quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

DIA NACIONAL DO ENFERMEIRO ESPECIALISTA EM ENFERMAGEM SAÚDE COMUNITÁRIA E DE SAÚDE PÚBLICA

DIA NACIONAL DO ENFERMEIRO ESPECIALISTA EM ENFERMAGEM 
SAÚDE COMUNITÁRIA E DE SAÚDE PÚBLICA

Fonte: Escola Superior de Saúde Atlântica (Generosidade, cortesia e cedência)

Todas as profissões merecem ter o seu dia registado no calendário, atribuindo-lhe importância, relevo e pelo menos, para que anualmente, essa efeméride seja lembrada e até comemorada, possibilitando referências de trabalho, de investigação e de prémios.

Nas Ciências Sociais e particularmente na Ciência da Saúde, usa-se/utiliza-se muito esta “saudável metodologia” para homenagear personalidades que se destacaram na ciência, a distinção de determinadas profissões, especialidades ou grupo profissional, doenças que têm um impacto enorme nas Sociedades, etc.
A Enfermagem não foge a esta regra. E ainda bem! Por um lado, pela Ciência que é e, por outro, pela importância que representa nos Sistemas de Saúde e relevância que com a sua intervenção, se traduz em ganhos em saúde para o Indivíduo, Família e Comunidade.
Por iniciativa do Colégio da Especialidade de Enfermagem Comunitária, foi elaborado um trabalho, que resultou numa proposta fundamentada apresentada ao Sr. Bastonário e Conselho Directivo da Ordem dos Enfermeiros, para a criação do “Dia Nacional do Enfermeiro Especialista em Enfermagem Comunitária e de Saúde Pública”. Esta proposta mereceu a aprovação e assim, o Sr. Bastonário enviou uma missiva a Sua Excelência o Presidente da Assembleia da República e a todos os Grupos Parlamentares e Deputados não inscritos, propondo e solicitando a criação do dia 12 de Setembro, data esta de comemoração da adopção da “Conferência de Alma-Ata” de 1978, promovida e realizada sob a égide da Organização Mundial de Saúde, “uma referência histórica no reconhecimento global da importância dos Cuidados de Saúde Primários”(CSP), para dia destes Enfermeiros Especialistas.
Tem particular importância a proposta de criação do dia supracitado, até pela actualidade que vivemos, pela secundarização que as políticas governamentais estão a atribuir aos CSP, em favor de uma visão “hospitalocentrica”. Parece-nos, infelizmente, que as opções políticas, a governança das ULS’s e os lobbies instalados na Saúde, abdicam da priorização dos CSP. Assim nos CSP, o volume de trabalho que a passar e a ser responsabilidade dos Enfermeiros, em muito diminuiria estes orçamentos exorbitantes e o consumismo de consultas, libertando o importante trabalho médico para outro nível de intervenção e tratamentos.

Entendemos como oportuno transcrever os seguintes parágrafos da missiva do Sr. Bastonário, porque reflectem a importância desta Especialidade de Enfermagem, na conjugação com a “Conferência de Alma-Ata/1978” e “Declaração de Munique/2000”:

“A Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, realizada, sob a égide da Organização Mundial da Saúde (OMS), a 12 de Setembro de 1978, em Alma-Ata, é uma referência histórica no reconhecimento global da importância dos Cuidados de Saúde Primários enquanto primeiro nível de contacto dos indivíduos, da família e da comunidade com o sistema de saúde, evidenciando a necessidade de actuação e compromisso de todos os stakeholders envolvidos, na protecção e promoção da saúde de todos.

O reconhecimento do Dia Nacional do Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Comunitária e de Saúde Pública constitui-se como uma homenagem a estes Enfermeiros, reflectindo o reconhecimento da contribuição indispensável destes profissionais para a saúde global, em conformidade com os princípios da Conferência de Alma-Ata de 1978, da Declaração de Munique de 2000 e pelos princípios de acesso universal e seguro a cuidados de saúde da OMS.

Este dia serviria para celebrar os Enfermeiros Especialistas nesta área, mas também para sensibilizar para a importância de expandir e valorizar a sua função crítica nos Cuidados de Saúde Primários, essenciais para alcançar a cobertura universal de saúde.”

Os CSP onde a Enfermagem continua a desempenhar e a desenvolver a sua vasta e importante intervenção na Comunidade, assentam e “está intrinsecamente alinhada com os princípios de Alma-Ata”. Pensar, governar e gerir a Saúde, sem preocupação de acautelar a dimensão dos CSP, no global e da Enfermagem Comunitária e de Saúde Pública, em particular, é abdicar de muito que a evidência cientifica demonstra e é continuar a gastar grandes orçamentos de despesa no tratamento da doença e na visão dos cuidados secundários, com urgências e serviços de internamento/cirurgias, incapazes de dar resposta às demandas e solicitações da Comunidade.

Relendo estas declarações, parece-nos que o modus operandi na gestão da Saúde, para alcançar o sucesso terá que ser o aproveitamento da competência e conhecimentos dos Enfermeiros nas várias dimensões do “cuidar e do tratar”, mas essencialmente na dimensão do “prevenir”, investindo-se na acessibilidade de cuidados de saúde, na promoção da saúde, na prevenção de doenças e na prestação de cuidados continuados e integrados, de forma equitativa na e para a Comunidade.

Assim a Assembleia da República reconheça esta data histórica e aprove a criação deste dia no calendário Português.

