quarta-feira, 30 de julho de 2025

CONGRESSO INTERNACIONAL DE ENFERMAGEM COMUNITÁRIA

CONGRESSO INTERNACIONAL DE ENFERMAGEM COMUNITÁRIA

COIMBRA, 12 E 13 DE SETEMBRO/2025


Transcreve-se de seguida o texto da página da Ordem dos Enfermeiros, relativamente ao Congresso, promovido pelo Colégio de Enfermagem Comunitária da Ordem dos Enfermeiros.

Link:

"O Congresso Internacional de Enfermagem Comunitária, sob o tema “A Enfermagem Comunitária como Estratégia Política do SNS”, realiza-se num momento particularmente oportuno, em que se impõe repensar os modelos de prestação de cuidados numa lógica de proximidade, integração e sustentabilidade.

 

Face aos desafios demográficos, epidemiológicos e sociais, quer a área da enfermagem comunitária e de saúde pública, quer a área da enfermagem de saúde familiar, afirmam-se como pilar estruturante do Serviço Nacional de Saúde, contribuindo para respostas centradas nas pessoas, famílias e comunidades, com base em conhecimento científico, literacia em saúde e práticas promotoras de equidade.

 

Este Congresso representa um espaço privilegiado de formação, atualização e reflexão crítica, reunindo especialistas nacionais e internacionais num programa científico robusto que integra conferências, painéis temáticos, comunicações orais e posters.

 

Serão debatidos temas como a prescrição em Enfermagem, o desenvolvimento profissional, a individualização das especialidades e modelo de Internato de Especialização em Enfermagem, a gestão de caso, a abordagem à doença crónica e a intervenção junto de populações vulneráveis. Contribuirá significativamente para a formação contínua, capacitação e atualização científica dos enfermeiros, promovendo a disseminação de conhecimento e de evidência aplicável à prática clínica. Trata-se de um espaço privilegiado de reflexão, aprendizagem colaborativa e inovação, essencial para enfrentar a complexidade crescente dos cuidados de saúde e para consolidar o papel político, ético e técnico da Enfermagem Comunitária na arquitetura dos sistemas de saúde contemporâneos.

 

Para submeter trabalhos, sob a forma de comunicação livre ou poster, consulte o regulamento e à ficha de resumo. (ver o link acima).

 

O programa será divulgado em breve."


Humberto Domingues

Enf. Espec. Saúde Comunitária

2025.07.30

quarta-feira, 16 de julho de 2025

O DESACERTO DO PS E DO DR. JOSÉ LUÍS CARNEIRO

 O DESACERTO DO PS E DO DR. JOSÉ LUÍS CARNEIRO

 
Fonte: JN 2025.07.14

A afirmação completamente desfocada do Secretário-Geral do PS, Dr. José Luís Carneiro, sobre a Ministra da Saúde e as urgências – “Se não apresentar solução para as urgências, o PS fá-lo-á” – só demonstra que não tem memória e esqueceu que o PS governou durante 8 anos, inclusive com maioria absoluta. O que fez pela Saúde e pelas urgências nestes anos?

  • Fácil:

o   Fez cativações orçamentais e desinvestimento;

o   Afrontou e perseguiu Profissionais;

o   Não alterou carreiras, por isso não estimulou a fixação de Enfermeiros e Médicos;

o   Nem possibilitou a reestruturação das urgências nem do SNS;

Se em 8 anos desferiu rudes golpes no desmantelamento do SNS, quer que o actual Governo e a Ministra da Saúde, no espaço de um ano “faça milagres” e repare os danos que os Governos do PS provocaram ao SNS?

Percebe-se que o PS e o seu Secretário-Geral precisa de sobreviver e por isso lança atoardas em todas as direcções, para ver se marca a agenda política. Exige-se ao Dr. José Luís Carneiro alguma contenção, memória e sentido de estado.


Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Comunitária
2025.07.16

terça-feira, 15 de julho de 2025

AS FÉRIAS E O SEU BENEFÍCIO

AS FÉRIAS E O SEU BENEFÍCIO


Estamos chegados ao período major do gozo de férias. Momento ansiado por quem gosta de praia, sol, dias mais quentes e longos e essencialmente, onde os amigos se encontram, quer nesta pausa de trabalho, quer na pausa das actividades lectivas e ano escolar, para os mais jovens.

