sexta-feira, 22 de novembro de 2019

GREVE CIRÚRGICA INICIOU-SE HÁ UM ANO


GREVE CIRÚRGICA INICIOU-SE HÁ UM ANO
ENFERMEIROS DESCONTENTES PREPARAM-SE PARA VOLTAR À LUTA



Foi precisamente há um ano que os Enfermeiros escreveram mais uma página na história contemporânea da Enfermagem. Uma página onde consta a não acomodação, a não resignação, a capacidade de se mobilizarem, de serem capazes de surpreender, inovar e de deixarem hospitais, ministério da saúde, governo, sindicatos e políticos sem saberem como gerir a crise que se agigantou.

Foram meses de programação, de aferição de estratégia, de comparticipações e contribuições monetárias entre Colegas. Uma força de vontade enorme. Resiliência!



Concretizou-se a greve cirúrgica porque os Enfermeiros dos diferentes blocos operatórios tiveram alma, coragem e resiliência. Contaram com o apoio inequívoco de milhares de Colegas. Dois sindicatos possibilitaram a convocação desta greve.

A partir de 22 de Novembro de 2018, nada foi mais igual para o sindicalismo, a convocação de greves e o crowdfunding, que apesar de todos contestarem (Governo, Ministério da Saúde, Presidente da República, juristas e políticos) veio-se a confirmar que nada foi ilegal.



Chegamos ao dia de hoje, com um novo governo eleito, mas a mesma Ministra da Saúde, Doutora Marta Temido e o mesmo Primeiro-Ministro, Dr. António Costa. Pouco ou nada mudou, portanto!

Hoje, perante toda esta inércia governamental em dar resposta às muitas questões que ficaram por satisfazer, os Enfermeiros pensam em iniciar novas formas de luta.

Penso que é justificada esta equação e este propósito. Mas penso também, que o diálogo deve ser reiniciado/retomado com o actual governo, sem esquecer o que foi o passado.

Defendo sempre, o diálogo, mas um diálogo biunívoco, nunca um monólogo. Defendo um diálogo com propostas e negociações das duas partes e, se tiver que haver cedências, que ocorram também dos dois lados. Se a disposição para o diálogo e negociação só acontecer do lado dos Enfermeiros e não houver disponibilidade concreta, com evolução rápida por parte do Governo e Ministério da Saúde, aí sim, as formas de reivindicação e de luta devem endurecer.

Mas apesar dessas reivindicações e formas de luta acontecerem, uma coisa é certa, os doentes e as suas Famílias nunca serão abandonadas pelos Enfermeiros. Nunca “ninguém ficará sozinho”.



“Unidos venceremos. Divididos cairemos” (Esopo)

Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Comunitária
2019.11.22 – 19h30

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