Humberto Domingues
Enf. Especialista em Saúde Comunitária
2025.02.25

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

DIA MUNDIAL CONTRA CANCRO - A CARTA QUE NUNCA TE ESCREVI!

DIA MUNDIAL CONTRA CANCRO
4 DE FEVEREIRO
A CARTA QUE NUNCA TE ESCREVI!

Fonte: Generosidade e Cedência: Santander

A propósito do “Dia Mundial do Cancro”, que se assinala a 4 de Fevereiro, sendo uma doença que assusta e afecta muitas pessoas, com taxas de mortalidade ainda altas em alguns géneros de cancro, mas felizmente com sucesso e esperança de vida aumentada em muitos mais, temos exemplos tocantes de Pessoas que “tiveram, viveram e sobreviveram à doença”, numa “viagem” dolorosa, de muitas lágrimas, sofrimento, angústias e tristeza, mas onde a força de viver, o encarar e o assumir positivamente a doença, trouxe, com toda a certeza, ganhos e grandes vitórias.

A crónica de hoje, tem um “quê de especial”, por ser enquadrada nesta data e ser dirigida a uma figura pública, que venceu o cancro e partilhou essa dolorosa experiência de vida, com uma serenidade e coragem tocante.

Ana Rita Cavaco escrevo para Ti e hoje trato-te assim, mas nunca o fiz desta forma, apesar de várias vezes insistires, para não te tratar por Bastonária, mas sim por Ana Rita.
Conhecemo-nos, pessoalmente, pela primeira vez, quando cruzamos no Congresso do PSD em Espinho. Apresentei-me e tu escutaste-me como se me conhecesses há muito tempo. Deste-me toda a atenção, apesar de ter concorrido, numa lista opositora à tua, no teu primeiro mandato. O Tempo foi passando, fomo-nos cruzando nas lutas e manifestações dos Enfermeiros, onde sempre estiveste, apoiaste e lideraste. Tiraste tantas selfies, deste tantos beijinhos e recebeste tantos abraços. Envolveste os “Teus Enfermeiros”. Tal como a mim, já de cabelos grisalhos e perda de algum, como a tantos Enfermeiros, trataste sempre pelo nome e na maioria das vezes precedido por “meu Querido”.

Foste polémica, estremeceste “alicerces de tantos edifícios” que se julgavam intocáveis. Desacomodaste os acomodados da Enfermagem. Criaste inimigos, suscitaste invejas, suscitaste confrontos ideológicos, políticos e estados de alma. Provaste que os mais fracos investidos em lugares de poder e de governo, perseguissem os Enfermeiros criando falsos “atoleiros” em torno da Ordem dos Enfermeiros, demonizando, insultando, desvalorizando e perseguindo-os, tentando lançar esta instituição no lamaçal. Trouxeste a Enfermagem para a agenda do dia. Houve também momentos menos bons e difíceis para a Classe. Mas muitas das “primeiras páginas” dos jornais, eram precisas que acontecessem. Possibilitaste, com certeza, com o contributo de tantos outros Enfermeiros, que a nossa Sociedade fosse melhor tratada, mais respeitada e até elegesse a palavra “ENFERMEIRO”, como palavra do ano.

Tiveste uma Equipa de Enfermeiros e Colegas fantásticos que souberam criar a diferença e que o olhar para a doença, para os lares, Centros-de-Dia/ERPI, fosse também um foco, na demonstração da carência de cuidados de saúde, por enfermeiros, adequados e humanizados, onde os seus Utentes eram maltratados, descuidados e amontoados em divisões sem condições e dignidade à vida humana.

E… mais uma vez, no “Dia Mundial do Cancro”, partilhaste um pequeno vídeo, de uma mensagem avassaladora, fabulosa, da tua vivência com o “Cancro da Mama”. Um vídeo pequeno no tempo -poucos segundos- mas de uma grandeza e magnanimidade e generosidade, num exemplo, que ficamos quase sem palavras… Quanta coragem expressa em poucos segundos de um filme, “num caminho”, por certo, longo e doloroso. Emocionado, agradeço esta partilha de coragem, de exemplo de vida, de abnegação e que vale a pena lutar. Foste/és uma heroína.

Escreveste ao Primeiro-Ministro alertando para a necessidade de baixar no limite inferior de rastreio para o cancro da mama. Deste o teu exemplo. O Primeiro-Ministro ouviu-te, atendeu o teu pedido e alerta e determinou essa mudança. Passou a ser dos 45 aos 74 anos de idade.

Muitos de nós sabem, porque “sentiram na pele”, ou porque tratam destes doentes, como é longo o trajecto num calvário que deixa muitas marcas, coloca muitas perguntas e dúvidas, questionando a Deus e ao Divino, resumindo-se “porquê a mim? Porquê comigo? Porquê eu?”

Um caminho de pedras, de várias fases e etapas, de exames, de cirurgias, de recuperação e momentos também traumáticos advindos da agressividade da quimioterapia, radioterapia, causando fadiga, disfagia, alterações das características da pele, astenia, etc. Quis o destino que fosses um exemplo da intervenção do saber dos Homens e da Ciência, da força na fé inabalável do Divino e do espírito de luta pela vida, da alegria de viver e da não acomodação.

Obrigado Ana Rita Cavaco, por este fabuloso exemplo de abnegação, no assinalar desta data – Dia Mundial do Cancro. Consigamos todos nós receber esta mensagem positiva e de lutar como lutaste! Obrigado!

Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Comunitária
2025.02.11

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