terça-feira, 17 de junho de 2025

PREVENÇÃO DE QUEIMADURAS SOLARES

PREVENÇÃO DE QUEIMADURAS SOLARES

Fonte da Foto: Augusta Matos Clínicas

Já se fazem sentir temperaturas muito altas. Esta vaga de calor, levou em alguns casos, as pessoas a exporem-se demasiado e abruptamente ao sol, na praia e esplanadas, provavelmente sem prévia preparação e a horas inapropriadas aos intensos e agressivos raios solares.

Todos nós nos expomos em demasia ao Sol, correndo o risco de sofrermos alguma queimadura dérmica. Assim, numa prespectiva de prevenção, pretendemos deixar neste artigo de opinião, alguns ensinamentos sobre prevenção e protecção de “queimaduras solares”.

A nossa pele é o maior órgão do corpo humano. Este órgão é constituído por 3 camadas: a “Epiderme” de média espessura (face externa), a “Derme” de maior espessura, é a camada intermédia e a “Hipoderme”, é a camada de menor espessura e a mais profunda.

A nossa pele é um órgão sensível, protector e a primeira barreira às agressividades que sofremos, quer sejam através de radiações ambientais, químicas ou outras, nomeadamente, pela agressividade e traumatismo que as roupas, que diariamente usamos, nos provocam (costuras duras, roupas apertadas, muitos fios e fibras sintéticas), os detergentes e sabões que usamos quer na lavagem das roupas, quer na nossa higiene pessoal e por exposição ao Sol e poluentes. A pele é elástica, tem um brilho próprio e tem várias tonalidades, conforme a raça, a matriz genética, a geografia onde vivemos ou somos oriundos e a quantidade de melanina que cada indivíduo possui na sua constituição orgânica. Em média a pele mede +/- 2 m2 e pesa entre 4 e 9 Kg (claro está que, um bebé não possui tanta área corporal e por isso também mede e pesa menos. No inverso, uma pessoa obesa e com grande área corporal alcança limites superiores a estes valores).

A pele precisa de ser bem hidratada para manter todas as suas características saudáveis e de protecção. Esta hidratação pode ser de forma “mecânica” por aplicação manual de cremes e líquidos hidratantes, ou de forma sistémica, com a ingestão de líquidos, principalmente de água e sumos naturais e o consumo de frutas e legumes variados.

Relativamente às radiações solares, estas são, em simultâneo, através de radiações de raios UV (ultravioletas), que se dividem em 3 tipos: A,B e C, conforme o seu comprimento de onda. Ora vejamos:

UVA – É o mais nocivo. Afecta a “Derme”. Penetra mais profundamente na pele, causa envelhecimento e pode provocar cancro da pele, alergias e manchas. Incide na nossa pele mesmo com chuva, névoa ou neve. 95% das radiações solares têm composição dos raios UVA.

UVB – Afecta a “Epiderme”. É o responsável pelos “vermelhões”, ardência e queimaduras solares. É mais intenso entre as 9 e as 16 horas. Penetra facilmente na pele e contribui com 5% na composição das radiações.

UVC – São bloqueados pela camada de ozono e filtrados pela atmosfera terrestre.

Quanto ao Sol, sabemos sobejamente que é muito importante para a Saúde. Ele, “Rei Sol”, contribui para a síntese da vitamina D, fortalece os ossos e articulações, melhora o humor, cria condições para o aumento do bem-estar das pessoas e ajuda a regular os ciclos do sono. Contudo, há algumas regras simples, mas importantes para nos prevenirmos da exposição solar, para que esta não seja nefasta, nomeadamente na praia. Quando a sombra é pequena, é sinal que o Sol está no seu ponto mais alto (a “pique”), por isso sinal de muita intensidade – Perigo. Quando a sombra é maior, sinal que o Sol já mudou a sua orientação, os raios solares já são oblíquos e por isso, menos perigoso. Há um “relógio solar” que deve ser utilizado: horas perigosas entre as 12 e as 16 horas; Perigo intermédio, entre as 11 e 12 horas e 16 e 17 horas. Horas apropriadas/ideais: antes das 11 horas e depois das 17 horas.

Nestes dias de praia e exposição solar, devemos considerar sempre o uso e aplicação de protector solar. Mesmo em dias nublados, deve ser aplicado, como atrás verificamos pela penetração dos raios solares. O protector solar deverá ser aplicado cerca de 30 minutos antes de sair de casa, aplicado no corpo todo e reaplicar de 2 em 2 horas. Reaplicar depois do banho ou de alguma actividade desenvolvida. O protector solar a aplicar, em cada pessoa, tem de ser de acordo com as características da nossa pele e das indicações do fabricante, sendo certo que para as crianças, deve ser sempre o protector com índice de protecção 50+ (cinquenta mais). Devemos ter particular atenção na aplicação no nariz e orelhas e deixar estas áreas bem protegidas. Merecem especial referência, as grávidas, quer na exposição solar, quer no uso de produtos e protectores solares. Outro factor a ter em atenção é o reflexo e a dispersão que os raios solares sofrem, quer na água, quer na areia, porque os raios UV dispersam-se desordenadamente.

Como sabemos que o SOL não tira férias, devemos apostar na protecção usando roupa simples, arejada e de preferência com o menor número possível de fibras sintéticas. O ideal é vestuário de algodão e de cores claras. Beber muitos líquidos, nomeadamente água e frutos naturais, comer fruta e legumes variados, usar óculos com protecção UV e guarda-sol, de preferência com material reflector ou de duplo tecto. Dedicar especial atenção, quer nas ondas de calor, quer nos períodos de maior intensidade, às crianças, grávidas e idosos.

