sábado, 22 de dezembro de 2018

AS MÚLTIPLAS AGRESSÕES QUE TÊM SOFRIDO OS ENFERMEIROS PORTUGUESES




AS MÚLTIPLAS AGRESSÕES QUE TÊM SOFRIDO OS ENFERMEIROS PORTUGUESES

Desde 22 de Novembro que os ENFERMEIROS PORTUGUESES, através dos Colegas dos Blocos Operatórios, de 5 Centros Hospitalares e Universitários, têm protagonizado a famosa GREVE CIRÚRGICA.

Na primeira semana e meia de GREVE CIRÚRGICA, decorreu dentro da normalidade de uma GREVE, que cumpre todos os preceitos legais e que estão sustentados na Constituição da República Portuguesa.

Mas depois deste tempo de semana e meia, quando os políticos, administradores hospitalares e presidentes dos conselhos de administração, constataram que esta GREVE era a valer, que os seus prémios de “produção”, indicadores e taxas não seriam alcançados e que a insatisfação e reivindicação dos ENFERMEIROS PORTUGUESES estavam em crescendo e com razões mais que suficientes, que justificam toda esta afirmação de descontentamento e ausência de respostas por uma carreira, começaram as agressões e insinuações, vindas de múltiplos “actores”, questionando tudo. Até a Srª. Ministra da Saúde, Profª. Doutora Marta Temido, perdida em inconsistências, julgava que o parecer por ela pedido ao Conselho Consultivo da PGR, seria a boia de salvamento para acabar com a GREVE CIRÚRGICA. Mas este parecer foi-lhe desfavorável. A partir daí, tudo fez, desde a leitura enviusada de tal parecer, ao ponto de chamar a GREVE de “muito agressiva” e de num último momento de desconforto, sentindo toda a pressão das consequências da GREVE, num discurso aflitivo, de raiva e de desespero, politicamente incorrecto, apelidou os ENFERMEIROS PORTUGUESES de “infractores” e “criminosos”.

Estas ofensas caíram tão mal entre a Classe de Enfermagem e no seio da Sociedade, que as manifestações e as ondas de choque não demoraram muito a surgir e, começaram a sentir-se, essencialmente nas redes sociais. Foram de tal forma estas manifestações de desconforto que obrigaram a Ministra da Saúde a formular um pedido de desculpas, via telefone e, não pela rádio TSF/DN onde as produziu, dirigido à Ordem dos Enfermeiros e aos Sindicatos de Enfermagem.

Para além da Srª Ministra da Saúde, não possuir tacto político e ter-se manifestado da forma que o fez, levando até um seu camarada de partido, Presidente da Câmara Municipal de V N Gaia a criticá-la severamente na imprensa escrita, apelidando de comportamento com “desprendimento e arrogância”, também outros políticos, com um elevado quilate de ignorância, sobre o que à ENFERMAGEM diz respeito, estiveram nas televisões, jornais, artigos de opinião, blogues e redes sociais, verbalizando e manifestando barbaridades, demonstrando falta de informação, inconsistência nas afirmações e ignorância não só em relação com os ENFERMEIROS PORTUGUESES, mas também sobre o SNS.

O desconforto das afirmações da Srª. Ministra da Saúde, Profª. Doutora Marta Temido, foram de tal forma, que criaram divisões no seu Gabinete, no largo do Rato e no Grupo Parlamentar do PS, que para além do pedido de desculpas feito, obrigou a uma mudança de atitude (cínica), recebendo a Ordem dos Enfermeiros em audiência na 4ª. feira, na 5ª. feira o movimento autor da GREVE CIRÚRGICA e amanhã, 6ª. feira vai receber todos os Sindicatos, mesmo a ASPE e o SINDEPOR, que decretaram a GREVE e a quem a Srª. Ministra da Saúde disse que não os recebia. Volte-face no Ministério da Saúde.  

A importância e a inovação no formato de GREVE CIRÚRGICA atingiu tal intensidade, que até a “insuspeita” Igreja Católica, pela voz do Sr. Bispo do Porto, D. Manuel Linda, veio a terreiro tecer considerações e criticar, mas infelizmente, tal como os referidos anteriormente, deixando a descoberto a ignorância que esta alta figura eclesiástica transporta sobre as cirurgias em período de GREVE CIRÚRGICA. Já agora, permitam-me até perguntar se estas questões/afirmações do Sr. Bispo do Porto, são apenas dele, ou retratam o sentir e o pensar da Conferência Episcopal Portuguesa? 

Tem sido um sem número de insultos que têm sido direccionados aos ENFERMEIROS PORTUGUESES, devido aos políticos não estarem a conseguir parar esta força que está em crescendo. O poder político e alguns “lobbies” montaram uma campanha, que está em andamento, de descrédito, suspeição, e intriga em desfavor dos ENFERMEIROS PORTUGUESES.

Chegados a este ponto, e estado de coisas, constatamos:
·         Têm sido inúmeros os insultos, manobras, comentários, artigos de opinião e manobras nos bastidores para tentarem denegrir, desmoralizar, dividir e virar a Sociedade contra os ENFERMEIROS PORTUGUESES;
·         O único, bem informado, fundamentado, verdadeiro e inequívoco comentário em favor dos ENFERMEIROS PORTUGUESES E DA GREVE CIRÚRGICA, veio do Dr. José Eduardo Martins num programa da RTP3;
·         Os Sindicatos ASPE e SINDEPOR têm tido um comportamento irrepreensível na afirmação e defesa das reivindicações, exigências e apoio à GREVE CIRÚRGICA;
·         Os ENFERMEIROS PORTUGUESES dos Blocos Operatórios que têm sofrido pressões imensas, são o pilar, em nome da ENFERMAGEM, que dão voz a todo o descontentamento que se vive no seio da classe;
·         A Ordem dos Enfermeiros tem uma postura correcta, incensurável, impoluta e de inequívoco apoio aos ENFERMEIROS PORTUGUESES. A presença da Srª. Bastonária Enfª. Ana Rita Cavaco, têm sido sempre acompanhada pelo Seu Conselho Directivo e Presidentes da respectivas Secções o que se traduz numa postura, de coesão e união que a Ordem dos Enfermeiros vive, e é bem visível.
·         A assertividade da Srª. Bastonária, Enfª. Ana Rita Cavaco tem sido uma constante nas declarações que tem proferido e na mediação de conflitos.

Infelizmente, temos visto outros Sindicatos divorciados dos ENFERMEIROS PORTUGUESES e “desaparecidos” no apoio à GREVE CIRÚRGICA e ao sentir e manifestações dos desejos, reivindicações e exigências desta Classe.

É de tal forma o incómodo e divórcio, de alguns dirigentes com a realidade que se vive, que até arrastados pela influência do “alzheimer”, levou-os, na sua mais alta cúpula, a criticar financiamentos e GREVES. Vejam só ao que chegamos!

Para que possamos viver ventos de mudança, não podemos esquecer: JUNTOS SOMOS MAIS FORTES! Assim o queiramos e saibamos sê-lo.

Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Comunitária
2018.12.20 – 23h30

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