Se uma parte das pessoas prefere fazer férias em períodos que não de Verão e desfrutar dos desportos de Inverno e de viagens para locais mais frescos, a grande maioria de pessoas prefere zonas balneares, o Verão, praia e desportos a ele associados. E isso faz a economia local, movimentar-se. As pequenas localidades junto ao mar ou rios agitarem-se. As noites de convívio e de festas multiplicam-se, muitas vezes com exageros de álcool à mistura. A hotelaria e a restauração têm o seu “S. Miguel”, por estas datas.

Poderíamos escrever e preencher inúmeras folhas sobre locais aprazíveis e históricos a visitar, memórias marcadas nos tempos, etc., mas não esse o propósito do que queremos partilhar e reflectir.

O direito às férias está assegurado e consagrado na Lei maior de Portugal, através da Constituição da República e que o Código do Trabalho regulamenta. Portanto, é um direito do trabalhador.

O gozo de férias deve ser encarado numa perspectiva salutogênica e de grande importância para o equilíbrio do biorritmo do corpo humano. Um benefício para a saúde física e mental do trabalhador/Pessoa. Para além deste bem-estar, as férias trazem melhorias e predisposições, com impacto na produtividade, nas relações laborais, no humor e estado/equilíbrio emocional e psicológico. Resumindo-se estes benefícios a nível psicológico, físico, organizacional, social e legal, possibilitando a manutenção e restauro das capacidades da Pessoa.

A nível da Saúde, o gozo de férias, traduz-se em múltiplos ganhos. No estadio psicológico verifica-se uma redução de stresse, da ansiedade e repõe-se o equilíbrio emocional. Há inúmeros estudos que confirmam estes benefícios. A Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2019 declarou que o “ambiente de trabalho excessivamente exigente é uma das principais causas de transtornos mentais relacionados com o trabalho”. Daí a necessidade de férias.

O descanso físico adequado traduz-se numa redução de risco de doenças do foro cardiovascular, melhora a qualidade do sono e favorece o sistema imunitário. Quem se priva do período de gozo de férias pode potenciar o aparecimento de hipertensão, desequilíbrios músculo-esqueléticos e o sempre presente, stresse ocupacional.

Estudos da Sociologia e Psicologia das Organizações demonstram que os colaboradores destas, que usufruem do período de férias, apresentam, no regresso ao trabalho, melhor desempenho e produtividade, e prevenindo-se o burnout.

O tempo livre possibilita a proximidade com a natureza, com actividades que estiveram adiadas e com experiências memoráveis, muitas vezes, irrepetíveis e face a esta “liberdade de tempo” o despoletar de criatividade e formas artísticas de ocupação e realização, em períodos de férias, acontece!

Na dimensão familiar e social registam-se também ganhos evidentes, porque no período de férias há disponibilidade e aumento de tempo pra conviver e realizar passeios e viagens com Familiares, convívio com os Amigos, criando-se uma vinculação afectiva maior, usufruindo-se do ambiente de bem-estar social, criando-se momentos especiais de memória interpessoais, restaurando-se energias e boa disposição.

Não abdique do gozo de férias. E férias caras, não são sinónimo, obrigatoriamente, de boas férias. Podem parecer chiques, mas também podem acontecer muitos aborrecimentos e incómodos, com exemplos que todos os anos são notícia. Qualquer que seja a forma, aproveite, goze e desfrute, porque as férias são uma grande parte do tempo disponível na nossa vida.

Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Comunitária
2025.07.15

terça-feira, 1 de julho de 2025

A VIVÊNCIA DO LUTO: QUESTIONAMENTOS, DÚVIDAS E DOR!

A VIVÊNCIA DO LUTO: QUESTIONAMENTOS, DÚVIDAS E DOR!

Fonte da Imagem: Agência Ecclesia

Após o maravilhoso momento de nascer, ficamos inevitavelmente destinados a morrer! A morte, por mais indeclinável que seja, continua a ser uma das experiências mais difíceis de compreender e aceitar, especialmente quando atinge alguém do nosso convívio próximo.


Ninguém nos prepara verdadeiramente para a morte. Muito menos quando ela nos entra pela sala de aula dentro, sem aviso, sem explicação, arrancando-nos alguém que ainda ontem ali estava, com os seus livros, os seus sonhos, o seu lugar na turma. Ou então, a quem dizemos até amanhã e nunca mais voltará ao trabalho, ao convívio, à pesca.


