REFLEXÕES
ABERTAS À SOCIEDADE PORTUGUESA
“Não
há exemplos na História de se ter conquistado a segurança pela cobardia” Léon
Blum
Começo
este artigo com uma citação do político e ex-Primeiro-Ministro Francês, Léon Blum (1872-1950), para deixar à consideração, meditação e com
certeza críticas de muitos leitores.
A
Sociedade Portuguesa tem sofrido transformações extraordinárias nas últimas
décadas, fruto da liberdade conquistada, da integração na CEE, hoje EU e com
isso, que não é pouco, a implicação de forma transversal, nas Comunidades quer
rurais, quer urbanas, transformando o ensino e o acesso ao mesmo, a variação e
melhoria de emprego, os direitos laborais, o esforço para uma igualdade de
gênero e de direitos, a economia de mercado, a qualidade de fabrico e
exportação de bens e produtos, a escolha e procura de mão de obra portuguesa, qualificada,
nas mais diversas profissões, ocupando lugares de relevo na Europa e outros
países do mundo. A nível político, também destacadas individualidades, que nos
representaram bem no Mundo, nas diferentes missões e lugares/mandatos que
fizeram.
Mas é
provavelmente, na Classe Política, que mais se encontra o desencontro entre a
Sociedade Portuguesa, a espectativa de um futuro melhor e os vieses e
desilusões, que têm trazido a Todo um Povo, o desalento, a incerteza, a
falcatrua, a corrupção, a ingratidão e o aproveitamento de enriquecimento
próprio, à custa do trabalho abnegado de Cidadãos de Corpo Inteiro, exemplares
e trabalhadores, que dão ao Estado milhões e milhões de euros dos seus impostos
e que todos os anos sentem-se mais pobres, a trabalhar mais anos para alcançar
a reforma, enquanto os políticos “legisladores” tornam os contornos das leis em
seu favor, reformando-se mais cedo com reformas chorudas e direitos atrás de
direitos!
Hoje,
a Sociedade Mundial foi “emboscada” com a Pandemia COVI-19. Milhares de mortos
e de infectados por todo o mundo, e alguns políticos agem, como se nada
acontecesse e gerem as suas agendas e calendários eleitorais.
Estranho
aqui, a dimensão pequena que começa a ter esta nossa Nação e este POVO
Português, cada vez mais amordaçado, que não reage e que “parece gostar de ver
e sentir” o seu território a arder, o seu ouro a ser vendido, os governantes e
políticos a enriquecerem, a corrupção a aumentar, uns quantos senhores a
delapidarem as finanças públicas e um Primeiro-Ministro a culpar sempre os
outros pelo que ocorre! “Parece gostar de ver e sentir”, porque não reage e as
sondagens demonstram que gostam deste governo e da mentira que a todo custo,
ministros e primeiro-ministro querem tornar em verdades. Temos Pedrogão, temos
Tancos e tantos outros exemplos e não se passa nada?
Por
isso, ao escrever este texto, dirijo-me à Sociedade Portuguesa, questionando-a,
para quando uma reacção, sobre:
· Milhões
e milhões de euros do Estado injectados numa banca falida: Casos mais
mediáticos-BES, BPN e Banif;
· Milhões
e milhões de euros do Estado, injectados numa TAP, que sempre se alavancou com
exercícios negativos e déficite, mas que reparte grandes somas de prémios entre
os seus administradores;
· EDP,
EDP Renováveis, PT, REN, com milhões e milhões de euros do Estado, e com
processos que ainda correm em tribunal, mas que encheram os bolsos de alguém;
· Empresas
com deficits negativos, apresentando prejuízos enormes, mas que “dão prémios”
chorudos aos seus dirigentes e administradores;
· Milhares
de beneficiários do “Rendimento Social de Inserção” (RSI) recebendo muitas
vezes mais ao fim do mês, do que uma pessoa que trabalhou e descontou toda a
vida recebe de reforma, mas que nada dão em troca à Sociedade, Sociedade esta
que paga impostos, que depois são desbaratados em “rendimentos mínimos” para
pagar os luxos de pequenos almoços diários, no café e consumos supérfluos;
· Neste
tempo de COVID-19 e outras doenças, os Enfermeiros estiveram na 1ª. linha a
tratar/cuidar de milhares de cidadãos infectados e doentes. Mas o Governo
continua a não reconhecer a estes profissionais, uma profissão de risco. E os
Cidadãos e Famílias que receberam os cuidados de saúde pelos Enfermeiros, que
primeiro lhes ofereceram palmas, mas hoje já os esqueceram e ignoram!
Óh
POVO traído e abandonado, pelos do costume, que ignoram lágrimas de sofrimento,
rugas de anos e anos de esforço de uma vida rude e madrasta nos campos e montados.
Óh
Camões, como tinhas razão: “O fraco Rei faz fraca a forte gente.”
Humberto
Domingues
Enf. Espec. Saúde
Comunitária
Link:
https://www.correiodominho.pt/cronicas/reflexoes-abertas-a-sociedade-portuguesa/12372
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