GREVE CIRÚRGICA INICIOU-SE HÁ UM ANO
ENFERMEIROS DESCONTENTES PREPARAM-SE PARA
VOLTAR À LUTA
Foi precisamente há um ano que os Enfermeiros escreveram mais uma
página na história contemporânea da Enfermagem. Uma página onde consta a não
acomodação, a não resignação, a capacidade de se mobilizarem, de serem capazes
de surpreender, inovar e de deixarem hospitais, ministério da saúde, governo,
sindicatos e políticos sem saberem como gerir a crise que se agigantou.
Foram meses de programação, de aferição de estratégia, de
comparticipações e contribuições monetárias entre Colegas. Uma força de vontade
enorme. Resiliência!
Concretizou-se a greve cirúrgica porque os Enfermeiros dos diferentes
blocos operatórios tiveram alma, coragem e resiliência. Contaram com o apoio
inequívoco de milhares de Colegas. Dois sindicatos possibilitaram a convocação
desta greve.
A partir de 22 de Novembro de 2018, nada foi mais igual para o sindicalismo,
a convocação de greves e o crowdfunding, que apesar de todos contestarem
(Governo, Ministério da Saúde, Presidente da República, juristas e políticos)
veio-se a confirmar que nada foi ilegal.
Chegamos ao dia de hoje, com um novo governo eleito, mas a mesma
Ministra da Saúde, Doutora Marta Temido e o mesmo Primeiro-Ministro, Dr. António
Costa. Pouco ou nada mudou, portanto!
Hoje, perante toda esta inércia governamental em dar resposta às muitas
questões que ficaram por satisfazer, os Enfermeiros pensam em iniciar novas
formas de luta.
Penso que é justificada esta equação e este propósito. Mas penso
também, que o diálogo deve ser reiniciado/retomado com o actual governo, sem
esquecer o que foi o passado.
Defendo sempre, o diálogo, mas um diálogo biunívoco, nunca um monólogo.
Defendo um diálogo com propostas e negociações das duas partes e, se tiver que
haver cedências, que ocorram também dos dois lados. Se a disposição para o
diálogo e negociação só acontecer do lado dos Enfermeiros e não houver
disponibilidade concreta, com evolução rápida por parte do Governo e Ministério
da Saúde, aí sim, as formas de reivindicação e de luta devem endurecer.
Mas apesar dessas reivindicações e formas de luta acontecerem, uma
coisa é certa, os doentes e as suas Famílias nunca serão abandonadas pelos
Enfermeiros. Nunca “ninguém ficará sozinho”.
“Unidos venceremos. Divididos cairemos” (Esopo)
Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Comunitária
2019.11.22 – 19h30
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