A SAÚDE ESCOLAR EM DIAS DE COVID
A “Pandemia Covid” instalou-se na nossa Sociedade, e apavorou Povos, Nações e Continentes. Ceifou vidas, deixou marcas e mazelas em quem foi infectado. Paralelamente, a Economia parou e afundou, os aviões não levantaram voo, as fronteiras fecharam e as Famílias ficaram separadas. Os Profissionais de Saúde trabalharam horas e horas a fio, lado a lado com o “inimigo”, com fatos EPI’s (quando os havia e muitos demoraram a chegar e aparecer) a fazerem destilar rios de suor. Forças de segurança e Bombeiros tentaram manter a ordem e transportaram os doentes aos Hospitais. Tantos outros Profissionais mantiveram a alimentação e bens essenciais disponíveis para alimentar a população.
A agressividade do vírus SARS-CoV2 foi/é letal em muitos e infindáveis casos. Outras consequências, decorrentes desta infecção, ainda nem as conhecemos. Vão surgindo correlações.
As Escolas foram encerradas, transformando um ano lectivo em algo atípico. Projectos Educativos interrompidos. E a verdadeira essência da Escola e a sua socialização, foi transformada em algo abstrato, desconhecido e impessoal.
“Prepara-se”, planeia-se e execta-se já um novo ano lectivo, abrindo as portas das Escolas. Mas em boa verdade, apesar das orientações da DGS e dos esforços dos estabelecimentos de ensino, ainda não se sabe muito bem como vai ser/correr e se vai resultar. Inúmeras dúvidas e receios se colocam: presença física, distanciamento social, circuitos novos nos edifícios, salas de aulas e recreios, refeitórios e cafetarias. Entradas alternativas e desfasadas para descongestionamento na entrada e saída das aulas/Escola. Toda esta logística vai implicar um esforço enorme de todos: docentes, não docentes, alunos e encarregados de educação.
Nesta “alteração forçada da escola” alguns projectos educativos terão, obrigatoriamente que ser adaptados ou não se realizarão. Haverá prejuízo para Todos.
A “Educação para a Saúde” e a “Saúde Escolar” têm um grande desafio pela frente. O “Gabinete de Informação e Apoio ao Aluno (GIA)” vai ter um papel preponderante. A Saúde Escolar vai ter inevitavelmente uma nova dimensão de intervenção. A Saúde Mental vai ter que ser/passar a ser um aliado muito próximo.
A verdade é que esta “Pandemia” veio demonstrar que as Escolas não são só turmas, edifícios alunos, professores e funcionários. “Hoje”, outras questões se colocam e levantam, no pensar a Escola:
· Sociais, educacionais, sociológicas e económicas;
· Saúde Mental e gestão do stresse de alunos, famílias e professores;
· Como será o ensino e a educação num futuro próximo? Presencial? À distância? Um mix? Que implicações na qualidade e aproveitamento da formação? No adquirir e assimilar competências?
· Que impacto na normalidade da Escola, agora e no futuro?
· A importância da Saúde/Educação na Escola e as questões e trabalho da/na “prevenção, como disciplina major”.
Parece-me ser um momento que exige muita reflexão, muita ponderação e medidas concretas e exequíveis no terreno, face às características de cada Escola/Agrupamento e Comunidade.
O que não poderá ser descuidado é a higienização dos espaços e superfícies, sabão nos WC’s das Escolas, sistemas de disponibilização de “solução antissética de base alcoólica” (SABA) à entrada da escola, recintos e locais estratégicos e a sensibilização para a permanente lavagem das mãos, arejamento e desinfecção de espaços e utensílios, etiquetas respiratórias e distanciamento social e, o uso de máscara (essa veio para ficar).
Todos temos um papel importante a desempenhar, como cidadãos de corpo inteiro e agentes de saúde pública, activos, num respeito pelo próprio, pelo próximo e pelo ambiente.
Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Escolar
2020.09.22
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