FIM DA CAMPANHA… FIM DAS
PROMESSAS…
MUITAS PERGUNTAS POR RESPONDER…
Chega hoje ao fim
a campanha eleitoral para as Legislativas/ 2019.
Durante esta
legislatura, muitos problemas laborais e sociais se levantaram, de diferentes
Classes Profissionais. Mas, particularmente, os Enfermeiros Portugueses, depois
das promessas do Dr. António Costa, foi a Classe Profissional, no âmbito da
Saúde, que mais afronta, insulto, perseguição e desvalorização recebeu do
Governo.
Com pena, e para
percebermos bem o que é a agenda dos políticos, e perante o que se viveu com os
Enfermeiros e no SNS, nenhum partido levou para o debate e para a agenda da
campanha e das eleições as preocupações perante a mais numerosa e maior Classe
Profissional, na Saúde.
Foram inúmeros
casos de agitação social que se viveram – greve dos estivadores, greve dos enfermeiros,
greve dos médicos, greve dos professores, greve dos técnicos superiores de
diagnóstico e terapêutica, greve da função pública, greve na justiça, e ameaça
de greve dos juízes que lhes rendeu mais 700€ e aos outros não.
Depois, foram os
casos dos incêndios e das mortes, de mais de cem pessoas, hospitais
superlotados sem roupa nem camas nas urgências, maternidades encerradas,
grávidas a percorrerem 150 km para dar à luz, escalas de urgência sem médicos,
demissões de directores de serviço, as golas inflamáveis da protecção civil e o
caso de tancos e o roubo de armas.
Mas os casos da
Saúde, que no quotidiano, 24 sob 24 horas, ao longo de 365 dias, trata e cuida
de pessoas, salva vidas, reintegra as pessoas nas famílias e nas comunidades, foi
completamente reduzido a pequenas intervenções. E isto demonstra que estes
políticos da direita à esquerda e da esquerda à direita, não sabem o que é o
SNS. E o Serviço Nacional de Saúde não são só hospitais e cuidados
diferenciados. É muito mais do que isso. São essencialmente os Cuidados
Primários, que é o início e entrada no Serviço de Saúde. Pouco se falou de
investimento, de estruturas, de respostas aos cidadãos doentes. Mas falou-se
das PPP’s e pouco mais.
Perante o que foi
a luta dos Enfermeiros, pelo menos desde 2017 e na afronta permanente que o
Ministério da Saúde e o Governo fizeram à Enfermagem, valeu a força e a
afirmação férrea da Bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Enfª. Ana Rita Cavaco,
e até certa forma a ajuda do Sindicato SINDEPOR, pela voz e greve de fome do
seu Presidente Enf. Carlos Ramalho, para não deixarem que o Governo cilindrasse
os Enfermeiros. Todos os outros Sindicatos se esfumaram da luta e da afirmação
permanente ao lado da Classe.
Como a campanha
eleitoral acabou, volto a colocar as questões:
- O que pensam fazer os Partidos, na nova legislatura, com a situação e carreira dos Enfermeiros, caso sejam poder ou oposição?
- Que medidas legislativas ou iniciativas parlamentares contam desenvolver, face a tanta contestação à Carreira de Enfermagem, publicada?
- E se reconhecem ou não as dificuldades que os Enfermeiros Portugueses vivem, agravadas, com a Carreira que o Governo publicou, unilateralmente?
No domingo à
noite, depois da contagem dos votos, os Enfermeiros Portugueses precisam de ter
a noção que passa muito pela política o melhor futuro, sempre desejável, para
esta Classe Profissional, insubstituível no SNS moderno, coeso e de resposta
aos desafios sociais e sociológicos do século 21.
Enf. Humberto
Domingues
Enf. Espec. Saúde
Comunitária
2019.09.04 – 20h00
Sem comentários:
Enviar um comentário