REALIDADES, CONTEXTOS E DESILUSÕES
- INFECÇÃO CORONAVIRUS/COVID-19
A Sociedade
mundial foi outra vez surpreendida pela agressividade de um vírus, que causou
inúmeras mortes na China e algumas noutros países, decorrente de contágio que
hoje, neste mundo global da fácil e rápida mobilidade, se circula num intervalo
de poucas horas, de um continente, para outro.
O
“Coronavirus/Covid-19” veio acima de tudo demonstrar que apesar da evolução
tecnológica e de investigação médica, biológica e farmacêutica, e apesar de ser
um coronavírus (novo) há outros conhecidos há alguns anos (“Em anos anteriores
foram identificados alguns coronavírus que provocaram surtos e infeções
respiratórias graves em humanos. Exemplos disto foram: entre 2002 e 2003 a síndrome
respiratória aguda grave (infeção provocada pelo coronavírus SARS-CoV) e em
2012 a síndrome respiratória do Médio Oriente (infeção provocada pelo
coronavírus MERS-CoV – Fonte DGS)”, pode a qualquer momento surgir um microrganismo,
com uma agressividade tal, que pode ser letal.
Em
nossa opinião, para além de suspeitarmos, podemos dizer que são factores
adjuvantes: a fraca imunidade, espaços degradados,
saturados e sobrelotados, promiscuidade, produtos e hábitos alimentares e de
higiene descuidados, acrescido de possível facilidade do contacto com o(s)
reservatório(s) deste vírus (animais)? Poderão ser estas, eventualmente,
explicações para os contágios ocorridos (infecção respiratória/pneumonia)?
Já várias
outras situações, num passado recente “assustaram” o mundo e colocaram a
comunidade científica em alerta, despoletando investigações profundas e
urgentes, na procura de uma vacina, a fim de dar resposta a estas
epidemias/pandemias que nos afectaram – Ébola,
Gripe A e Dengue, por exemplo.
Face a estes e
outros factos, a Sociedade Mundial precisa de estar desperta para a prevenção e
adopção de hábitos e comportamentos de vida saudáveis. As medidas salutogénicas
devem ser implementadas e estendidas às diferentes Sociedades. As vacinações
das populações devem ser encaradas muito a sério, pelos diferentes Poderes
Políticos dos Países, Uniões e Confederações de Estados e Nações, como “forte
arma” de defesa. A imunidade individual e de grupo, conforme a abrangência e
características, no combate aos microrganismos agressores, são importantíssimas.
A massificação
das cidades, hábitos de higiene pessoais e alimentares descuidados e
desequilibrados, populações desnutridas, transportes e espaços públicos
superlotados, pouco ventilados e saturados, não vacinação, iliteracia em saúde
e comportamentos descuidados, levarão no futuro, em nossa humilde opinião, ao
surgimento/aparecimento de “velhas e novas” pandemias, que causarão milhares de
vítimas espalhadas pelo mundo.
A Prevenção e
a Literacia em Saúde têm que passar a fazer parte do nosso quotidiano. A
simples lavagem das mãos com sabão deve ser um cuidado permanente e repetido.
2. DESPENALIZAÇÃO
DA EUTANASIA PELO PARLAMENTO
Os Deputados
na Assembleia da República aprovaram os 5 projectos de lei, propostos pelos
vários partidos da esquerda, para legalizar a “Eutanásia”.
As democracias
têm destas coisas… à custa de agendas políticas e sobrevivências governativas, as
prioridades passam para segundo plano, particularmente na Saúde.
Lamento,
pessoalmente, que este passo tivesse sido dado, sem uma ampla discussão na
Sociedade Civil. Lamento também, que a cobardia dos partidos, não tenham
incluído nos seus programas eleitorais este sensível assunto, e quem o fez, não
tivesse proporcionado, claramente, a sua discussão. O PS utilizou o “comboio da
esquerda” para depois se afirmar contra o referendo, quando nem sequer no seu
programa eleitoral incluiu o tema. E o PSD, que apesar de ter sido aprovada por
larga maioria no Congresso de Viana do Castelo, uma moção para referendar a
“Eutanásia”, vem o seu líder dizer que o referendo não está em cima da mesa.
Lamento ainda
mais, pelo facto de não haver investimento na formação de verdadeiras equipas
em paliativos, quer a nível hospitalar, quer nos Cuidados de Saúde Primários/na
Comunidade e a clara falta e inexistência de suficientes camas de retaguarda,
para tratar/cuidar dos Cidadãos doentes, que necessitem de cuidados paliativos
e cuidados continuados. Não posso deixar de lamentar também, as confusões e
imprecisões de conceitos e definições, em múltiplas afirmações na Comunicação
Social de políticos e comentadores.
Humberto
Domingues
Enf. Espec.
Saúde Comunitária
2020.02.27 – 17h30
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