sexta-feira, 4 de outubro de 2019

FIM DA CAMPANHA… FIM DAS PROMESSAS… MUITAS PERGUNTAS POR RESPONDER…


FIM DA CAMPANHA… FIM DAS PROMESSAS… 
MUITAS PERGUNTAS POR RESPONDER…



Chega hoje ao fim a campanha eleitoral para as Legislativas/ 2019.

Durante esta legislatura, muitos problemas laborais e sociais se levantaram, de diferentes Classes Profissionais. Mas, particularmente, os Enfermeiros Portugueses, depois das promessas do Dr. António Costa, foi a Classe Profissional, no âmbito da Saúde, que mais afronta, insulto, perseguição e desvalorização recebeu do Governo.

Com pena, e para percebermos bem o que é a agenda dos políticos, e perante o que se viveu com os Enfermeiros e no SNS, nenhum partido levou para o debate e para a agenda da campanha e das eleições as preocupações perante a mais numerosa e maior Classe Profissional, na Saúde.

Foram inúmeros casos de agitação social que se viveram – greve dos estivadores, greve dos enfermeiros, greve dos médicos, greve dos professores, greve dos técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, greve da função pública, greve na justiça, e ameaça de greve dos juízes que lhes rendeu mais 700€ e aos outros não. 

Depois, foram os casos dos incêndios e das mortes, de mais de cem pessoas, hospitais superlotados sem roupa nem camas nas urgências, maternidades encerradas, grávidas a percorrerem 150 km para dar à luz, escalas de urgência sem médicos, demissões de directores de serviço, as golas inflamáveis da protecção civil e o caso de tancos e o roubo de armas.

Mas os casos da Saúde, que no quotidiano, 24 sob 24 horas, ao longo de 365 dias, trata e cuida de pessoas, salva vidas, reintegra as pessoas nas famílias e nas comunidades, foi completamente reduzido a pequenas intervenções. E isto demonstra que estes políticos da direita à esquerda e da esquerda à direita, não sabem o que é o SNS. E o Serviço Nacional de Saúde não são só hospitais e cuidados diferenciados. É muito mais do que isso. São essencialmente os Cuidados Primários, que é o início e entrada no Serviço de Saúde. Pouco se falou de investimento, de estruturas, de respostas aos cidadãos doentes. Mas falou-se das PPP’s e pouco mais.

Perante o que foi a luta dos Enfermeiros, pelo menos desde 2017 e na afronta permanente que o Ministério da Saúde e o Governo fizeram à Enfermagem, valeu a força e a afirmação férrea da Bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Enfª. Ana Rita Cavaco, e até certa forma a ajuda do Sindicato SINDEPOR, pela voz e greve de fome do seu Presidente Enf. Carlos Ramalho, para não deixarem que o Governo cilindrasse os Enfermeiros. Todos os outros Sindicatos se esfumaram da luta e da afirmação permanente ao lado da Classe.

Como a campanha eleitoral acabou, volto a colocar as questões:
  • O que pensam fazer os Partidos, na nova legislatura, com a situação e carreira dos Enfermeiros, caso sejam poder ou oposição?
  • Que medidas legislativas ou iniciativas parlamentares contam desenvolver, face a tanta contestação à Carreira de Enfermagem, publicada? 
  • E se reconhecem ou não as dificuldades que os Enfermeiros Portugueses vivem, agravadas, com a Carreira que o Governo publicou, unilateralmente?

No domingo à noite, depois da contagem dos votos, os Enfermeiros Portugueses precisam de ter a noção que passa muito pela política o melhor futuro, sempre desejável, para esta Classe Profissional, insubstituível no SNS moderno, coeso e de resposta aos desafios sociais e sociológicos do século 21.

Enf. Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Comunitária
2019.09.04 – 20h00

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