Quando um membro de uma equipa de trabalho, de uma turma escolar ou de um grupo desportivo ou amigos morre, o impacto é brutal, é profundo, é coletivo e, muitas vezes, força um barulhento silêncio. O luto que daí resulta é vivido individualmente, mas também em comunidade e por isso precisa de ser notado e acolhido de forma especial. Perante a bárbara notícia, a primeira reação costuma deixar todos incrédulos. Como é possível que alguém com quem momentos, horas, dias antes partilhámos, risos, dificuldades e rotinas, desapareça assim, de repente? Quantas lágrimas derramadas em silêncio! Quantos suspiros de angústia! Quantos questionamentos a Deus, aos Santos e à Força Divina, pela perda de alguém que nos é próxima. A dúvida perante a fé e de protecção, que surgem. A pergunta rápida: se se merece tal castigo!


A vivência do luto nestes contextos, muitas vezes, é silenciada ou apressada. Cada um vive o luto de forma diferente: há pessoas que choram, outras preferem o silêncio, outras recolhem-se na sua solidão e até quem use o humor, para diminuir a dor. Face às características e diferentes personalidades, todas essas formas são válidas. Espera-se que as equipas “sigam em frente”, que as aulas continuem, que o trabalho e o convívio prossiga, honrando a perda sofrida. Mas esta urgência, quiçá insensível, em retomar a “normalidade”, que nunca mais será igual, pode ser na verdade, um obstáculo à verdadeira cura numa perspectiva psicológica e emocional da Equipa, Turma ou Grupo. Há pouco espaço emocional e institucional para parar, sentir, recordar e chorar. O erro é ignorar os possíveis sinais de sofrimento emocional ou de certa maneira, forçar todos a viver o luto da mesma forma. Perante este flagelo e agressão, o luto não tem prazo nem fórmula. Cada pessoa tem o seu tempo de o viver… e esse tempo/espaço deve ser respeitado.

É oportuno, desejável e fundamental criar momentos e espaços seguros para que essa dor seja partilhada. Pode ser uma homenagem simbólica, uma conversa orientada por um psicólogo, um minuto de silêncio ou uma carta conjunta, o que importa é não fingir que nada aconteceu. Porque aconteceu! E o que se viveu com essa pessoa continua a ter significado. Isto porque nas escolas, nos locais de trabalho e locais de convívio ou desporto, criam-se laços mais fortes do que por vezes imaginamos. Há cumplicidades construídas na rotina, memórias partilhadas nos detalhes, e uma presença que, quando ausente, deixa um vazio difícil de preencher.

A partilha da dor pode transformar-se num momento de união, onde a equipa, turma ou grupo desportivo, de pesca ou de amigos, podem encontrar forças nos laços que os unem. De entre o vazio, a perda pode transformar-se num legado, numa força, numa união colectiva, que inspire uma atitude nobre para se “cuidarem” mais uns dos outros. Será uma utopia? Pode até ser uma surpresa na demonstração da nossa capacidade coletiva de cuidar.

Porque a partida prematura de um jovem, ou de um adulto ou idoso, é sempre a perda de uma vida cheia de caminhos, sonhos e ambições por percorrer ou por alcançar, a perda de uma “biblioteca” com imensas enciclopédias de experiências e saberes. Acontece o colapso do nosso quotidiano, de uma ligação invisível que se perdeu. De repente, há uma cadeira na sala que fica vazia, um computador que não será ligado da mesma forma, um barco sem timoneiro ou a boia vazia, porque o barco e dono partiram nas ondas profundas do mar imenso…

E perante tudo isto, incrédulos, jovens e adultos, ficam os silêncios que gritam, olhares que pronunciam o vácuo do que aconteceu e a dor que abalroa qualquer estado de alma, numa revolta, numa tristeza confusa, olhando-se o infinito e perguntando ao vazio e ao Divino, mais uma vez, porquê… porquê agora… porquê a mim? Depois… depois deste vazio, vem a realidade do que não chegou a ser feito, do que em tempo não foi dito ou manifestado, o abraço que ficou por dar, o até amanhã suspenso no tempo, o peixe por pescar e o recado que nunca chegou a ser entregue.

Saibamos escutar o silêncio dos que sofrem, acolher as lágrimas dos que choram, os desabafos dos que falam e, acima de tudo, honrar quem partiu, continuando a viver com mais consciência, solidariedade e presença no dia-a-dia, a não adiar palavras bonitas, a dar mais valor aos instantes simples, porque são esses que, um dia, acabam por ficar para sempre.


Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Comunitária
2025.07.01

EM DIA DE GREVE GERAL - 2025.12.11

EM DIA DE GREVE GERAL 2025.12.11 A greve é um direito, mas trabalhar também o é! Atirar objectos e garrafas na escadaria da Assembleia da Re...