A prevenção e o conhecimento são sempre armas que devemos ter à mão e fazer uso deles. Tenham umas boas férias, mas protejam-se, porque o Sol não tira férias e as lesões cutâneas são muito dolorosas e podem desenvolver problemas /doenças oncológicas.

Com prevenção, o Verão é uma animação!

Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Comunitária
2025.06.17

segunda-feira, 2 de junho de 2025

AS "HECATOMBES" DA ESPUMA DOS DIAS

AS "HECATOMBES" DA ESPUMA DOS DIAS


As hecatombes sucedem-se vertiginosamente. Foi a derrota do PS nas Eleições Legislativas 2025 e os 400.000 mil euros pagos pelo SNS em 10 dias a um dermatologista! Não são parecidas, nem têm a mesma importância ou impacto, mas agitam os dias de hoje. Se uma é a Democracia a funcionar, outra é, a debilidade do sistema no SNS que serve, apenas, a alguns!


Se os partidos, colherem fracas votações nos actos eleitorais, são consequência da democracia a funcionar e das escolhas dos Eleitores, se quiserem, do Povo de uma Nação, que conquistou esse direito, de escolher e votar. Já o pagamento de 400.000 mil euros de um Hospital, a um seu funcionário/colaborador em apenas 10 dias de trabalho, levanta muitas questões de índole ética, moral e no limite, até deontológicas. Colocamos a questão: Há ou não aqui, claramente, responsabilidades a vários níveis da hierarquia e gestão deste Serviço do Hospital de Stª. Maria?


A liderança de Pedro Nuno Santos, no PS, foi demolidora, para o partido e para o seu eleitorado! A mensagem não passou, o vazio era grande e o projecto político inconsistente, o programa de governo inexistente face aos desafios necessários para Portugal e gerações vindouras e o passado da governação Socialista também não ajudou a este “presente envenenado”, que acabou por ser a moção de confiança apresentado pelo Governo e que o Grupo Parlamentar do PS, chumbou! Pedro Nuno Santos não conseguiu perceber a “ratoeira”, a sua fragilidade enquanto líder, o alcance e a debilidade com que partia para umas Eleições Legislativas desafiantes e difíceis. E provavelmente, alguns ao seu lado, perceberam, mas quiseram ver o seu líder “chamuscado, grelhado ou queimado”, como aconteceu. Porque às vezes, o que não parece, é! Com toda a certeza que com estes resultados eleitorais, as pernas de Pedro Nuno Santos tremeram mesmo e ele caiu. Não sei como ficaram as “pernas dos Alemães”!!!!


O BE, “naquela esquerda caviar”, nem os seus fundadores e dinossauros conseguiu eleger. Como os tempos e a lucidez do Povo muda! E o mesmo se aplica ao PCP/CDU.


Mas agora, há uma clarificação (?) dos Grupos Parlamentares e o Governo viu o seu programa e governação de 11 meses sufragado positivamente nas urnas, por aqueles que decidem, verdadeiramente, os ciclos políticos. Apesar da ingerência tendenciosa da Comunicação Social e de muitos comentadores/”comentadeiros”.

A expectativa e esperança neste novo Governo é grande. As reformas que se pretendem na Administração Pública são necessárias. Particularmente na Saúde, onde não podem acontecer, seja em CIGIC, seja noutra forma, o pagamento de 400.000 euros em dez dias de trabalho a um só Médico! É preciso auditar este sistema em todos os Hospitais. É preciso perceber quem ganha autênticas fortunas com estes programas, que já vários nomes teve ao longo de 20 ou 25 anos. É preciso auditar e comparar tempos de ocupação de blocos operatórios, rentabilidade destes espaços e tipos de cirurgias que são feitas em programas CIGIC e as de período programado. É preciso clarificar e definir fronteiras entre prestação de serviço público e privado, pelos mesmo “actores”, que também “definem as regras de jogo”. O dinheiro público não pode ser desbaratado em “sindicâncias duvidosas”, sem consequências efectivas. Exige-se coragem aos gestores, aos auditores, às inspecções, aos decisores políticos e ao Ministério da Saúde para pôr fim a estes abusos criteriosos.

Coloca-se a questão: como se sentirão os restantes cumpridores Colaboradores do Hospital de Stª. Maria, face a este pagamento de 400.000 euros a um dermatologista? Como se sentirão os Profissionais de Saúde sérios, com amor à camisola das suas instituições, muitas vezes sem condições, prolongando turnos, onde acabam até por ser questionados, por meia dúzia de euros, que a carga fiscal leva quase metade? A diferenciação de tratamento deste “oneroso dermatologista” foi assim tão grande no relacionamento com os pacientes e seus pares de ofício, que lhe possibilitaram esta disparidade remuneratória, ou apenas foi pela excelência do acto médico, que lhe valeu estes milhares de euros? E numa cascata de responsáveis a validar escalas, listas de espera e produtividade, ninguém questionou critérios, tempos de ocupação e dedicação, frequência dos actos operatórios, etc?

Parece-nos que a Equipa Ministerial terá um grande trabalho a escrutinar e a responsabilizar as Administrações das ULS para estas realidades, que por certo de menor monta monetária, mas que se repetirá em muitos hospitais, de Norte a Sul de Portugal. E que não falte coragem política e decisória à Sra. Ministra da Saúde, para as medidas correctivas que se entenderem como oportunas.

Não é possível pactuar com programas viciados, com largos anos de existência, permitindo só a alguns, avultados rendimentos pecuniários, em prejuízo de tantos outros, do SNS e das finanças públicas, em particular.

Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Comunitária
2025.06.02

PREVENÇÃO DE QUEIMADURAS SOLARES

PREVENÇÃO DE QUEIMADURAS SOLARES Fonte da Foto: Augusta Matos Clínicas Já se fazem sentir temperaturas muito altas. Esta vaga de calor, le...