidade que se vive, que até
arrastados pela influência do “alzheimer”, levou-os, na sua mais alta cúpula, a
criticar financiamentos e GREVES. Vejam só ao que chegamos!
Para que possamos
viver ventos de mudança, não podemos esquecer: JUNTOS SOMOS MAIS FORTES! Assim
o queiramos e saibamos sê-lo.
Humberto
Domingues
Enf. Espec. Saúde
Comunitária
2018.12.20 – 23h30
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